sábado, fevereiro 25, 2006

Carnaval

Sábado de carnaval, eu trabalhando pra poder viajar amanhã, chega email do Rafael feliz porque embora pouca gente tenha aparecido para treinar ontem, o rendimento foi ótimo. O Wagner, recém-chegado da Escola Naval, onde treinava com o Raul e tinha chance de jogar contra o pessoal do Rio, tirou algumas dúvidas do pessoal inciante.

Na foto estão Michael, Rony, Wagner, Paulo César, Adriano Abreu (no alto), Rafael (abaixado), Fernando e Felipe.

Bom carnaval a todos e não deixe de ler a entrevista do Ricardo Perrone logo abaixo.

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

"Se você realmente quiser, você consegue"

Nada acontece por acaso. Quem hoje acompanha pela internet o sucesso dos irmãos Kiko e Felipe Perrone, jogadores que cada vez mais se firmam como grandes talentos, levando à frente seus times (respectivamente Barcelona e Barceloneta) e a seleção espanhola, talvez não imagine a dureza do caminho para chegar ao nível que chegaram.

Alguém já disse antes que o caminho se faz ao caminhar. Kiko e Felipe aprenderam cedo que têm responsabilidade sobre o próprio destino, lembrando sempre a lição que soava como um mantra: “se você quer ser o melhor, treine mais do que os outros”.

O autor da frase (ou pelo menos quem a repetia sempre), também assimilada pela irmã Roberta, nadadora acostumada aos títulos, não foi um ditador com métodos espartanos. Foi o engenheiro e desportista de múltiplos talentos (sei que você não gosta disso caro Ricardo, mas essa ainda é a minha impressão e acho que vai ser difícil mudar) Ricardo Perrone.

As colunas de Ricardo Perrone no http://www.poloaquatico.com.br/ enxergam o atleta de uma forma mais ampla, holística, plena, contextualizada, que visa o rendimento através de outro ensinamento imprescindível: se o caminho se faz ao caminhar, o maior incentivo é o prazer que se tira de cada passo. Não é a toa que todos na família sejam campeões. Eles nunca deixam de ser divertir com o que fazem.

Pólo Ceará - Uma curiosidade que sempre tive: como você conseguia tempo para chegar a um nível de excelência em esportes diferentes, dar atenção à família (com 3 filhos!), trabalhar e estudar?
Perrone – Em primeiro lugar, essa história de nível de excelência é bastante relativa. Se você não pratica o esporte ou somente treinou por algum tempo, qualquer jogador de time adulto lhe parecerá que está em alto nível. Cansei de encontrar pessoas que ao saber que eu jogava pólo me diziam: “Ah! Então você deve conhecer o Fulano que treinou na seleção brasileira Junior? O cara jogava muito” Na maioria dos casos era algum garoto talentoso de nível médio que foi convocado, foi cortado e parou logo em seguida de jogar, sem chegar a ter sido um craque, mas para o cara era uma referência.

Resumindo: Nível de excelência, em termos de Brasil, eu só atingi no pólo aquático e na década de 70, quando joguei na seleção e fui capitão de 76 a 79. Em termos internacionais fiquei bem longe da excelência, infelizmente. Os demais esportes sempre foram só uma diversão para mim. Quanto ao tempo para dar atenção a diversas coisas é uma questão de querer e se organizar. É lógico que algumas vezes pode ser bem difícil. Já cheguei a passar 10 anos tendo aula particular de francês e alemão na hora do almoço, porque queria aprender e era a hora disponível. Ou a treinar duas semanas em uma piscina de 5m de comprimento, com o pé preso a um elástico amarrado na escada, porque tive de ir a um seminário de trabalho em Itaipava, logo antes de um campeonato brasileiro. Mas se você realmente quiser você consegue.

Quanto à atenção à família, o mérito maior é mesmo da minha mulher, que além de aturar o monte de amigos malucos que fiz no esporte, sempre teve um gás incrível para acompanhar minha filha nos horários mais absurdos de treinamento de natação e sair rodando pela cidade o dia inteiro para levar os meninos à escola, cursos e clubes. Fora isso, não conheço maneira melhor de acompanhar o crescimento dos filhos do que praticar esporte com eles e seus amigos.


Pólo Ceará – Já vi fotos suas surfando e como mergulhador, e sei que você treinou com o Carlson Gracie na época em que isso era sinônimo de ser casca grossa. Dá para você descrever o que você alcançou em cada modalidade esportiva praticada?
Perrone - Como já disse na resposta anterior, esses esportes sempre foram uma diversão para mim e não competição. Na caça submarina, cheguei a ganhar alguns troféus em 1963 e 64, mas depois cheguei à conclusão que pegar peixes para competir não é uma coisa muito legal, além de extremamente perigosa, e preferi me limitar à pescaria como meio de comer peixes frescos e de qualidade.

No surf também nunca tive vontade de ser competidor, pois perderia aquele sensação indescritível de integração com o mar e o movimento das ondas para ficar na paranóia de fazer manobras melhores que os outros e disputar cada onda com a faca nos dentes como a garotada competitiva faz. Nesses últimos anos, participei de alguns campeonatos de longboard na categoria super legends (mais de 50 anos) e cheguei a ganhar o Festival da Petrobrás nessa categoria em 2002, mas aí o clima é totalmente diferente e vira uma festa.

No jiu-jitsu, a história é diferente. Comecei com o Reyson Gracie em 73, depois treinei com Rolls Gracie até a faixa marrom, no início dos anos 80, quando ele morreu. Voltei a treinar com o Carlson, recebi dele a faixa preta em 87 e continuo dando uns treininhos em sua academia quando há uma folga no pólo. Em termos de competição o que aconteceu foi que nunca pude treinar pesado porque o risco de contusão era grande e, além disso, os esforços de tração que são feitos no jiu-jitsu me deixavam muito travado para nadar e chutar no pólo. Por isso só treinava nos intervalos entre temporadas de pólo e lutei muito poucas vezes, sempre em grande desvantagem de preparo físico específico. Como Senior, cheguei a ser campeão carioca, brasileiro e mundial, mas aí a história se invertia, pois os lutadores da minha idade é que não tinham o menor preparo físico.

Agora, tem também as historinhas, isto é, como participei dos primórdios desses três esportes, sempre tem alguém que ouviu falar de alguma onda, peixe ou treino, contou para outro, que contou para outro e quem conta um conto aumenta um ponto. Por isso, hoje em dia, fico no maior constrangimento quando alguém conta uma história super exagerada a meu respeito e ainda me pede para confirmar, me deixando na situação desagradável de não fazer o amigo passar por mentiroso nem assumir coisas que nunca fiz. Mas, tudo bem, depois eu conto em casa para minha mulher e os filhos e eles morrem de rir.

Pólo Ceará – Você descreveu em um artigo um gol de inglesa do Aladar Szabo do meio de campo. Todas as gerações seguintes à sua só o conhecem pelo mito que se criou. Ele foi o melhor jogador que você já viu atuar?
Perrone - Essa história de melhor jogador acho que o Kiko definiu muito bem na entrevista que deu para seu blog. Na verdade, eu falo no artigo que só vi essa partida do Szabo e que foi contra um time do Guanabara cheio de garotos. Eu também só o conheci como mito, pelas histórias que o pessoal mais velho contava. A impressão que me passaram é que ele foi extraordinário como goleador, mas que, em termos internacionais e como jogador completo, outros de sua época teriam sido melhores. O que sei é que era um cara super simpático e que sempre conversou comigo, na época que era técnico do Paulistano, com a maior atenção e carinho. Uma pena que morreu tão novo, pois ainda tinha muita coisa para nos ensinar.

Pólo Ceará – Há quantos anos você joga Pólo Aquático? Por tudo que você já viu, há mais motivos para desanimar ou para acreditar em dias melhores?

Perrone – Comecei em 1964, no Guanabara. São 42 anos, portanto. Sou otimista, por convicção. Hoje temos muito mais condições de infra-estrutura e recursos tecnológicos para melhorar do que há 40, 30, 20 ou 10 anos. Até pouco tempo atrás, tudo o que se sabia do esporte no resto do mundo era através de comunicação boca a boca quando alguém viajava para uma Olimpíada ou Mundial.

