quarta-feira, fevereiro 28, 2007

O ovo ou a galinha?

A crise na seleção estava anunciada desde sempre. Discutir de quem é a culpa não chega a ser tão importante se ninguém perceber que está tudo errado.

Aliás, isso parece ser a única vantagem nisso tudo. Quando se chega onde não tem mais o que piorar, acredita-se que a tendência seja melhorar. O que acho complicado é pra quem vai estar com a cara na frente quando os resultados na piscina não forem os que a gente quer, nem muito menos os que as pessoas que estão envolvidas nisso no dia-a-dia desejam (tomara que isso não aconteça!).

Desculpe se estou parecendo dramático demais, ainda mais num blog feito no Ceará por um cara que nada sabe do que acontece nos bastidores, e que vai continuar tranquilo na praia seja qual for o resultado no Pan. Sou apenas um cara que adora Polo Aquático, nada mais.

A grande questão é que para se tornar um atleta de elite não se necessita apenas talento, o que nós temos de sobra. Precisa treinar muito e ter um intenso intercâmbio. Treinar muito, em dois expedientes, acaba sendo sempre um complicador no trabalho e com a família. Por mais que se tenha amor ao esporte, a encruzilhada é inevitável. Não há como manter horas de dedicação diária sem uma remuneração digna. Amor ao esporte não paga supermercado nem aluguel.

O que esse pessoal recebe não condiz com a dedicação requerida. Fica difícil manter um equilíbrio na vida pessoal. Nem pra cobra-los como eles devem ser cobrados, não dá, afinal, como exigir que o cara deixe de trabalhar ou estudar?

Pra piorar, vem a falta de intercâmbio, indispensável ao aprimoramento. Imagino como seja pra um cara com a experiência do Daniel Mameri perder pra um time como o Canadá, que ele antes ganhava sem muito esforço.

É um soma de baldes de água fria.

O investimento tem que começar bem antes da seleção. Em todos os estados do Brasil tem gente querendo montar times de Polo Aquático, organizar eventos, sem encontrar apoio. No Rio e SP, onde é mais difundido, ele tem tudo pra sair dos clubes, ir pra praia, lagoas, pequenas piscinas, ser adaptado de forma que permita brincadeiras lúdicas pelas crianças.

É baratíssimo manter uma mídia atuante, transmitir jogos pela internet, disponibilizar arquivos P2P, inserir palestras e vídeos de treinamento no youtube, há uma infinidade de ações baratas que podem ser feitas pra popularizar o Polo Aquático e, assim criar um plano de negócios consistente pra tornar o esporte comercial e interessante aos olhos da grande mídia.

Por enquanto vamos torcendo com o máximo de nossas forças pra todos que fazem parte das seleções masculina e feminina conseguirem tirar grandes alegrias do Pan. Eles merecem.

A foto acima (www.cbda.org.br) foi tirada um ano atrás, no sul-americano.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Seleção masculina

Algo não vai bem por lá...

O que será que está acontecendo?

Tecnologia

Dia desses um atleta da seleção brasileira definiu como "sombria" a expectativa do Brasil no Pan. Só pode. Uma seleção que não tem verba pra viajar, que sabe que terá pela frente a pressão de jogar em casa e não recebe nenhum apoio em sua preparação, não poderia ser muito melhor.

Há décadas o esporte de alto rendimento deixou de ser decidido apenas pelo talento natural dos atletas. O que se busca é a perfeição, o desempenho máximo, o fim do erro, por menor que seja. Quando se vê um jogo entre os melhores times, não dá pra dizer que há um muito melhor, mas as estatísticas provam que no final das contas há essa superioridade.

Para eliminar essa diferença quase invisível, a Espanha aderiu a treinamentos com alta tecnologia utilizados por outras equipes. São duas câmeras (com possibilidade de se movimentar e dar zoom), uma dentro e outra fora da água, e todas as estatísticas que vão desde a velocidade dos chutes a uso de força e qualificação de desempenho em cada movimento. Vale muito a pena ler o texto.

Mais uma vez obrigado ao Ricardo Perrone pela dica.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Bem ali...

