domingo, maio 06, 2007

Tribuna Livre - Sérgio Moraes

Nos comentários do último post, da Tribuna Livre com o Luisinho, Luis Fernando (pai de um atleta do Tijuca e um dos responsáveis pelo Blog do Tijuca) e Gu Coutinho (ex-jogador, técnico, pai de um atleta do Paineiras e um dos responsáveis pelo Blog do Paineiras) travaram um debate muito saudável sobre a viabilidade ou não da criação de uma Confederação Brasileira de Polo Aquático.

Pra não ficar no ar o que foi dito, sugiro aos dois, e a todos que se interessam pelo Polo Aquático, que enviem suas sugestões para helcio@fundamentalconteudo.com, que terei o maior prazer em postar, seja qual for a opinião, desde que seja assinada e que não ofenda ninguém. Se preferirem, posso criar uma lista de discussões online onde ficarão arquivadas as sugestões e os temas poderão ser debatidos pelas pessoas cadastradas. A presença de um moderador garante que os debates mantenham um nível produtivo.



Antes do debate dos dois, o Sergio Moraes, pai de dois atletas do Fluminense (a repórter Luiza, acima, e o Pedro "Skol") havia me mandado um artigo. O próprio Sergio se apresenta no texto e manda a sua sugestão.

O vídeo abaixo é uma continuação do primeiro, agora com a comeração do título da Taça Brasil conquistado pelo Fluminense. Lá no Blog do Fluminense tem todas as informações.



Hélcio,

Quando você me pediu um texto sobre algum tema do pólo aquático, minha primeira intenção era te pedir desculpas e dizer que com apenas quatro anos sentado em arquibancadas de pólo seria muita pretensão minha escrever alguma coisa que contribuísse para a comunidade desse belo esporte. Mas, por outro lado, acho que seria uma indelicadeza com você não tentar. Quando o meu filho mais velho Pedro, de 14 anos, viu pela primeira vez uma partida de water polo, ele tinha apenas 7 anos, desse dia em diante ele não parou mais de pedir para trocar a natação pelo pólo. Olha que era uma partida da extinta Divisão Especial (uma espécie de segunda divisão que tinha no Rio, muito boa por sinal), que estávamos acompanhando por acaso. Eu dei graças a Deus de meu filho estar escolhendo um esporte com pouca visibilidade, imaginava que um esporte sem mídia seria mais divertido, sem aquela pressão, por exemplo, que os pais e treinadores fazem na natação, futsal e etc. Mas hoje, com minha filha Luiza, também jogando pólo e toda a família acompanhando, tenho certeza que o WP não merece tanto descaso. Só que gostaria de participar dessa "Tribuna Livre", escrevendo alguma coisa que não fosse um lamento. Apesar de achar que temos muito a lamentar, acredito que tem um monte de gente 1.000 vezes mais gabaritada no pólo para apontar os absurdos e descasos desse esporte maravilhoso, que alguns dirigentes da CBDA acham chato.

Bem, vou começar me apresentando. Meu nome é Sérgio Moraes, 45 anos, sou fotógrafo da agência de noticias REUTERS e cubro basicamente o assunto que mais gosto que é esporte. Sou casado com Lilian, sou pai do Pedro "skol" Moraes, do Infanto-Juvenil do Fluminense e da Luiza do Infantil do FLU. Como fotógrafo, cobri duas Copas do Mundo (EUA e França) e três olimpíadas (Atlanta, Sidney e Atenas). Pratiquei um monte de esportes como: futebol de praia, futebol de salão, natação, surf e vôlei. Hoje participo de um projeto criado pela Cris, mulher do Carlinhos que é o Time da Família (escolinha de Water Polo para adultos, que visa arrecadar fundos para as divisões de base do FLU) e engano um pouco no meu long board.

Desde que meus filhos chegaram ao Fluminense, vejo o feminino se formar e se acabar ano sim, ano não, mas nunca me preocupei, porque minha filha ainda é muito nova e o Infantil é misto. Mas como no final do ano que vem ela muda de categoria, passei a pensar no que ela vai ter que fazer para continuar jogando, já que ela nem cogita mudar de esporte. Como moro em frente ao clube e acho a comissão técnica do Fluminense espetacular, comecei a me preocupar. Conversando com minha mulher e com a Cris, que sabe como ninguém agitar o WP do FLU, com idéias como a do Time da Família, painel de noticias, panfletos pra distribuir em escolas, prédios de Laranjeiras e muito mais, começamos a falar do feminino pelos quatro cantos do clube. Hoje já são quatro meninas na escolinha, quatro no Infantil e esses dias apareceram duas meninas do nado sincronizado, que levam o maior jeito e mais quatro também do nado já foram pedir pra treinar com o Quito. Isso me fez ver que a imagem violenta do pólo, pelo menos no Fluminense, está acabando. Sem dúvida por um trabalho de divulgação interna, que poderia ser feito em todo estado e em todo o país, ou seja, as pequenas iniciativas podem ser uma bela arrancada para fazer esse esporte voltar a crescer. Iniciativas como as de vocês do norte/nordeste/centro oeste como esse já famoso Circuito Nacional de Pólo Aquático.