Hoje, além de jogos na TV e site especializados com comentários, fotos e vídeos, você pode conversar e trocar idéias com técnicos de todo o mundo sem qualquer custo. Vocês aí no Ceará podem, por exemplo, filmar um treino de homem a mais, pedir a um técnico no Rio para analisar e dar sugestões e ter a resposta no mesmo dia, para corrigir no treino do dia seguinte. Imagina o que o Amaral teria de ter feito para conseguir algo assim há vinte anos atrás. Agora, o que está faltando mesmo, como diversas pessoas já disseram (o último foi o Pedro Lima, no site http://www.poloaquatico.com.br/), é um planejamento de longo prazo para direcionar os esforços. É como se tivéssemos um carro atolado e um monte de gente para empurrar. Só que cada um empurra em um momento e direção diferentes. E depois fica reclamando e dizendo que fez a sua parte.

Isso vale não só para o pólo como para o esporte em geral. Na última eleição presidencial, me dei ao trabalho de olhar diversos programas de partidos e nenhum deles tinha uma política esportiva. Até hoje, por incrível que pareça, nossos políticos ainda não entenderam que os países desenvolvidos não incentivam o esporte para ganhar medalhas no próximo Pan ou na próxima Olimpíada, e sim para ter uma população mais saudável, mais disciplinada e com melhor qualidade de vida.

Pólo Ceará – Uma pergunta que faço a todo mundo e não iria deixar de fazer logo a você. Quem foram os melhores que você já viu e jogou contra ou a favor?

Perrone – Da época em que eu viajava para jogar (década de 70) o melhor, sem dúvida, foi o De Magistris, da Itália. Treinamos em Roma contra ele e o cara brincava com a gente. Depois, vi na Universíada 77 ele fazer jogadas fantásticas e empatar praticamente sozinho com o poderoso time campeão olímpico da Hungria com Farago, Horkai, Szivos e outros. Agora, nesses últimos 5 anos em que voltei a ver jogos internacionais, há diversos cracaços, como Vusajinovic, Ikodinovic, Sapic, Kiss e Kasas, mas não acho que haja nenhum jogador que realmente desequilibre as partidas consistentemente.

Pólo Ceará – Kiko e Felipe tiveram que sair do Brasil para terem seus talentos aproveitados. Quando você percebeu que seus filhos chegariam a tão alto nível?

Perrone – Bom, com o Kiko foi mais difícil, porque ele estava abrindo caminho, mas já na primeira temporada na Espanha, em que ele foi campeão da Liga e da Copa do Rei e artilheiro da Liga e da Copa LEN, deu para ver que embora ele ainda tivesse muito para aprender, em muitos fundamentos ele já era igual ou superior aos jogadores da seleção espanhola, que tínhamos como ídolos. Depois veio a decepção do Mundial, quando foi absurdamente cortado e vimos que ainda seria necessário quebrar muitas barreiras e preconceitos.

Já para o Felipe, sempre ficou claro que ele estava em um nível muito superior ao dos jogadores de sua idade e o fato de desde os 15 anos estar na seleção adulta do Brasil e de ir passar as férias jogando no Barcelona contra os melhores times do mundo lhe deu uma estrutura muito sólida para poder chegar agora a ser um dos jogadores base da seleção espanhola.

Pólo Ceará – Ser campeão jogando com os dois filhos é uma sensação que pouca gente no mundo vai sentir. Você podia contar como foi?

Perrone – Não só no esporte, como na vida em geral, qualquer conquista em que você tenha se esforçado junto seus filhos por longo tempo para atingir um objetivo é sempre um prazer enorme. Em vários desses campeonatos, como pelo Botafogo em 95 ou pelo Guanabara/Vasco em 2000, eu estava meio “na aba”, pois os times eram fortíssimos e eu só entrava quando estávamos em vantagem, e era preciso diminuir o ritmo e segurar o resultado. Por isso, os campeonatos que lembro como mais gratificantes foram os de 1994, quando quebramos uma série de 10 anos de campeonatos do Flamengo com um time de garotos (Kiko, Beto, Lacativa) e o de 2002, quando o Felipe estava na Espanha e só chegou para jogar a semi-final e final. Nesses campeonatos tive uma participação bem mais importante.

Na realidade, nesse tipo de vitória, o processo, isto é, o treinamento durante o ano, as discussões para corrigir erros e o vínculo que vai se formando dentro da equipe com a melhoria do desempenho, é bem mais importante que o produto final que é ser campeão. Nada diferente de, por exemplo, um vestibular ou uma graduação, em que você estuda junto com seu filho, ajuda a tirar dúvidas nas matérias e depois vê o sucesso nas provas como uma conquista de toda a família. Quer dizer, mesmo que eventualmente não consigamos atingir o objetivo final, só o fato de termos tentado juntos já nos faz campeões.


Pólo Ceará – Daqui de longe a impressão que passa é que há um ciclo difícil de sair. Uns dizem que os atletas não treinam em seus clubes. Outros alegam que falta apoio. Qual é a real do Pólo Aquático brasileiro?
Perrone
– Essa pergunta já foi parcialmente respondida mais acima. Existem muitos problemas pontuais, que podem ser resolvidos pela própria vontade do atleta ou no âmbito do clube e de federações/confederação, mas, como falei, para romper com os padrões atuais do esporte brasileiro (e não apenas do pólo) é preciso uma mudança cultural, que pode ser exigida e incentivada de baixo, por técnicos, dirigentes de clube e atletas do pólo, mas que só pode ser implantada através de uma ação coordenada dos dirigentes nacionais, ou seja, governos federal, estadual e municipal e dirigentes esportivos de alto nível (COB e confederações)

Pólo Ceará - O tamanho do Brasil é apontado como um problema. Será que criar circuitos regionais pode ser uma alternativa?
Perrone
– Claro que sim, mas o que vejo como mais importante é o uso das novas tecnologias que permitem encurtar as distâncias. Não há mais porque os estados fora do eixo Rio-São Paulo ficarem isolados como antes. Por exemplo, o Encontro de Técnicos de Pólo que é realizado anualmente no Rio poderia ter facilmente a participação por tele-conferência de técnicos de todos os estados, com um custo desprezível. A transmissão de jogos também pode passar a ser feita pela Internet sem grandes investimentos. Enfim, em vez de nos queixarmos das distâncias, o negócio é buscar soluções inovadoras.

Pólo Ceará - Existe alguma experiência de sucesso lá de fora que possa ser aplicada aqui dentro na nossa realidade?
Perrone
– Inúmeras. Algumas tão óbvias que não dá para acreditar que ninguém se mexa para aplicá-las. Um exemplo: Na Espanha há uma escola secundária só para atletas (Blume). Nela os atletas moram (se forem de outras cidades), estudam, têm alimentação especial, calendário e horários adequados aos seus esportes/clubes. Dá para imaginar o benefício que um esquema desses traria em um país como o nosso? A possibilidade de faturamento político para qualquer partido que implementasse algo assim parece muito atraente, mas o que se vê são ações no varejo, como as tão faladas bolsa-atleta, muito mais difíceis de fiscalizar e muito mais suscetíveis a desvios de finalidade.

Pólo Ceará - Mesmo com todas as dificuldades você nunca desistiu do Pólo Aquático e, pelo contrário, se tornou um dos maiores conhecedores do assunto. O que o Pólo Aquático significa na sua vida?
Perrone
- Uma das coisas que sempre me perguntam é porque não parei. Minha resposta é que além de adorar jogar, eu detesto academia, musculação e corrida. Então, para manter a saúde, ao invés de pagar para fazer algo que não gosto, prefiro me juntar à garotada (ou velharada, no caso do máster) e jogar uma pelada. Aliás, para quem diz que sai muito cansado do trabalho e não consegue treinar, o que posso garantir é que nas pouquíssimas vezes que tive de interromper a prática de esporte foi exatamente a época em que ficava mais cansado, sem apetite e dormindo mal. Também em época de crise no trabalho, doença na família ou outros traumas, o esporte sempre foi minha tábua de salvação para agüentar o tranco. Uma boa nadada e uma horinha de um bom coletivo substituem qualquer Prozac ou analista da vida. E é mais barato também.

Nas fotos, de cima para baixo, a família Perrone reunida, Ricardo Perrone de backside no "PipeLeme", Ricardo e Felipe em 2002 e direita na Prainha.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Recesso de carnaval

Com a entrevista do Ricardo Perrone, que será publicada amanhã, o blog entrará de recesso até o domingo após o carnaval, quando voltarei de viagem. Pretendo passar o período longe do computador.