Estava aqui esperando um download meio demorado e resolvi ficar fuçando novidades de polo aquático no youtube. Cheguei nesse clip de um time da Áustria chamado ASV.



Logo em seguida vi que tinha uma matéria bem longa sobre o mesmo time. Pelo jeito lá na terra da música clássica também tem muito fissurado na bolinha amarela. Deve haver mesmo algo de bom nesse esporte.

sábado, fevereiro 24, 2007

Unidos do Polo Aquático

Os blogs brasileiros sobre polo aquático voltaram ao gás total.

O do Fluminense trouxe esse vídeo sensacional sobre grandes goleiros em diferentes décadas. Masi uma fantástica produção do pessoal do Sabadell e sua El Cuervo Produções.



O do Flamengo investiu de novo numa tendência muito legal que é a de produzir os seus próprios vídeos, como sempre fez muito bem o pessoal do blog do Paineiras. No vídeo abaixo as meninas se aquecendo de forma divertida, mostrando como o sentimento que une quem gosta de Polo Aquático extravasa as bordas da piscina. Muito legal.



E o blog do Tijuca continua sendo o grande fiscal atento a tudo, trazendo informações detalhadas de campeonatos ao redordo mundo.

Estilos diferentes de ver o mundo, abordagens distintas unidas pelo crescimento do Polo Aquático em pequenas pílulas que podem abrir muitas cabeças. parabéns a todos e vamos continuar nos divertindo.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Polo Aquático húngaro

Mais uma limpeza rotineira no PC e vários pequenos vídeos encontrados.



Esse é de uma série (postarei outros dois em seguida) de lances húngaros. Infelizmente está sem áudio. Não me lembro se baixei direto do Pro Water Polo ou se já foi por tabela pelo Emule.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

O cara

Já contei que trabalhei um tempo em editoria de esporte amador de jornal. Era impressionante como chegava campeão mundial que eu nunca havia ouvido falar. Tinha campeão de tudo.

Desde que voltei a vivenciar o polo aquático, encontrei muita gente que diz que foi campeão brasileiro (às vezes bi, tri, tetra,...), da seleção e o escambau. Como passei muitos anos distante e também não estou aqui pra questionar ninguém, nem muito menos esquentar a cabeça, concordo e pronto. Afinal, como se dizia antigamente: "todo velho já matou onça".

Enfim...

Se tem um cara que pode dizer que fez e aconteceu no Polo Aquático, mesmo tendo nascido e se criado fora do eixo Rio-São Paulo, esse cara é o Léo Vergara. E ele nunca abandona as raízes. Na Páscoa ele organizará um excelente evento em João Pessoa. Nós aqui ainda não sabemos se levantaremos grana pra levar nem que sejam sete atletas só pra não perder a oportunidade. Vamos ver se rola.

Nessa foto histórica enviada por Ricardo Perrone, estavam reunidos jogadores de cinco gerações diferentes na mesma seleção, tirada no Pré-Mundial de 2001 na República Dominincana. Da esquerda pra direita estão Vicente, Beto Seabra, Pará, Kiko (em seu penúltimo evento pela seleção brasileira), Léo Vergara, Daniel Mameri e Felipe Perrone (em sua estréia na seleção adulta).

Esse time se classificou pro Mundial do Japão ganhando mole do Canadá (bons tempos...) e fazendo um jogo duro contra os EUA, perdendo por 7 a 5 em placar definido nos momentos finais. Imagino o quanto essa galera toda não aprendeu com o Léo, tanto na piscina durante o jogo, quanto na capacidade de celebrar a vida depois das partidas.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Obrigado Ernesto!

Eduardo, Ernesto e Hélcio

Em janeiro o Ernesto, super-herói que mantém sozinho o Polo Aquático vivo em Jundiaí há muitos anos, veio de férias para Fortaleza com a esposa e sua filhinha, e não deixou de passar umas três vezes pelo Náutico. Convidado pelo seu ex-atleta Eduardo, tirou um dia para puxar um muito variado treino, reforçando assim nossa tentativa de começar a formar mais treinadores para difundir o Polo Aquático.
Na foto acima ele orienta um ataque-defesa da molecada que havia começado a treinar uma semana antes e em quem estamos apostando todas as fichas pra manter o polo aquático vivo em Fortaleza.
Depois do treino uma confraternização. O Ernesto foi fantástico com a gente, muito sério durante o treino e extremamente tranqüilo depois. Mais uma vez a gente tem apenas a agredecer ao polo Aquático pela possibilidade de novas amizades que ele sempre nos proporciona.

