sexta-feira, junho 01, 2007

Arbitragem no Centro



Tudo bem, peguei pesado. O exemplo acima não é muito delicado. Não faço a menor idéia como se faz pra marcar um sujeito como Ivan Perez sem flutuação, e imagino que mesmo com todo time flutuando, ainda não seja muito confortável marcar o cara.

Essa questão da arbitragem no centro é um problema. Sei que não é só pra gente do Circuito, mas aqui se complica porque normalmente os masters que lideram o processo e, como nos reunimos apenas pra jogar, não existe um critério entre diferentes escolas. Tem muita gente apitando à moda antiga, outros de acordo com as regras novas, outros criando modelos híbridos baseados em algum jogo que viram ou outras informações.

Essa semana questionei o amigo Gu Coutinho, atleta, treinador e pai de atleta do Paineiras, sobre a marcação de centro num vídeo de um jogo de juniores entre Paineiras e Tijuca. Muito gentilmente ele entrou nesse nebuloso terreno, enviando considerações que acredito serem muito úteis a todos.

Aproveito para, em nomes de meus amigos de Brasília, convidar o Gu a voltar à Chapada em setembro com o Guzinho e quem mais quiser chegar.

Caro amigo Hélcio! Realmente este assunto não é fácil de ser esclarecido. O problema que você mencionou de que cada estado esta apitando de uma forma, também é um problema que acontece até mesmo com juízes apitando diferentemente no mesmo jogo. Pois o fator interpretação é o que conta.

Mas como você me pediu um parágrafo sobre o tema, vou tentar interpretar minha humilde visão. Com esta explosão de blogs e vídeos não está muito difícil você acompanhar as tendências de táticas e arbitragens, e pelo visto principalmente neste último mundial ficou claro que se o marcador que estiver atrás do centro, a bola for bem pingada e este marcador não conseguir pelo menos dar um tapinha na bola para tentar afastá-la da jogada, está expulso.

Logicamente que a briga para ganhar esta posição no centro não é fácil de ser apitada para um ou para outro lado, então o pau como feio (claro que sem movimentos muito exagerados que possam ser confundidos com agressões), e a hora da pingada passa a ser o momento certo de decidir o que apitar.

Aí é que entra a interpretação do juiz, e muitos fatores entram para dificultar a tal interpretação, como por exemplo, se o banheira que brigou feito um louco para ganhar a posição ainda tem fôlego para mantê-la e conseqüentemente não deixar o marcador alcançar a bola, e ainda por cima partir para a amarelinha e tentar a definição, e for seguro, este com certeza expulsará o marcador.

Mas e se na hora da pingada ele não tem mais fôlego e afunda ou não faz menção de ir para a bola, toda aquela briga vai por água abaixo literalmente. Tem também o fator da ajuda dos jogadores que estão no leque na hora da pingada. Eles vão chegar a tempo ou não? O marcador segurou ou não o centro de partir para a bola, e depois o soltou para seus companheiros roubarem a mesma? Ou o centro não foi seguro e simulou ser agarrado?

Muita coisa acontece em frações de segundos e muitos desses movimentos podem ser enxergados de um ângulo e não de outro. Aí esta criada a polêmica, pois cada técnico ou mesmo torcedor acredita que seu jogador que está na situação está fazendo o correto. Mas isso é papo que dá muito pano pra manga e coloca muitas cervejas na mesa, pois cada um, digo os juízes, são pessoas de visões diferentes, pois são seres humanos.

Sem contar a questão pessoal que age no subconsciente de cada árbitro, pois muitos já conhecem aquele jogador que já simulou muitas vezes então ele vai achar que ele está simulando de novo, e na verdade pode não estar, ou o jogador o olhou de cara feia em outras oportunidades se achando o injustiçado, e ganha à antipatia do juiz que passa a não apitar mais nada para aquele jogador.

Mas caro amigo Hélcio, como seu objetivo é dar uma uniformizada na arbitragem pro campeonato da Chapada, que por sinal é maravilhoso, pois já tive a oportunidade de jogar e apitar este campeonato, nada melhor do que reunir antes os árbitros envolvidos na competição, mostrar em vídeos as situações e debatê-las. Aí então estabeleçam os critérios e tentem segui-los, logicamente aqueles que forem minoria nas interpretações têm que ter a humildade de aceitar o que a maioria decidiu e apitar de acordo, pois muitas decisões dos técnicos dependem de como os árbitros estão apitando, e quando não existe esta uniformidade fica difícil para técnicos e jogadores saberem o que pode e que não pode.

Bom espero que vocês tenham sucesso no campeonato da Chapada, e vou confessar que um dos meus sonhos é participar neste campeonato junto com meu filho, pois ele tenho certeza que vai ficar encantado como eu fiquei, e a gente tem a obrigação de mostrar as coisas boas para nossos filhos. Um grande abraço e obrigado pela oportunidade de participar do seu blog.

Gu.

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

atenção!!!!!
a bola entrou, jogador por tras,
ta foraaaaaaaaaaaaaaa!!!

01 junho, 2007  
Blogger Emir said...

Gu, parabéns pela sua explicação, só discordo do: "o jogador o olhou de cara feia em outras oportunidades se achando o injustiçado, e ganha à antipatia do juiz que passa a não apitar mais nada para aquele jogador" O juiz tem que apitar aquilo que ele está vendo e não ficar de implicância com o jogador. Isso só acontece aqui porque temos pouquíssimas equipes e campeonatos amadores.

01 junho, 2007  
Anonymous Anônimo said...

Allemander comentou...

Permita-me dizer que a apreciação do Gu expressa a situação com as suas diversas possibilidades,tanto para o jogador no centro como para o marcador. Mas, resumindo, se a bola for bem pingada, dentro do alcance do jogador do centro e o marcador se esticar ou passar de alguma forma por cima dos braços, da cabeça ou do corpo do jogador de centro está fora.

01 junho, 2007  
Anonymous Anônimo said...

Caro Emir! Você falou que discorda da minha frase, mas depois concorda que isso acontece. E acontece mesmo, agora só pra colocar mais cervejas na mesa eu te pergunto, é o juiz que não esta preperado para aguentar as caras feias ou são os jogadores que são mal instruidos? Um abraço Gu.

02 junho, 2007  
Anonymous Anônimo said...

Caro amigo anonimo do primeiro comentário. Ah se fosse tão simples assim. Gu.

02 junho, 2007  

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