Fica a melhor foto tirada pelo Rafael até o momento. Renatinho Satoshi Trentini começou a treinar Pólo Aquático em Brasília e depois jogou em São José dos Campos enquanto esteve no mestrado no ITA. É sem dúvida um dos mais sólidos pilares da dura tentativa de firmar a modalidade no Ceará.

Mais uma vez a piscina do Náutico, onde será o evento aberto masculino e feminino do feriado de Tiradentes. Após o carnaval vamos iniciar a formalização das inscrições.

Lembro ainda que esse blog pertence a qualquer um que jogue (em qualquer nível) ou pelo menos goste de Pólo Aquático. Mande a foto do seu time, notícias sobre o campeonato de sua cidade, um artigo, o link do seu site, fique à vontade.

Conflito de gerações

Quando cheguei para o coletivo de sábado com meu côco matinal, encontrei a galera mais nova tomando uma cervejinha prévia. Depois que entendi que eles tinham participado de uma competição amistosa de natação e, sem ter o que fazer até a hora do Pólo, deram uma relaxada.

Como em todas as fotos tiradas pelo Rafael, a Glorinha está escondida. Os outros são Fabiano (nadador master e goleiro), Geraldo , Jefferson e Rony.
Já os veteranos fizeram o de sempre. Alexandre, Adriano Abreu, Zé Claudio e Carlinhos foram às últimas consequências no coleta e depois caíram nas cervejas e nas histórias do impagável Zé Claudio. Depois dessa primeira, pra parar, demora...

É óbvio que esse post foi pretexto para atender os inúmeros pedidos por mais Zé Claudio na internet. Com a vontade do povo não se brinca.

Na caça das "poloaquatiqueiras"

A Erica treinou poucos dias, depois sumiu. Foi ela quem durante o curto período que esteve conosco se auto-denominou "poloaquatiqueira". Tomara que a Erica e as outras meninas voltem. Hoje continuam na batalha Raquel, Carol, Virginia, Gloria, Aline, Vivian, Joyce e Juliana (mil desculpas!).

O grande mestre coronel Amaral enviou uma foto do time que treinava com ele nos anos de 88 e 89. Como em Fortaleza ninguém some impunemente, colocamos nas ruas um "detetive" que já localizou algumas ex-atletas. Se você as encontrar na rua, não pense duas vezes, chame-as, avise que já é possível se divertir novamente marcando gols nas piscinas de Fortaleza.

A atleta Patrícia Abreu é prima do Adriano Abreu, torcedor fanático do Ceará e um dos mais assíduos, talentosos e dedicados do time que estamos montando.
A Inês foi vista num ponto movimentado de Fortaleza. Sorri à esquerda na foto.
Janaína é uma conceituada jornalista, "coleguinha" de profissão.
A última localizada pelo nosso "detetive"é a Helga Pessoa. Como se vê nas duas fotos, ela não se desligou das atividades radicais.

Bem, as meninas estão por aí. Vamos trazê-las de volta à piscina para servir de espelho para as que estão começando e para as que vão começar.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Vídeo de WP & Rock´n´Roll

Quase 15 minutos de clips de partidas de Pólo Aquático e som rolando. Em Fortaleza, em Manaus, em Porto Alegre, em qualquer lugar um vídeo desse pode ser produzido.

Um bom exemplo do fim das distâncias intransponíveis. Como Ricardo Perrone afirma com muita propriedade na entrevista que ficará no ar na semana de carnaval no blog, a internet possibilita uma série de medidas de baixo (ou nenhum) custo, que podem ser de extrema valia para a evolução do esporte mesmo nos locais mais distantes dos grandes centros.

A imagem acima das Olimpíadas de Atenas é ilustrativa, não corresponde às imagens do vídeo.

Nado sincronizado?

Em primeiro plano Fernando "Romário" Monteiro, nosso caçula de 14 anos. Logo atrás o Jefferson, ex-nadador, um dos que mais se desenvolveu quando nos reunimos no final do ano passado. Infelizmente ele se machucou e está retornando agora.

O que eu não sabia é que a rapaziada está aproveitando o aprendizado da pernada para se arriscar por outras modalidades. A coreografia até que está bem ensaiada.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Chapada


Todo dia checo algumas vezes o site meter (lá embaixo de tudo no blog) para ver os hábitos de quem está entrando, de onde é, quanto tempo demora, as estatísticas em geral.

Muita gente vem pelo Orkut. Numa dessas checadas cheguei à comunidade do Kalangos, de Brasília. Lá vi o link da fotógrafa Denise Benevides, com algumas fotos de Pólo Aquático e outros esportes . Espero que ela não se incomode com a publicação da foto e do link aqui. Fiz porque gostei do material e porque acho o campeonato da Chapada fantástico.

Vida longa a quem tem iniciativa.

Quanto mais duro o esforço...


...mais doce é o sucesso.

Poster retirado daqui, onde há várias fotos e frases de efeito sobre sucesso.

Brazilian Stars

As meninas brasileiras continuam arrebentando mundo afora. Na foto das Stars acima a mais alta em pé é Andréa Henriques e abaixada fazendo careta a Flavinha.O encontro descontraído em San Diego entre Marina Canetti, que joga com Cassie Azevedo no Long Beach, e Barbara Amaro, do Hartwick.

Obrigado ao Eduardo Vieira pelas fotos e informações.

domingo, fevereiro 19, 2006

"O Brasil é um celeiro de atletas com dom nato, é só dar uma condição que os resultados aparecem"

O Solon era um atacante perigosíssimo. Difícil para alguém que não acompanhasse o esporte de perto acreditar que aquele cara pudesse ser tão rápido. Vai ser difícil também entender o quanto o cara é divertido apenas por uma entrevista rápida. Eu era um dos moleques que gostava de aproveitar a chance de vê-lo na beira da piscina contando as suas histórias. Para quem não teve essa chance, fica aqui um pouco do que é o Solon dos Santos, e uma mensagem final fantástica que resume tudo e lembra a deixada pelo Duda. Não foi à toa que os caras foram sempre artilheiros.

Pólo Ceará - Você nunca foi de "jogar confetes" e isso sempre fez de você um jogador polêmico dentro e fora da água. Mesmo assim essa confusão que fizeram contigo da prancheta, vista daqui de longe, pareceu patética. O que houve de fato?

Solon - Foi na semifinal do estadual de infanto-juvenil no jogo contra o Fluminense, o Silvio não pôde dirigir o time, e foi substituído pelo Carlinhos. O Carlinhos utilizou a prancheta no jogo e o Flamengo ganhou de 14x3.

O repórter do site poloaquatico.com.br , quando acabou o jogo, veio me perguntar porque eu não estava utilizando a minha prancheta. Eu respondi que estava na mala do meu carro e que não costumo utilizar em meus jogos na beira da piscina, não esquecendo que eu dirijo categorias de base, e na minha opinião os atletas que estão iniciando o pólo aquático ainda não conseguem se concentrar na beira piscina em uma prancheta.

Mas isso eu tenho certeza foi uma maneira de polemizar a direção do Carlinhos, por ele ser o técnico da seleção, sempre será cobrado em resultados. Não se esquecendo que ele estava substituindo o Silvio numa emergência, jogando contra o time do Flamengo de Infanto-juvenil, que está invicto há mais de 50 jogos é bicampeão estadual, bicampeão brasileiro e tricampeão da copa do Brasil, que outros técnicos com prancheta ou sem prancheta, tentaram tirar a hegemonia do Flamengo e não conseguiram.

Pólo Ceará - Lembro de você na beira da piscina dizendo que havia quem falasse mal de você, mas todo ano você era artilheiro e, quando não era você, era o Duda. A característica que mais recordo do seu jogo era a explosão pra entrar na área e o chute rápido pro gol. Como você definiria seu estilo de jogo?

Solon - Quem definiu melhor o meu maior potencial foi meu treinador Edson Perri (Barriga). Ele dizia que eu tinha força proporcional ao meu peso, com uma explosão nata, e que poucos atletas nascem com essa qualidade.