Aliás, nesse mês estamos podendo ter o prazer de ter o Renan, atleta junior do Fluminense, treinando com a gente. Outra grande figura, mais um amigo.

Bom carnaval a todos!

Polo Aquático é comercializável

Um dos discursos recorrentes é que não há patrocínios para o Polo Aquático. Acho difícil.

Dia desses o blog do Fluminense trouxe Ivan Perez e outros atletas num comercial de cerveja.

A maioria das pessoas aqui já deve ter visto o VT em francês com o ex-bad boy do futebol e atual mestre cerimônias de todos os vídeos da Nike, com jogadores como Ronaldinho Gaúcho e Thierry Henry: Eric Cantona. Na época ele ainda não estava gordo e, ao não conseguir jogar Polo Aquático, tomava um Ice Tea e fazia um gol chutando em pé sobre a água.



Outro comercial famoso é com o galã e ídolo húngaro Tamas Kasas, apontado por muitos (leia os comentários do vídeo) como o melhor jogador do mundo. A popularidade do atleta fica evidente na pequena trama.



Não esqueçamos o vídeo da Mikasa.



Pra terminar outro vídeo feito pela Budweiser pro SuperBowl, evento esportivo que pára os Estados Unidos e tem o espaço publicitário mas caro do planeta. O legal é ver os comentários do vídeo. Um dos caras chega a dizer que já jogou tanto polo aquático quanto futebol americano e que o polo aquático é muito mais duro.



Diferentes países, diferentes produtos, um único esporte, sempre associado a uma habilidade específica, onde uma pessoa destreinada pode entrar apenas se tiver super-poderes ou burlar as regras.

O Polo Aquático vende. Ele tem um conceito forte. Qualquer pessoa que vê um treino ou jogo pela primeira vez, diz: "Como vocês aguentam? Estou cansada só de olhar!".

Algo que requer tanto condicionamento físico, técnico e tático agrega conceitos importantes a um produto. Repito: o Polo Aquático vende. Basta ter alguém que se interesse em vender.

Ah, uma mexidinha nas regras facilitaria.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

O clã da Bahia ( e não são os Caymmis!)

Quem nunca ouviu falar de Ricardo, Kiko e Felipe Perrone não sabe nada do Polo Aquático brasileiro. Os caras foram onde quase ninguém foi e chegaram a ser campeões, pai e filhos, jogando juntos. Eles, no entanto, não são os únicos a desfrutar o esporte em família. Há diversos outros casos de irmãos dentro do Polo Aquático em todos os tempos como os Reis, Sanchez (que tinha ainda um sobrinho), Chaia, Vergara e tantos outros.

O que acontece na Bahia vai além. Pela quantidade, lembra muito mais um clã de outro esporte: os Gracie no jiu-jitsu. Na família Albuquerque é assim: nasceu homem, vai jogar Polo Aquático. Que eu saiba apenas as meninas não aderiram. A entrevista abaixo é com um dos mais entusiasmados na casa da bola amarela. Diego batalha pelo retorno da modalidade em Salvador, é um dos idealizadores e maiores incentivadores do Circuito Nordeste/Centro-Oeste e está sempre pronto pra viajar, mesmo que sozinho, pra jogar onde for. Conheçam um pouco mais desse grande amigo:

Polo Ceará - Vocês estão formando um verdadeiro clã no polo aquático baiano. Quantos da família já jogaram ou jogam?

Diego - A família é grande e o pólo é uma diversão para todos. Ao todo são 09 que pelo menos já jogaram. Os tios André (41 anos), Guga (40) e Paulinho (37). Eu (24) e meu irmão Lucas (27) e os primos Alexandre (22), Jorginho (17), Caio (16) e Gustavo (13). Desses só o Guga que não joga mais por ter colocado uns parafusos no ombro depois de uma queda de moto. E a tendência é aumentar o número de jogadores. O André já tem dois filhos, um de 05 e outro de 02 anos, e por aqui ninguém tem dúvidas qual esporte eles vão seguir. O pessoal até brinca (exageradamente é claro) que os Albuquerques são os Perrones da Bahia.

