terça-feira, fevereiro 13, 2007

Nem sempre a vida continua



A atrocidade cometida com um menino semana passada no Rio é um assunto sobre o qual nem dá pra falar. Nada é capaz de explicar ou nos fazer entender como se chega a esse ponto de crueldade.

Além do fato, no entanto, as consequências políticas são também odiosas. Juristas e congressistas ameaçam mudar a lei, políticos engrossam a voz, a sociedade diz que basta. Um barulho danado até que outro assunto repercuta e ninguém fale mais nisso.

A foto acima, tirada da excelente entrevista feita pela Luiza Moraes para o blog do Fluminense, é de quando a minha geração estava se juntando a nomes consagrados como Duda, Ricardinho, Luisinho, Clovão e Tonieto. Infelizmente eu estva parado e nem sequer vi esse evento.

Caras como Claudão, Cândido, Marcinho Ferretti, Felipe e outros que não estão na foto, são até hoje pra mim como irmãos e sempre os vejo quando estou no Rio.

Já o segundo agachado da esquerda pra direita, Gustavo Leal Tausz, o Guto, nós não podemos encontrar nos nossos chopes. Em 1994 nosso eterno capitão e amigo mais do que querido tomou um tiro de bala perdida na porta de casa, na rua Paissandu, e faleceu.

Piadas maldosas rezam que nos grandes jornais cinco mortes na periferia equivalem a um buraco de trânsito na zona sul. Mesmo assim a banalização da violência, já há mais de 10 anos, fez com que um jornal na época desse em suas páginas que o Guto tinha morrido perto do clube Payssandu, no Leblon. Para eles era apenas mais uma morte entre tantas.

Pra nós não.

Até hoje não sabemos lidar bem com a falta do Guto e talvez nunca saberemos. Nem muito menos com a possibilidade de a qualquer minuto outra pessoa querida virar uma nova vítima e sermos todos nós mais uma vez vítimas da demagogia política que atua (e não aje) de forma nefasta dentro da conveniência dos melhores holofotes.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Hélcio valeu a dica

bjs

Luiza

14 fevereiro, 2007  
Anonymous Anônimo said...

Fala Hélcio!

Eu quase sai do pólo por causa desse campeonato aí...na época eu estava com 16 anos e já tinha sido convocado pra jogar um campeonato de seleções (seleção B - formada por alguns juniores, e alguns "coroas" como o Duda, Perrone Pai, Dado...) que era realizado numa arena na praia de Copacabana lembra?...Então, o Valdir técnico do Flu na época me deixou de fora desse campeonato e colocou um jogador que não vem ao caso dizer quem era...que tinha voltado a treinar na semana do campeonato...quem me fez ficar e devo muito isso a ele foi o Guto, que disse que aquele campeonato era pouco perto do que eu iria disputar na minha carreira...ainda bem que eu ouvi o cara!!!

Abraço Quito.

16 fevereiro, 2007  

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