Me aproveitando dessas qualidades que Deus me deu, e muito treinamento nos fundamentos e horas treinado chutes a gol. Me tornei artilheiro em todos os clubes e seleções em que joguei, lembrando que na minha trajetória de goleador, sempre travei verdadeiros duelos, com atletas como Duda, Ayrton, Eric Borges e tantos outros que por qualquer descuido me tiravam a condição de artilheiro dos campeonatos. Tenho sempre agradecer aos companheiros, de times ou seleções, que me ajudaram a ser o goleador de tantos gols.

Pólo Ceará - Você marcou uma época e dificilmente alguém tem mais histórias dentro do Pólo Aquático do que você. Você pode contar alguma? Fica a sugestão de uma que rolou no ônibus dos japoneses nas Olimpíadas de 1984.

Solon - Essa passagem foi hilária, não foi nos jogos olímpicos e sim no pré-olímpico em Roma (Itália). Fomos jogar com o Japão bem cedo e fazia muito frio, com a piscina do estádio olímpico de Roma, era aberta , saia muita fumaça e quando nós chegamos os japoneses estavam treinando. Antes de jogar, davam muitos tiros de natação e gritam como samurais, aquilo nos deixou curiosos e apreensivos, mas nada que mudasse o nosso objetivo de nos classificarmos para a olimpíada de Los Angeles 1984.

O jogo foi realizado e o Brasil ganhou, quando estávamos apanhando o nosso ônibus, reparamos que os Japoneses estava chorando no ônibus do lado. Eu e o Marco Vinicius demos um berro para os japoneses, quando eles olharam, nós ficamos imitando eles. Olha, os caras ficaram uma arara.

Tem um ditado que diz: “quem ri por último, ri melhor.”

Pólo Ceará - A criação das categorias Master foi muito legal para manter o pessoal com a possibilidade de se divertir mesmo sem poder treinar com a mesma regularidade. Você está jogando?

Solon - Infelizmente não posso mais jogar enquanto eu não fizer uma cirurgia no fêmur, foram seqüelas de um acidente que sofri de moto em 88. Tenho que agradecer todos os dias, a Deus, por me deixar andando.

Vamos deixar de lado esses momentos ruins e falarmos da categoria de master, mesmo com os problemas de saúde que tive, tenho participado como técnico dos master do Rio de Janeiro e talvez tenha sido os momentos mais agradáveis, que passei ano passado na competição que teve em SP, ter o privilégio de conviver com meus grandes amigos do esporte como Ritão, Ricardinho, Perrone, Luizinho, Duda, Clovis, Valter, Robert, Maynard, Barrigão, Eduardo, Jacaré, Renê, Canetti, Vargas, Tonietto, Luis Paulo, Manteiga ,Gugu, Pavetitts, Raoul, os Fialdininis, George e Álvaro Sanches e tantos outros. Juntos recordarmos dos anos gloriosos e momentos inesquecíveis. Só tenho que agradecer ao Ritão, meu amigo de longa data que me fez esse convite, que aceitei de imediato.

Pólo Ceará - Qual a sua melhor lembrança do período como jogador?

Solon - A maior foi os jogos olímpicos de Los Angeles (USA) 1984, mas tenho grandes lembranças como os 4 JEBS que ganhei junto com o Paulinho Licastro de técnico, e hoje trabalhamos no Flamengo. Recordando vários títulos que ganhamos juntos e tentando mesclar nossa experiência para passar o máximo de informações aos nossos atletas que hoje formam essa nova geração.

Pólo Ceará - Vamos voltar à sua condição atual de treinador. O que mudou na preparação dos atletas com as novas regras?

Solon - Essa temporada de 2006 vai ser muito desgastante, pois vai ser o primeiro ano que começamos a preparar nossas equipes do Flamengo para as mudanças de regra. O volume de natação vai ter que ser mais intenso e com trabalhos específicos de chutes de primeira, para poder acompanhar o jogo dinâmico que estão jogando atualmente.

Pólo Ceará - Sua personalidade irreverente deve ter feito muita gente duvidar que você pudesse ser um bom técnico. Queira ou não você é obrigado a ser um disciplinador. Como é o seu relacionamento com os atletas?

Solon - Sempre fui irreverente, mas respeitando os limites que eram impostos, por isso fiz parte da Seleção Nacional por muitos anos. Quanto a eu ser bom técnico, acho que os números dizem tudo, minha passagem por todos os clubes que passei. Eu formei vários atletas e conquistei títulos e pude ser reconhecido por aqueles, que vivem sempre tentando arrumar uma desculpa ao sucesso dos vencedores, mas quando me torno campeão, procuro lembrar que as minhas vitórias são frutos de um trabalho dos atletas, dos pais e da comissão técnica que trabalhou em conjunto, quando não se parte desse princípio, dificilmente o resultado é positivo.


Pólo Ceará - Você conhece de perto a nova geração que está surgindo. Tem muito garoto bom?

Solon - O Brasil é um celeiro de atletas com dom nato, é só dar uma condição que os resultados aparecem. Falo sempre que gerações passam todos os dias e que nada se faz para mudar o esporte nacional.

Os jogos pan-americanos já estão aí, ano que vem, e os cartolas ainda estão discutindo quem é que vai pagar as obras dos pólos esportivos. Não estou vendo nenhum trabalho de seleções permanentes dos esportes que precisam de apoio, a não ser o voleibol, a ginástica e outros esportes que já figuram como os melhores do mundo.

Pólo Ceará - Como você avalia a seleção que está se preparando para o Pan?

Solon - Acho que o trabalho da seleção do Pan ainda não começou, é só ver que ainda estamos sempre discutindo quem merece ser convocado ou não, mostra que temos que percorrer com muito trabalho e união geral uma maneira de formamos a melhor seleção possível . Torcendo sempre para que nosso esporte seja um dos expoentes dessa festa maravilhosa que vai ser os jogos pan-americanos.



Pólo Ceará - Brasileiro é doido por gol. Por que o Pólo Aquático não volta a ser popular como já foi?
Solon - São fatores para discutirmos durante horas, só que sempre que pessoas ligadas ao esporte se reúnem, coisa muito boas são ditas e pensadas. Só que esbarramos com um fator de suma importância, que é como vamos viabilizar qualquer projeto sem um parceiro que possa nos dar respaldo para se realizar uma massificação geral do pólo Nacional.

Até hoje no pólo aquático não apareceu um Almeida Braga, que pegou o voleibol e deu total estrutura para se massificar.

Pólo Ceará - Há um grupo empenhado em organizar eventos no nordeste para difundir o Pólo Aquático por aqui. Esperamos numa dessas edições ter o privilégio da sua presença.
Solon - Será um honra eu poder fazer parte. Eu como jogador já participei de eventos como JEBS e campeonatos regionais com o Botafogo em 1989 em Recife e 1990 em Aracaju. Sei muito bem que o nível técnico não era um dos melhores, mas por empolgação, talvez tenha sido os maiores campeonatos que eu já atuei.

Só quem ama o nosso esporte e faz dele um prazer de viver, entenderá que não existe coisa mais gostosa do que fazer um golzinho e vibrar como se fosse no maior campeonato do mundo, só que foi naquele racha que só os aquapolistas conhecem.

Na foto logo acima Solon sendo atirado na água na comemoração de mais um título. Na primeira foto da entrevista Solon de camisa preta ao lado do treinador Paulo Licastro.

Irmãos Perrone marcam 11 gols numa rodada!

Kiko e Felipe Perrone arrebentaram mais uma vez nesse final de semana na Euroliga.

Felipe marcou seis gols na partida em que o Barceloneta ganhou do Jadran Herceg Novi, da Sérvia e Montenegro, por 11 a 9.

Já o Barcelona de Kiko Perrone ganhou do grego Etnhikos Piraeus por 14 a 13. Kiko marcou nada menos do que cinco gols.

A foto é do tempo em que Felipe ainda marcava gols pela seleção brasileira.

sábado, fevereiro 18, 2006

De Magistris

O jogador master acima é o italiano Gianni de Magistris. Para saber mais sobre o craque que jogou 5 Olimpíadas, clique aqui . Para se ter idéia do talento de De Magistris, Ricardo Perrone o considera um dos maiores jogadores que ele viu em ação - essa afirmação você vai ver numa entrevista que será publicada na semana que vem aqui no blog.

Amanhã tem entrevista do treinador e ex-craque de Pólo Aquático Solon dos Santos. Imperdível.