Polo Ceará - Seu tio, ex-goleiro do Tijuca (RJ), começou o movimento. Conte como foi esse início dele no polo aquático e em que nível ele chegou.

Diego - Quando eu ainda nem fazia pólo o André já estava deixando os treinos, mas ainda me lembro do pessoal irritado nos coletivos porque a bola simplesmente não entrava. André começou aos 16 anos treinando com o Pedro Amazonas. Ele já tinha boa natação, mas devido a sua envergadura foi virar goleiro. Aos 18 anos foi 3º colocado em um campeonato brasileiro de seleções estaduais e foi convocado pela 1ª vez para seleção brasileira, para ser banco do André Pará.

Por infelicidade foi cortado devido a um estiramento na virilha. Mesmo assim passou uns tempos treinando no Rio. Algum tempo depois André foi convocado para seleção que iria disputar o PAN de 91. Mais uma vez o azar cruzou seu caminho. Há uma semana da viagem André caiu da moto e quebrou a clavícula. Depois disso o pólo aqui na Bahia já havia parado, pois o Pedro Amazonas teve que deixar o esporte por problemas de saúde. Atualmente André mora em Madrid-ESP com sua família e vai começar a dar aulas de pólo para um time feminino.





Polo Ceará - Como foi a implantação do Polo Aquático em Salvador. Que dificuldades vocês encontraram?

Diego - Já ouvi dizer que o pólo na Bahia começou lá pela década de 60 ou 70, quando o Pedro Amazonas ainda era jogador. Depois o Pedro virou técnico e foi quando ele treinou meus tios (todos goleiros). Depois que Pedro deixou o pólo, André já como técnico assumiu em meados de 94 e montou um time de garotos (eu, meu irmão, etc etc). O grande problema sempre foi a falta de apoio e o descaso. Sem falar nos poucos lugares possíveis de se praticar. Em Salvador só existe uma piscina olímpica. Nossos treinos são no falido Clube Baiano de Tênis, mas aos trancos e barrancos fomos nos estabelecendo. André deu um enorme sangue para reerguer o pólo e quase que não recebeu nada em troca. Hoje em Salvador o pólo respira um pouco, graças à etapa realizada aqui e aos poucos jogadores que permanecem. Mas me preocupa o futuro. Tenho muita esperança que Léo, um cara que cresceu comigo respirando pólo e hoje é professor da UFBA de Educação Física possa levar a garotada pra frente. Ele tem bons projetos.


Polo Ceará - Quais foram os momentos mais marcantes do Polo Aquático em Salvador?


Diego - O Pólo da Bahia do final da década de 80 era quase que imbatível na região. Chegou a ser 08 vezes campeão N/NE.

Quase 10 anos depois, o time que eu jogava levou 03 anos de ferro nos N/NE, depois disso passou a colecionar títulos e foi 04 vezes campeão N/NE (99,2000,2001 e 2002), ganhando final de campeonato por placares como 14 X 0. Mesmo com a superioridade regional da época, sempre foi gritante a nossa inferioridade em relação aos times de Rio e São Paulo. Disputamos 2 brasileiros e só conseguimos ganhar apenas uma vez para uma seleção de Brasília. Os outros jogos sempre tomamos balaio.

Outro momento mágico do pólo aqui foi poder rever um grande campeonato realizado em Salvador, como foi a 2ª Etapa.

Polo Ceará - Aí na Bahia tem também Polo Aquático em Feira de Santana. Vocês fazem esse intercâmbio?

Diego - O pessoal de Feira sempre teve um pólo forte, inclusive com fama de briguentos. Por isso sempre houve uma rixa muito grande dos times daqui com eles. Atualmente lá está muito em baixa. Ainda não foi possível fazer amistosos com eles por falta de disponibilidade de ambos. Mas vale lembrar que no Circuito nosso time tinha 02 jogadores de Feira de Santana.