Eu acho que se conseguirmos ressuscitar o feminino do FLU vamos contagiar ainda mais o já empolgado WP do clube. As meninas vão trazer as irmãs, irmãos, primas, primos, amigas, amigos, e elas mesmas vão "roubar" outras garotas da natação e de outros esportes e algumas que tiveram que sair e ainda estão praticando pólo em outros clubes sem dúvida vão voltar, fazendo com que dessa vez seja possível estar sempre renovando as categorias. Isso seria fundamental para o Fluminense e para as outras equipes que têm feminino para que tenham cada vez mais adversárias e para que não tenhamos mais um Campeonato Brasileiro com apenas quatro equipes, como esse último Brasileiro Júnior no Rio.

O ideal é pararmos de nos lamentar e passarmos a criar projetos dentro dos nossos clubes, sem dúvida eles ajudarão ao seu próprio clube, mas também a todos os outros e a toda comunidade. Porque contagiando um, esse vírus vai se espalhar e a comunidade aquapolista vai se tornando cada vez mais forte e assim pode fazer valer sua autoridade na Federação Estadual que vai defender os interesses do WP na Confederação, que será obrigada a se curvar aos verdadeiros donos da bola amarela, que são os atletas e seus treinadores. Criando campeonatos de longa duração, Interfederativos (tão pedidos por todos) e levando nossas seleções e nossas jovens promessas para jogar e treinar fora do país. Caso contrário, vamos passar anos escutando os cartolas falarem que são os clubes que não querem todas essas coisas que vejo a comunidade reivindicar sem ser atendida. Com pequenas iniciativas e união entre os clubes se pode ir muito longe.

Para terminar essa minha tentativa de sugestões, gostaria de dizer que acompanhando o pólo aqui no Rio, e lendo no blog Ceará o que se passa fora do eixo Rio-Sampa, acredito que poderíamos ter um ótimo nacional feminino de clubes e principalmente de seleções, já que mesmo no Rio e em São Paulo as meninas ainda estão em formação, diminuindo muito a diferença que já existe no masculino. Mas ou menos o que já acontece mundialmente com o Brasil. E no masculino poderíamos tranquilamente ter uma liga com pelo menos duas divisões (na Austrália e no Canadá são várias). Isso faria os estados menos desenvolvidos no pólo a ter patrocínio dos governos estaduais, já que estariam divulgando seus estados pelo Brasil. Claro que os preguiçosos vão dizer que não têm dinheiro. Mas basta regionalizar e criar etapas como as competições feitas aí por vocês. Não tenho dúvida que uma TV compraria essa idéia, pode não ser a Sportv, mas a ESPN sem dúvida toparia ou qualquer outra. Resumindo, minha sugestão é que com pequenas iniciativas se pode conquistar grandes avanços.

Grande abraço Hélcio

Sérgio Moraes

4 Comments:

Blogger Hélcio Brasileiro said...

Errata: O Gu ainda joga e acabou de jogar ao lado do filho pelo Paineiras!

06 maio, 2007  
Blogger Emir said...

Hélcio e Sérgio, desculpem, mas resposta é para o Luisinho que, lá na matéria dele, postou uma resposta pra mim, pro Luis Fernando e pro Gu. Luisinho, você fala que:"Já começamos a nos movimentar aqui no Rio." Quando e onde, se estamos pedindo para começar um entendimento? Será que é mais um movimento secreto? Espero que não. Não nos deixem de fora apenas por sermos "inexperientes" dentro do esporte. Com nossa experiência profissional poderíamos contribuir em alguma coisa. Ninguém sabe tudo e novas idéias podem surgir. Um abraço, Emir
PS - Hélcio, acho uma boa iniciarmos o debate por chat, apesar de não gostar muito desta ferramenta de comunicação. Só não sei como criar uma comunidade. Você consegue?

07 maio, 2007  
Anonymous Anônimo said...

Emir
Fique tranquilo.
Apenas comecei a falar com alguns Masters sobre o interesse em participar do projeto.
Vamos falando.
Abraço
Luisinho

07 maio, 2007  
Blogger Emir said...

Valeu Luisinho, estamos todos juntos nessa jornada.
Forte abraço.

07 maio, 2007  

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