O brilho das meninas

O Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro, e o site Polo Aquático estão marcando colado o sucesso das atletas de Pólo Aquático brasileiro nos Estados Unidos. Essa é uma história que vale a a pena acompanhar.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Bons tempos

O cara aí em cima, cheio de estilo, é ninguém menos do que o coronel Amaral, um dos heróis que há cerca de 15 anos conseguiram colocar mais de 40 pessoas, entre homens e mulheres, treinando no Náutico.
Ele fez parte da seleção formada a partir do JEBs 74 e em 75 o grupo foi para uma viagem fantástica que incluiu 27 dias na Hungria, 5 na Alemanha e 15 na Espanha.
A foto acima é da equipe em Munique. Abaixo Amaral, Michel (Guanabara) e Décio.
Na foto abaixo mais uma vez Amaral já mostrando talento para comandar o grupo, junto com o Paulo (Botafogo) e outro membro da equipe, que contava com 15 atletas e os treinadores. Além de Amaral, o Ceará enviou Francisco Fontenele, carioca formado pelo Guanabara, que residia em Fortaleza. Hoje Francisco é diplomata.
Quem também estava no grupo era o Paulo Rogério (Beiçola).

Treino com chuva

Hoje a manhã estava linda em Fortaleza. Aqui isso quer dizer que tinha uma chuvinha deliciosa acalmando o sol forte do ano inteiro.

A chuva do sábado passado afastou muita gente do treino.

Fica avisado de antemão que se por acaso houver uma nova chuva amanhã haverá treino normal, mesmo com a "bola molhada" e o "campo escorregadio"!

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Protegendo a bola

Como começamos há poucos meses, não dispomos de uma escolinha e pelo pouco tempo que dispomos o pessoal que vai entrando tem que aprender na marra. O processo dessa forma funciona apenas para os mais determinados. Os apressados desistem.

Uma das maiores dúvidas que tenho percebido é a proteção de bola. Esse vídeo pode dar uma ajuda a quem não está se sentindo seguro e tem perdido bolas bobas por afobação.

Na foto a craque brasileira Alê Araújo, detentora de inúmeros títulos, inclusive olímpico e mundial, jogando pela seleção italiana.

"Existe saída a curto prazo"


Embora nunca tenha jogado Pólo Aquático na vida, Eduardo Vieira tem grande importância no Pólo nacional. O jornalista faz parte da equipe do http://www.poloaquatico.com.br/ , costuma emplacar matérias no Jornal dos Sports (onde também trabalha) e está dando uma contribuição enorme ao Pólo Aquático e Nado Sincronizado brasileiros registrando a história das modalidades em livros.

Assim como todo jornalista, Eduardo é amado quando faz matérias positivas e odiado quando as matérias não são lá tão agradáveis aos olhos do personagem enfocado. Como ele mesmo diz na entrevista abaixo, há quem não goste dele no pequeno cenário do Pólo Aquático brasileiro. Cada qual com seu cada qual e aqui não vai nenhum questionamento às razões de ninguém.

O que olhando aqui de longe percebemos é que o pessoal do http://www.poloaquatico.com.br/ mantém um veículo indispensável para a integração dos amantes da modalidade no Brasil, num esforço que tenho certeza ser gigantesco para trazer informações diárias sobre um esporte que quase não tem espaço na mídia nacional.

Pólo Ceará - Por que o Pólo Aquático não tem espaço na grande mídia? Você vê solução a curto prazo?
Eduardo - Eu acredito que a questão básica é a falta de resultados importantes no cenário internacional. É semelhante ao basquete, que por ter clubes muito fortes, não consegue criar torneios alternativos como o vôlei. Por exemplo, apesar de todo o talento da equipe de Bernardinho, as chances de títulos e vitórias são grandes: Sul-Americano, Copa América,Copa do Mundo, Liga Mundial, Mundial, Pan-Americano e Olimpíada.

No caso do pólo, em ano sem Mundial, surge apenas o Sul-Americano, desconsiderado pela pouca repercussão dos adversários e a Liga Mundial, que éuma realidade completamente diferente. Não tem como uma Seleção destreinada, a última se reuniu às vésperas, obter bons resultados. São 35 jogos, 34 derrotas e um empate, em quatro anos. Um currículo que, com certeza, não chamará à atenção da mídia. Mas existe saída a curto prazo: como a compra de espaço, com faz o handebol na mídia (pela Petrobras) e à criação de desafios em território nacional contraequipes medianas para que se possa vender uma imagem vencedora. Derrota não atrai público, ainda mais agrande mídia, veja o interesse por futsal e beachsoccer.

Pólo Ceará - A gente teve no Kiko e Felipe Perrone dois fenômenos como jogadores, com boa aparência, dois caras equilibrados, com excelente formação, sobretudo de caráter. Por que dois garotos-propaganda desse quilate foram embora despercebidos pelo grande público?
Eduardo - Talvez pela falta de divulgação dos seus feitos. Veja: a Camila Pedrosa foi vice-artilheira do Mundial deMonteal, com a melhor média de aproveitamento nos arremessos. Mas não saiu uma linha no site da CBDA. E no dia da premiação do COB só se falou do 13º lugar noMundial. O pior resultado da história, mas em termos quantitativos. Porque o Brasil pegou um grupo forte e fez excelentes jogos: Alemanha (6 a 6) e Holanda (6 a7). Não se enfatizou o lado bom, aí era comum os jornais e sites (como o da UOL) enfatizarem apenas os resultados.

Não acompanhei de perto o Kiko e, sim o Felipe. Quando o Brasil venceu o Pan-Júnior não houve um bom trabalho de divulgação. Sem televisão, é quase impossível mobilizar. Mas não se deve culpar apenas a assessoria da CBDA, se é que tem culpa. A mídia viveum período difícil, com poucos profissionais e se a notícia não cair no colo, são poucos que correm atrás. Nesse meu livro de pólo, senti na pele isso. Os campeonatos que não pude ir, não obtive o resultado. As súmulas não são expostas e se limitam a publicar oresultado dos jogos. Mas aí entra outra questão: os mesários e delegados passam os resultados?

Pólo Ceará - Qual a estrutura e os planos da revista e do site PóloAquático?
Eduardo - Na realidade, em razão da dificuldade econômica, não se pode falar em planos. A idéia é continuar acompanhando, no meu caso em especial o feminino, por ter um projeto de 10 anos. Mas é aquilo, pode se encerrar a qualquer momento. Ainda não se existe a possibilidade de apenas editar e sim tem que se correr atrás dos atletas. O que não é legal, porque de uma certa forma expõe alguns, os que gostam ou não gostam de mim. E, como qualquer esporte, o resultado interfere.

Até as mais amigas não respondem com muita delicadeza após uma derrota. Mas é o meu trabalho. Quando se tem recursos, eu contrato uma repórter emSão Paulo, para evitar o desgaste.

Pólo Ceará - Você trabalha também no Jornal dos Sports. Qual a receptividade das matérias sobre Pólo Aquático?
Eduardo - É bem interessante. Existe até um ou dois torcedoresque ligam sempre, pedem notícias, resultados e outras coisas. O aspecto visual também é interessante: as fotos são de movimentos, expressão e contraste da água muito bonito em páginas coloridas. As meninas também são bonitas, o que atrai muito, ainda mais num veículo predominantemente masculino, por ser quase 80% dedicado ao futebol.

Mas eu não coloco elas fora da piscina, de maiô, por exemplo. É um cuidado que tenho com elas, com as meninas do nado e com a Juliana Veloso. Acho que dá uma preservada e enfatiza o aspecto da atleta.

Pólo Ceará - O Badminton é um esporte sem nenhum apelo popular eestá entrando com uma promoção gigante nas praias bancada por uma grande empresa. Será que o problema doPólo Aquático é de gerenciamento?
Eduardo - Sim. Isso que eu falei acima. É preciso criar eventos, desafios, aproveitar a praia. Acho que a CBDA pode fazer isso. A estrutura do esporte melhorou muito. Não falta dinheiro para as Seleções. Mas se não popularizar não adiantará nada. Vamos viver sempre de uma Andrea Henriques, Camila Pedrosa ou Beto Seabra. E nem sempre a qualidade será grande. Mas se tiver quantidade, tudo pode mudar...