Polo Ceará - No primeiro evento de retorno da Bahia, além de você, cujo o potencial já conhecíamos, tinha o Silvio, canhoto muito eficiente, um centro forte e um time, que mesmo destreinado, era obediente taticamente, priorizava a marcação e manteve um padrão de jogo bem legal em todas as partidas. Como o time sentiu a volta à piscina?

Diego - Muita alegria e muito cansaço. Alegria por juntar duas gerações no mesmo time e cansaço pela falta de preparo. Mas o time era experiente e conseguiu fazer um bom papel levando em consideração as condições. André jogou de linha, como último homem. Quem é o goleiro atualmente é Paulinho. O Silvio (canhoto) dispensa apresentações. Junto com André ele também já foi convocado para seleção brasileira. Hoje está com uns quilinhos a mais, só que ainda é difícil “marcar o véio” como ele mesmo fala. Silvio é pólo-arte, jogadas impressionantes e eficientes. Eu tiro o chapéu pra ele.

Polo Ceará - Como foi que você conseguiu tanta mídia pro evento de Salvador?

Diego - Realmente não foi fácil. Contei com o Know-How em eventos da Rinha Comunicação Total, uma agência de publicidade que sou sócio. Contei também com a ajuda de um amigo administrador, o Rodrigo Paolilo. Ele é um experiente gestor de projetos, além de ex-atleta. Com isso, pudemos fazer uma série de contatos e elaborar uma proposta clara para o campeonato. Assim conseguimos o apoio da TV Bahia que foi vital para alavancar o ressurgimento do pólo no estado. Mas confesso que mergulhei de cabeça neste projeto, dei um verdadeiro sangue. Para quem quer mídia é importante mostrar como o patrocinador ou apoiador vai sair ganhando. Seja claro e objetivo sem fantasiar demais. O pólo não vende igual a futebol, mas tem seu lugar para a comunidade esportiva, é só saber negociar.

Polo Ceará - Você, se morasse no Rio ou em SP, com certeza chegaria a um alto nível pelo seu biotipo, boa natação, chute forte e extrema dedicação ao polo aquático. Fale sobre sua evolução no Polo Aquático, passando pela experiência no Canadá e suas perspectivas.

Diego - Quando eu era mais novo meu sonho sempre foi chegar um dia à seleção brasileira. Infelizmente não aconteceu. Não sei se morando no Rio ou em São Paulo eu chegaria à seleção, mas garanto que ia me esforçar ao máximo, e acredito que chegaria a um bom nível competitivo pelo meu esforço e dedicação. Só que daqui de Salvador hoje em dia, simplesmente NÃO DÁ!


Eu comecei no pólo aos 13 anos, quando meu irmão e meu primo já jogavam. Eu vim da natação e isso facilitou minha maneira de jogar. Mas nunca me achei um jogador destacado. No começo eu até achava que André me escalava no time só porque era meu tio. Uma vez o Cabral do Rio me elogiu num brasileiro como um dos 20 melhores jogadores do campeonato e eu achei que era só pra eu não desanimar. Talvez tenha até sido rsrs, mas aos poucos fui ganhando mais confiança, até ser o capitão do meu time júnior.


Estudei 03 meses em Toronto no Canadá. Fiz um teste e passei no time da York University. Pra mim era um sonho ver tudo organizadinho, com varias pessoas jogando. Eu treinava com um time juvenil e um adulto. O adulto tinha 02 caras que jogaram na seleção canadense e o goleiro era da seleção junior. Disputei a Liga de Ontário, jogando por 2 times ao mesmo tempo: O da York University (2ª divisão) e o Mavericks Water Polo (1ª Divisão). O nível de Rio e São Paulo não fica muito atrás, porém lá existe uma variedade muto maior de jogadores bons, sem falar na organização. Agora o feminino canadense dá show! Joguei algumas das melhores partidas de minha vida, mas depois do campeonato tive que voltar para o Brasil e concluir os estudos. Lá em Toronto era muito difícil conseguir bolsa para ficar por lá.

Polo Ceará - Ouvi dizer que um primo seu que joga na Espanha brilhou em Recife. A família quer dominar o mundo? Fale sobre a experiência do seu primo.

Diego - Como você adivinhou que nosso plano é dominar o mundo? Hahaha.

Mas de fato, não me lembro de nenhum campeonato que tenha jogado com Alexandre que ele não tenha sido o artilheiro do time. Ele é um matador! Ele sim, se tivesse oportunidade de morar no Rio ou São Paulo chegaria à seleção brasileira com certeza. Hoje ele trabalha em Sabadell na Espanha como Salva-Vidas e quando pode sempre vai aos coletivos no clube onde a equipe do Sabadell treina. As vezes até treina com os profissionais. Mas para ele se profissionalizar por lá teria que passar uns 04 meses só treinando o dia todo pra pegar ritmo. E como ele precisa trabalhar pra se sustentar, fica mais difícil.

Polo Ceará - Você é um dos idealizadores e maiores incentivadores do Circuito. Qual a sua expectativa pros próximos anos de Circuito?

Diego - Saber que o Circuito está vivo é um alívio. Tenho um desejo de viver com o pólo constantemente na minha vida. Que eu possa ir jogando campeonatos assim até ficar velhinho. E o Circuito é uma realidade. Acredito que se continuarmos tratando-o com esta importância, logo logo vai andar com as próprias pernas e crescer ainda mais. Mas por enquanto é preciso alguns sacrifícios que futuramente serão recompensados. Quando estava organizando a etapa daqui ouvi muitas coisas que tive que engolir a seco para não desanimar. Gente que se diz à favor do esporte, mas não faz nada para ajudar e as vezes só atrapalha. E toda vez que falavam “largue o pólo, isso não bota comida na mesa” eu respondia “para mim o pólo não bota comida na mesa, mas alimenta o coração” e é isso que eu acredito. Portanto, não tem como não acreditar no sucesso de um Circuito feito por pessoas que realmente amam pólo.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Nem sempre a vida continua



A atrocidade cometida com um menino semana passada no Rio é um assunto sobre o qual nem dá pra falar. Nada é capaz de explicar ou nos fazer entender como se chega a esse ponto de crueldade.

Além do fato, no entanto, as consequências políticas são também odiosas. Juristas e congressistas ameaçam mudar a lei, políticos engrossam a voz, a sociedade diz que basta. Um barulho danado até que outro assunto repercuta e ninguém fale mais nisso.

A foto acima, tirada da excelente entrevista feita pela Luiza Moraes para o blog do Fluminense, é de quando a minha geração estava se juntando a nomes consagrados como Duda, Ricardinho, Luisinho, Clovão e Tonieto. Infelizmente eu estva parado e nem sequer vi esse evento.

Caras como Claudão, Cândido, Marcinho Ferretti, Felipe e outros que não estão na foto, são até hoje pra mim como irmãos e sempre os vejo quando estou no Rio.

Já o segundo agachado da esquerda pra direita, Gustavo Leal Tausz, o Guto, nós não podemos encontrar nos nossos chopes. Em 1994 nosso eterno capitão e amigo mais do que querido tomou um tiro de bala perdida na porta de casa, na rua Paissandu, e faleceu.

Piadas maldosas rezam que nos grandes jornais cinco mortes na periferia equivalem a um buraco de trânsito na zona sul. Mesmo assim a banalização da violência, já há mais de 10 anos, fez com que um jornal na época desse em suas páginas que o Guto tinha morrido perto do clube Payssandu, no Leblon. Para eles era apenas mais uma morte entre tantas.

Pra nós não.

Até hoje não sabemos lidar bem com a falta do Guto e talvez nunca saberemos. Nem muito menos com a possibilidade de a qualquer minuto outra pessoa querida virar uma nova vítima e sermos todos nós mais uma vez vítimas da demagogia política que atua (e não aje) de forma nefasta dentro da conveniência dos melhores holofotes.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Experiência



Há alguns dias reenviei a diversos emails de amantes do Polo Aquático no Nordeste, Pará e Brasília, a sugestão que me foi passada de termos uma categoria 17- pra incentivar os mais jovens. Incluí o email de Ricardo Perrone (em pé, à direita) imaginando que ele talvez quisesse vir com o time de master a Natal e mesmo para dar alguma dica, já que estávamos querendo viabilizar uma organização que permitisse tantos jogos.