Pólo Ceará - Além da revista, do jornal e do site, você também está investindo na literatura esportiva. Quais os livros quevocê já escreveu e onde podemos adquiri-los?
Eduardo - Bem, não acho que seja literatura. Na realidade, é um trabalho que iniciei em 2002. Por um motivo: a minha grande amiga Fernanda Monteiro trocou o nado sincronizado pelo Cirque de Soleil. Então, meio que me senti órfão e queria de alguma forma continuar me relacionando com ela. Então, tive a idéia de fazer os verbetes do nado.

Foram 120 entrevistas, a maioria em encontros pessoais, que renderam um livro com uma ótima saída. Só no lançamento (março de 2004) foram 250 vendidos. No meio do caminho, conheci a AndreaHenriques, que era do nado e se mudou para o pólo. Percebi que o público, em especial o paulista, era parecido e poderia fazer a pesquisa por e-mail. E deu certo, mas tive que ir cinco vezes a São Paulo.

Em dezembro de 2004, saiu o livro com 84 perfis e uma tiragem de 350 livros que se esgotou. No final desse mesmo ano, fiz algumas entrevistas com as argentinas e me encantei com a Paula Melano. Nãoapenas por sua beleza, mas pela determinação em divulgar o esporte no seu site. Foi uma entrevista aqui, outra ali e três meses depois saía o livro.

Outro sucesso inesperado, mesmo sem qualquer lucro em razão do frete para o país vizinho. Em agosto de 2005, lancei o segundo do nado, com uma série de artigos, com uma história mais sintática e cronológica. Mas que também teve uma saída muito boa...E agora estou lançando em fevereiro o novo de polo com quatro artigos: história do Brasil em Mundiais Juniors, em Mundials Adultos, Temporadas 2004-05, Brasileiras naItália e Grécia e um anexo com Flávia Vigna, revelaçãodo Paineiras.

A idéia é manter isso por 10 anos, e fazer artigos de clubes, estados, atletas, a tal história total. A compra pode ser feita pelo e-mail do site do polo, mas o objetivo é realmente preservar a história.

Pólo Ceará - A situação do Pólo Aquático feminino é de mais esperança do que o masculino?Eduardo - Sim...Em qualquer esporte feminino, a possibilidade de ascensão é mais rápida. É a questão da quantidade. O número de mulheres esportistas ainda é pequeno em relação ao de homens. Por isso, ter numa equipe CamilaPedrosa, Andrea Henriques, Flávia Fernandes, Fernanda Palma e Carol Vasconcellos (essas duas últimas são muito boas, em especial pela personalidade na água) faz muita diferença. Já que os outros países não têm, como no masculino, 13 do mesmo nível, com exceção dos Estados Unidos e Hungria.

A própria Itália sofre com o processo de renovação e não abre mão das experientes.Por isso, a entrada de uma Cassie Azevedo ou da Ale Araújo deixaria o Brasil numa ótima situação. Já o masculino é complicado. Até países médios, como Holanda e Eslováquia, disputam muitos eventos no ano (com clubes e seleções) e isso faz a diferença.

Pólo Ceará - Você vê possibilidade do Pólo Aquático se desenvolver fora do Rio e São Paulo?Eduardo - Sim. Lógico, em especial por ter menos concorrência (futebol) e uma mídia sempre disposta a divulgar os eventos. No Rio e São Paulo, é raro sair nota de qualquer competição. É provável que a Carol (Brasília) sozinha tenha dado mais mídia que muitos clubes tradicionais. Mas eu acho que num país continental aquestão do transporte é essencial. É preciso algumtipo de subsídio para que possa realizar intercâmbio. Regionalizar não é uma boa. É preciso confrontos diretos entre os vários estados.

A foto é do novo livro de Eduardo Vieira.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Iugoslávia

Poucos temas são mais confusos do que a reunião de etnias e religiões que formava a extinta República Iugoslava. Macedônios, sérvios, montenegrinos, croatas, albaneses e eslovênios nunca se cruzaram. Isso não impede que os caras tenham mantido grande tradição em alguns esportes como o basquete e o Pólo Aquático.

Na foto torcedores da Croácia queimam a bandeira da Sérvia e Montenegro em 2003 durante uma partida entre as duas seleções nacionais de Pólo Aquático. O gesto é lamentável, o que vale é ver como ficam as arquibancadas nos jogos de lá.

A foto foi tirada de um link com bandeiras do mundo inteiro em diferentes situações.

Jornalistas que desinformam

A cada Olimpíada uma câmera submersa mostra imagens semelhantes à acima e começam as brincadeiras sobre Pólo Aquático. Até aí tudo bem, de fato são imagens insólitas e passíveis de piada para quem não está lá dentro da água.

O que não dá para aturar é o pedantismo de alguns jornalistas como esse do Washington Post . O cara pega um assunto e, em vez de investigar com imparcialidade, passa a buscar subsídios para comprovar uma opinião superficial e infundada.

Que o Pólo Aquático é um jogo duro, ninguém contesta. Daí a ser um espetáculo de brutalidade, como sugere o texto, há um caminho enorme tomado em toda a sua extensão pela ignorância sem fim do jornalista.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Pólo é amor

Bem, não se trata de uma nova igreja nem de uma comunidade hippie.

Na foto acima estão o Edu e Aline, casal de Jundiaí radicado em Fortaleza. Se muita gente trata a bola como bóia, eles estão tratando como bebê. E a metáfora vale. O Edu jogou por cerca de 20 anos no Jundiaiense, agora a arquiteta Aline é uma das que estão na luta para manter o time feminino.

Da mesma forma o Jefferson trouxe a namorada e a irmã pra treinar. A Joyce fez o caminho inverso e sempre se faz acompanhada pelo Rendell. Assim a equipe vai crescendo, vamos ganhando mais espaço dentro do clube e já podemos pensar em breve em abrir a nossa escolinha pra molecada.

México

Lá tem sombrero, mariachi, tequila, muito Fusca, construções aztecas fantásticas, ondas e mergulhos cabulosos e, claro, Pólo Aquático. Na foto acima a equipe brasileira que esteve por lá (acredito que essa foto tenha sido antes do Pan de São Domingo em 2003) e abaixo um ângulo meio diferente.


segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Vale-tudo

O cara aí embaixo na foto, tentando encaixar um armlock (ou quem sabe um triângulo? Ou uma omoplata?...) no Carlos Newton, é o Renato "Charuto" Veríssimo. O Charuto jogou Pólo Aquático no Rio antes de enveredar pelo mundo das lutas, e até hoje é lembrado por todos como um cara muito divertido.

No jiu-jitsu Charuto teve uma ascensão muito rápida. Foi morar no Havaí já com a faixa-preta na cintura, onde revelou ninguém menos do que BJ Penn e hoje é um dos top de vale-tudo na sua categoria.

Sei que Charuto mantém contato com uma galera de sua época no Pólo Aquático, como por exemplo o Alexandre Cândido, com quem sempre fala, mas acho que cair na água pra bater uma bola mesmo, faz tempo que ele não cai.

O cerco está fechando

Ontem tive o prazer de receber a ligação de Marcus Bolitreau confirmando a vinda de um time masculino e outro feminino.

O pessoal da AASM, também de Recife, está mais do que confirmado. O Gilson adiantou que vai trazer um time masculino e outro feminino de Maceió e já tô sabendo que o Edmundo está colocando o pessoal pra treinar duro em João Pessoa. De Natal sei que time masculino vem com certeza.

Agradeço também ao Perrone pelo incentivo que ele está dando aos jogadores e jogadoras de fora do Nordeste a também virem.

Fundamental essa compreensão de que fora da água somos todos do mesmo time.

domingo, fevereiro 12, 2006

"O melhor do pólo aquático são a saúde e os amigos"

Duda foi meu técnico no infantil A. Acredito que nosso time foi o primeiro dirigido por ele em seus 20 anos como técnico. Para nós isso representava o mesmo que ter na época o Zico ou o Roberto Dinamite (sou vascaíno!) como técnico de uma escolinha de futebol. Não havia para nós dúvida alguma que Duda era o melhor jogador do mundo.

Desde essa época e por muitos anos vimos o cara fazer de tudo dentro da água. Fazia gols com três marcadores em cima dele e apenas a munheca do lado de fora, fazia gols fáceis, fazia gols que nos pareciam impossíveis.

O mais legal talvez nem fosse sua extrema habilidade com a bola amarela. Sobre a borda Duda deixava sempre frouxa a sua gargalhada e, mesmo quando tinha que dar esporro no time, dava o esporro sem nunca desrespeitar nem diminuir ninguém. O craque que "pegava" todas as gatas com quem apenas sonhávamos, tratava a todos, fosse quem fosse, com o mesmo carinho e atenção.

Enquanto você lê essa entrevista, Duda deve estar tranquilo surfando em Itaúna. Um dia a gente chega lá.

Pólo Ceará - Logo antes de começar a jogar me chamavam a atenção as notícias de jornal sobre as finais entre Botafogo e Gama Filho, no comecinho dos anos 80. Estou há 10 anos fora do Rio, mas até vir pra Fortaleza não lembro do Pólo Aquático ter tido tanta atenção da mídia especializada como nessas finais. Como eram aqueles jogos?

Duda - Na verdade acho que o pólo aquático tem estado mais na mídia que no meu tempo, pois tenho assistido ao vivo pela Sportv finais de campeonatos brasileiros e jogos da liga mundial. Nos jornais continuamos a ver algumas reportagens quando tem algum jogo internacional ou finais de campeonatos brasileiros, mas a nível de divulgação dos clubes realmente piorou.

Gama Filho e Botafogo eram dois timaços que formavam a base da seleção na época, dirigidos por dois grandes técnicos (Paulinho e Barriga). Existia muita rivalidade, mas também muito respeito entre os dois times e os jogos eram sempre com placares apertados e muita emoção até o final. A única partida que terminou em confusão foi numa final que aconteceu no Julio Delamare. Após um jogo dramático vencido por nós com um gol faltando 4 segundos, houve um desentendimento de um de nossos jogadores (Marcos
Vinicius) com o árbitro (Cabral) que chegou as vias de fato. Entre os jogadores não rolava esse clima, até porque treinávamos juntos na seleção uma boa parte do ano.

Pólo Ceará - Como é que você começou a jogar?

Duda - Eu fazia natação no Canto do Rio, em Niterói, quando o Paulinho, hoje consagrado técnico do Flamengo, começou sua carreira de técnico no Clube. Eu estava de saco cheio de contar ladrilhos e sempre que acabavam os treinos de natação, eu ficava assistindo o treino do pólo e ficou fácil concluir que aquele esporte era muito mais interessante.

Pólo Ceará - Você desenvolveu um estilo muito próprio de jogar e era quase "imarcável" no centro. Devo ter comemorado centenas de gols seus nas arquibancadas quando era moleque. Você se baseou em alguém? Como você definiria seu modo de jogar?

Duda - Quando comecei a jogar eu era muito franzino e fui passando por todas as posições antes de ir parar no centro. Comecei a jogar no adulto com 15 anos e precisei me desenvolver muito tecnicamente em todas as posições para compensar o fato de ser leve. Paralelamente eu era fominha de treino, chegava 1 hora antes e só saía da água quando o vigia do clube apagava os refletores. Ficava “inventando” passes, chutes e jogadas com os amigos depois dos treinos e alguns desses fundamentos acabaram sendo úteis em
algumas situações de jogo pois surpreendiam os adversários.

Os grandes centros internacionais na minha época eram caras enormes, muito fortes, que
jogavam exclusivamente na base da força. Como não era esse o meu caso, tive que dar meu jeito e acabei criando um estilo próprio.

Pólo Ceará - Como foi a experiência das Olimpíadas de Los Angeles e como você analisa o time e a campanha?

Duda - Participar de uma Olimpíada é a realização de qualquer um que já tenha praticado um esporte. Nosso time fazia parte do “terceiro grupo” no ranking mundial como, aliás, permanece até hoje, portanto fizemos um bom papel dentro das nossas limitações contra todas as grandes equipes, à exceção do último jogo contra o Japão que poderíamos ter ganho e, por nossas falhas acabamos perdendo. O time era na realidade um grupo de 13 jogadores (Ayrton e Vinicius foram cortados por divergências com os dirigentes e na época só jogavam 11) que eram realmente os melhores do Brasil.

Pólo Ceará - Existe algum jogo que te traga uma lembrança especial na sua carreira?

Duda - O jogo contra o Canadá na conquista da medalha de bronze no pan de 87 em
Indianápolis marcou bastante pela raça com que o time jogou. O último quarto foram os 5 minutos mais longos da minha vida.

Pólo Ceará - Pelos anos de vivência no Pólo Aquático, você considera que o Pólo Aquático brasileiro está evoluindo ou está estagnado?

Duda - A nível mundial acho não mudou muita coisa. Continuamos no “terceiro grupo” no adulto e no junior acho que demos até uma piorada em relação à geração do Chaia e do Luis Guilherme. A nível nacional acho que tem mais gente jogando, o que é excelente, mas é inegável que as dimensões continentais do nosso país dificultam o intercâmbio, que é fundamental para o desenvolvimento do esporte como um todo.

Pólo Ceará - Quem foram os melhores jogadores com quem você jogou, a favor e contra?

Duda - Como tive uma carreira longa como atleta, joguei com várias gerações de excelentes jogadores. Destaco alguns como Álvaro Sanches, Ricardinho, Ayrton, Vinicius, Sólon, Carlinhos, Eric Borges, Pará, Beto, Kiko Perrone e Daniel Mameri. Dos gringos destaco o italiano De Magistri, o espanhol Manoel Estiarte, o alemão Frank Oto, os americanos Schroeder e o goleiro Wilson.

Pólo Ceará - Como foi a experiência como treinador?

Duda - Ser técnico durante 20 anos foi uma experiência fantástica. Pude aprender e crescer com várias gerações, ensinando o que eu mais sabia fazer. Como sempre dirigi equipes de base até o junior, pude me dar ao luxo de não ter como único objetivo a performance, tratando cada atleta de uma forma individualizada visando sua formação como um todo, e não como uma peça de um jogo. Se nem todos foram campeões no esporte, são hoje grandes homens e, principalmente grandes amigos, e tenho por eles o mesmo carinho de quando eram moleques. Isso para mim foi a grande conquista como técnico. Os troféus
e medalhas estão guardados cheios de poeira.

Pólo Ceará - Você está desligado do Pólo Aquático há três anos, mas de vez em quando ainda bate uma bola com os masters. O "verme" do Pólo Aquático jamais tem cura? Como são esses encontros?

Duda - Viver 30 anos totalmente envolvido com um esporte e dizer que não sente
falta parece mentira, mas vi tanta sacanagem nesse tempo de atleta/técnico que confesso que perdi um pouco o encanto do esporte como performance. Tenho a consciência tranqüila por ter feito o que estava ao meu alcance para tentar melhorar o esporte. Criei a Divisão Especial com o apoio da FARJ num projeto que durou 3 anos e continua hoje com enorme sucesso promovido e muito bem organizado pelo site, com etapa em vários Estados, mas hoje em dia só acompanho pela internet para saber como estão os amigos e vejo (quando
passa) alguns jogos na tv.

Pólo aquático pra mim hoje é só fazer aquele coletivão bem descontraído com os velhos, dar um montão de risadas, ver aqueles respeitáveis senhores empresários, médicos e engenheiros se comportando como adolescentes e tomar um monte de cervejas depois. Concluindo, na minha opinião o melhor do pólo aquático são a saúde e os
amigos.

A foto foi "montada" na piscina do América logo após as Olímpíadas de 1984. O jogador que simula a marcação é outro ícone da geração olímpica: Silvio Manfredi. E falando em grandes craques, no domingo que vem tem ninguém menos do que o ex-cracaço e vitorioso Solon dos Santos.


sábado, fevereiro 11, 2006

Pernada por pernada...

Se nosso querido amigo Rafael quis mostrar na foto abaixo a pernada que conseguiu em um mês de Pólo Aquático, Ricardo Perrone mandou a foto do irmão do Gabriel Reis, o Bernardo, uma das revelações do time do Botafogo.

Depois dessa espero que ninguém mais mande uma pior porque senão vai rolar uma desistência em massa por aqui... Essa foto, aliás, me lembrou o Nandinho, do grande time de 67 que jpgava pelo GB.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Nessie

Você já deve ter ouvido falar do monstro do lago Ness. Há quem diga que a foto acima seja um novo registro e irá ser vendido por uma fortuna à BBC ou à National Geographic.