Para minha surpresa, muita gente respondeu o email e fiquei sem graça em encher a caixa do Perrone no Rio com um assunto que, a priori, não interessava em nada a ele. Foi quando ele explicou que no Mundial Masters de São Francisco as semi-finais e finais foram realizadas em duas piscinas de 50 metros. Três jogos simultâneos (sem problemas de interferência) e uma meia piscina para aquecimento sem touca.

Pela primeira vez teremos um categoria voltada à garotada, além do adulto masculino e feminino. Com uma dica aparentemente banal, o Perrone nos mostrou um caminho viável. E assim o Polo Aquático fora do Rio-SP dá mais um passo.

domingo, fevereiro 11, 2007

Natal vem aí!



Tem gente de todos os estados nordestinos, além de Pará e Brasília, discutindo por email a melhor formatação para a primeira etapa do Circuito 2007, no feriadão de primeiro de maio, em Natal.

A piscina do evento é bem grande e pela primeira vez vamos tentar viabilizar uma categoria para a galera com menos de 18, até porque o forte de Natal é o Polo Aquático dentro das escolas. Vamos começar a envolver mais essa molecada para que eles difundam o Polo Aquático nos clubes e não deixem a modalidade ao chegarem na universidade.

sábado, fevereiro 10, 2007

Surf de peito

Da minha geração de polo aquático não me lembro agora de nenhum grande surfista, embora muitos tivessem prancha. Por outro lado, éramos os moleques que estavam dentro da água em qualquer mar, em qualquer dia, surfando de peito.



Confesso que sempre amarelei pras maiores, nunca tive vocação pra big-rider. Mesmo assim estar lá dentro era imprescindível, a gente sentia uma adrenalina legal, bem canalizada, que nada tinha a ver com medo, nem quando só tinha a gente na água e os helicópteros dos salva-vidas passando com seus puçás quase soltos.

O vídeo acima lembra mais minha pré-adolescência entre o Leme e o Lido com seus quebra-cocos maravilhosos. Na adolescência passamos a ir apenas pra Ipanema, afinal não era apenas mais o mar o que nos interessava na praia.

Dá uma olhada no vídeo acima no Arpoador gigante, a praia do Diabo 100% storm e Copa com sua onda de várias toneladas (e eu nem peguei o Posto 5 clássico...).

A galera do Polo Aquático sempre dominou no surf de peito. As razões são óbvias:
boa natação, resistência, flutuação, ...


O maravilhoso vídeo acima foi feito por um jogador de polo aquático e é trailler de um filme que, tomara, vem por aí. Clicando "bodysurfing" no Youtube você verá sessões maravilhosas em Taiwan, Taiwan, Sandy Beach (muito buraco!), São Conrado e muito mais. Aqui tem muito mais links legais.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Salvador



Nunca vou esquecer. Assim que chegamos em Salvador, paramos num restaurante e na televisão passava Polo Aquático. Era o Globo Esporte local.

Minutos depois, mais uma vez. Era uma inserção publicitária (vídeo acima). O garçom perguntou: "Ah, vocês vieram jogar esse campeonato?". Confirmamos, saímos e pegamos um táxi. O cara tinha visto o mesmo VT rodando durante a novela na noite anterior.

Acho que nunca no Brasil tanta gente numa cidade soube sobre a existência de um evento de polo aquático.

A organização do Diego, que também é o protagonista do vídeo, foi impecável. Ele só não conseguiu evitar a insólita chuva, que caiu o tempo todo e afastou o público. Mas o que dependeu dele e da equipe que organizou, foi perfeito.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Myspace

Waterpolo



Add to My Profile | More Videos

Se no Brasil a grande comunidade digital é o orkut, lá na gringolândia há muito tempo o comando está com o Myspace, que tem várias outras funções, inclusive a transmissão gratuita (em inglês) dos seriados da Fox.

Pra quem gosta dessas redes sociais online, lá há também diversas comunidades como "water polo players from around the world" e "water polo forever!!!".

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

El Cuervo Produções



O cara é 100% fissurado em polo aquático. Já fez clipes do pessoal do Sabadell com Matrix, Godzilla, Blade, jogadores de futebol e muito mais. O mais legal é que ele está sempre trazendo uma novidade, não cansa nunca.