Para preservar o amigo, aviso que o rapaz da imagem acima é o Rafael, fotógrafo oficial do nosso time. Mesmo que nenhuma onda seja vista na soturna piscina, ele garante que não está com o pé no chão. Mais inverossímil somente a cara de mau.

Caçula de mais de uma dezena de irmãos, Rafael treina há pouco mais de um mês e demonstra muita vontade e uma cordialidade fora do comum.

Desejamos a ele todo sucesso como atleta e como fotógrafo.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

O sonho americano

Americanos amam o mito do self-made-man, do cara que supera todas as dificuldades e se torna um vitorioso. Wolf Wigo, na foto acima "colocando o rosto na mão" do jogador croata, encarna bem essa figura. Veja aqui um trailler da versão cinematográfica da vida desse grande atleta.

"O Pólo aquático era considerado esporte de super-atletas"

Já repeti muitas vezes pro pessoal daqui e vou repetir de novo. O nível técnico dos veteranos de Fortaleza como Carlinhos, Abreu, Alexandre e Zé Claudio me surpreendeu no primeiro contato que tivemos, já que esses caras, quando treinavam, tiveram pouquíssimas chances de intercâmbio, não tinham em quem se espelhar. O coronel Amaral foi um dos responsáveis pela formação desses jogadores juntamente com o Barrosão, hoje residindo no interior do Ceará. E é o Amaral, que teve a rara experiência de treinar na Hungria, quem conta um pouco sobre a história do Pólo Aquático cearense.

Pólo Ceará - Entre os veteranos ex-jogadores de Fortaleza que estão voltando, a gente percebe um excelente nível técnico. Como foi o trabalho que você fez no PóloAquático em Fortaleza?
Amaral - Depois de ter sido convocado para a seleção brasileira (frutos extraídos dos JEB´s) fui para Academia Militar das Agulhas Negras - AMAN, em 1976. Ao chegar na AMAN procurei logo a me relacionar com o grupo do polo aquático, mas senti que faltava muito para desenvolver.

De goleiro passei a jogar de pivô. Ao término da Escola (79), ganhei um troféu por ter sido considerado o melhor jogador de polo aquático dos últimos 4 anos. Fiz a Escola de Educação Física (84) e retornei a Fortaleza (85)(CMF). Aqui passei a trabalhar a equipe do Colégio Militar, que logo logo começou a ter resultado. Recebi um convite para treinar a equipe do Náutico, no lugar do Barroso, que estava querendo sair. Aceitei o convite e passei a formar um time com os veteranos que treinavam com o Barroso e trabalhei uma equipe de jovens. Montei um grupo no Náutico com 45 atletas de pólo (entre homens e mulheres).
Fui jogador de polo de 1970 a 1979 e técnico de 1985 a 1989.

Pólo Ceará - Os dois nomes sempre citados como treinadores são o seu e o do Barrosão. Algumas pessoas citam ainda o Eugênio. Quem começou esse trabalho? Vocês chegaram a participar de competições?
Amaral - Quem iniciou o pólo no Ceará foi o Colégio Militar, com a chegada de oficiais que serviram no Sul. O Sargento Noronha foi o nosso primeiro técnico a conseguir um troféu nos JEB´s (73 e 74 – em que disputei).

Participamos de um torneio N/NE em Recife, trouxemos a equipe do Flamengo para jogar aqui. Realizei amistosos com as equipes do NE, além de outras disputas entres clubes, particularmente com a AABB.

Pólo Ceará - Por que o Pólo aquático acabou em Fortaleza e ficou mais de 10 anos esquecido?
Amaral - O JEB´s foi o grande impulso para o polo aquático, pois tínhamos um objetivo a alcançar. Com o fim do JEB´s e JUB´s o pólo ficou um pouco esquecido. Para iniciar todo e qualquer trabalho, acima de tudo, temos que colocar amor naquilo que fazemos. Quando comecei a trabalhar o pólo no Colégio Militar, ficava sem almoçar, só para treinar a garotada, pois sentia uma resposta do grupo. E assim foi se formando uma equipe.

Os técnicos de natação sempre culparam o polo aquático como o responsável pela fuga dos seus atletas. Eu desenvolvi uma boa natação nos meus atletas, ao ponto de disputar com a equipe da natação nas provas de velocidade. Outra decepção é ver as piscinas sendo construídas muito rasas, simplesmente por pura economia.



Pólo Ceará - Nos anos 60 o Pólo Aquático só perdia em audiência no Rio para o futebol e basquete. Os jogos tinham tanta gente que até os ingressos eram cobrados. Como era o clima nos campeonatos aqui em Fortaleza na sua época?

Amaral - O Pólo Aquático tomou grande impulso graças a uma grande pessoa chamada João Havelange, pois ele era um ex-jogador e muito fez por este esporte, inclusive dando passagens para a equipe do Brasil disputar uma olimpíada.

As competições eram bastante assistidas, pois o Polo era considerado um esporte dos superatletas. Antes não existia essa febre do ironman. Os jogos na AABB e no Náutico eram bastante concorridos.

Pólo Ceará - No nosso time atual do Náutico há o Dirceu e eu que treinamos nos anos 80 no Fluminense com o Jorge Herculano (Jorgete) e Claudino, já treinador consagrado no seu tempo. Você numa conversa por telefone contou que conheceu o Jorgete. Você poderia falar um pouco sobre esses nomes e sobre outros destaques da época?
Amaral - Meu contato com a turma do Rio e SP era muito pouca, excetos os que foram para a Europa. Conheci o Jorgete no Fluminense e nos JEB´s, ele sempre foi um ícone, incentivador do esporte. A turma respeitava muito o Jorgete no apito. Não “alisava”.
A viagem à Hungria foi com um grupo formado com os melhores dos JEB´s de 1974. Levaram também todos os técnicos dos estados que participaram dos Jogos. O Técnico do Ceará foi impedido de viajar por ser militar, pois o "estágio" foi na Hungria que era um país socialista controlado pela Rússia. Os destaques do time eram Beiçola, Paulo, Michel, Caco, entre outros...

Pólo Ceará - Ouvi dizer que quando chegou na Europa para jogar contra os húngaros você ficou impressionado com a força dos chutes. Como foi essa passagem?
Amaral - Quando cheguei na Hungria fui direto para a piscina. A equipe do Brasil estava com 3 goleiros. Eu (Ceará), Michel (Guanabara/Rio) e o Coutrim (SP). A primeira bola que fui defender furou o bloqueio das minhas mãos e bateu no meu rosto. Aí foi que aprendi a importância dos dedos cruzados ao receber uma bola chutada. A Hungria, quando estive lá treinando por um mês, era considerada a melhor equipe do mundo. Os americanos passaram bom tempo treinando também com eles. Inclusive levaram para EUA toda delegação principal de polo da Hungria para uma temporada.

Pólo Ceará - As regras acabaram de mudar para tornar o jogo ainda mais dinâmico. Como você compararia o jogo nos seus tempos para os últimos que você viu?
Amaral - Primeiramente, preciso me atualizar, mas com essas mudanças, as equipes passaram a trabalhar com mais velocidade e o gol ficou mais fácil. O princípio básico tático do Polo Aquático se assemelha ao basquete e até mesmo ao futebol. A bola gira por fora da área e se aproveita uma falha para se infiltrar a bola para um pivô (centro-avante).

Pólo Ceará – Desejamos sucesso na sua empresa (http://www.caprius.com.br/) de eventos de “Outdoor Training” e especificamente agora com os empresários na vivência na caatinga, de 16 a 19 de março. Isso não significa que não continuemos aguardando a sua visita na piscina...
Amaral - Hélcio, gostaria de encerrar nossa entrevista desejando um forte abraço a vc e toda a turma. Saiba que o seu sonho não pode ficar sem ação. Como disse Amir Klink: “Há tempo para planejar e há tempo para partir”. Você já soltou as amarras do seu barco, siga em frente, pois estarei ao teu lado para segurar o remo e dar um sentido as coisas sonhadas com amor.
Um forte abraço do amigo e incentivador de sempre, Walter Amaral.

As duas fotos são das vivências promovidas pela Caprius, empresa de ecoturismo do coronel Amaral.


quarta-feira, fevereiro 08, 2006

DVDs

Quer investir uma graninha pra dar uma estudada assistindo uns partidaços? Esse link tem grandes jogos. Só não sei se há incompatibilidade de sistemas.