Com suas criações ele está de uma forma muito sadia divulgando o water polo mundo afora. Passa na "casa" dele no YouTube que você vai se divertir.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Jesus Rollán



Amanhã vou falar sobre a quantidade de vídeos feitos pelos espanhóis. Hoje uma homenagem ao excepcional goleiro espanhol falecido ano passado.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Pequena gigante tricolor

O blog do Fluminense, caçula entre os demais de Polo Aquático, mostrou que, assim como fizeram Bugui, Alana e outros, chegou pra arrebentar.

A pequena Luiza esbanjou capacidade empreendedora, montando uma equipe informal e entusiasmando gente de ponta como o treinador Carlinhos. O conteúdo do blog está de primeira e, entre outras atrações, como a volta da escolinha (o que achei genial, porque a base de tudo nunca é vista), já teve entrevista exclusiva com o técnico da seleção americana Ricardo Azevedo e com o Zeca, ex-atleta e um grande incentivador da modalidade.

Luiza vai utilizar o prestígio do blog pra voltar a ter Polo Aquático feminino no Flu. Aposto que ela vai conseguir muito mais do que isso.

domingo, fevereiro 04, 2007

Afogaram o centro

O rapaz com cara de "bom garoto" acima, de touca branca, se chama Santamaria. Nome nada sugestivo... Enfim, a foto enviada por Ricardo Perrone foi retirada do waterpoloweb e me remete a um tema que não tem saído da minha cabeça.

No final do ano passado assisti a uma partida em que os centros se agarravam o tempo todo, a bola jamais caía nos dois metros e, pior, o agarramento continuava no contra-ataque e os dois chegavam muito depois ao outro lado da piscina. Era como se o jogo entre os centros e seus marcadores nada tivesse a ver com o jogo dos demais.

Após a partida sentei pra bater um papo com o Michel Vieira, sua esposa Andréia e um atleta do Paulistano. Conversando com o Chiapini, Michel argumentou que hoje pra marcar centro nem se precisa tanto de pernada, já que o agarramento é praxe.

Agora me lembro ainda de uma vez em que levantei a questão para o Perrone e ele me contou de um atleta que o Kiko conseguia anular apenas se deslocando em volta e hoje não pode mais marcar porque o cara é gigante e não dá pra competir no wrestling aquático.

Antes que alguém diga que esse é um esporte de contato e tem que ser assim mesmo, eu defendo que esse é um esporte de contato, é duro por essência, mas que precisa de novas mudanças em suas regras para se tornar mais atraente e comercial. Os jogos são em grande parte chatos até pra quem gosta de polo aquático, imagina então pra quem não gosta...

sábado, fevereiro 03, 2007

Pará de volta!

Não, não estou falando do grande goleiro Pará. Estou falando do estado Pará.

Sei apenas do folclore, não conheci a galera, mas ouvi muito de diversas pessoas que havia um time por lá que jogava no antigo esquema de 3 x 3 (3 ficam na defesa e 3 no ataque) e confundia jogo duro com pancadaria, soltando murros e cotoveladas de graça o tempo todo.

Se foi assim mesmo não sei, o que sei é que o Maurício (sorrindo na foto atrás do que está de camiseta escura) reuniu os masters pra esquecer o que houve de ruim e relembrar o que eles sabiam de melhor dentro da piscina, para, além de participar do Circuito Nordeste/Centro-Oeste, formar novas gerações.

Todo mundo que perde algum segundo da vida lendo esse blog sabe o quanto é difícil manter o Polo Aquático vivo. Por isso é fundamental ter cada vez mais aliados nesse esforço, sempre lembrando que nosso esporte já é visto por muitos leigos como violento, portanto qualquer caso de agressão pode significar anos de retrocesso.

O Maurício é antes de tudo mais um apaixonado pelo WP, o que já é credencial bastante pra todo crédito, afinal somos todos responsáveis pelo crescimento da modalidade. Que seja muito bem-vindo o Pará às etapas de Natal (primeiro de maio) e Chapada dos Veadeiros (sete de setembro) e sempre que quiserem aparecer.