terça-feira, janeiro 31, 2006

Entrevistas


Seguem as entrevistas já publicadas na curta vida desse blog. Já estamos na mão com a mesma quantidade de entrevistas prontas para serem publicadas nas próximas semanas. O objetivo é promover o debate, não a desunião. Todos os entrevistados até o momento se mostraram, cada um ao seu modo, muito preocupados com o presente e com o futuro do Pólo Aquático brasileiro. Isso é que vale.

- Marlus - o ex-jogador do Tijuca ainda se recupera de um acidente, mesmo assim está sempre próximo.
- Kiko Perrone - O jogador da foto acima mostra que é craque muito antes de cai na água.
- Joyce - A ex-nadadora de ponta é uma das responsáveis pela formação de um time feminino no Ceará.
- Junior - o treinador potiguar é um dos maiores motivadores do esporte no Rio Grande do Norte. Técnico do time campeão feminino dos Jogos estudantis do Rio Grande do Norte.
- Pará - o goleiro está na seleção desde 1983 e já foi eleito um dos cinco melhores do mundo.
- Silvio - o treinador do Fluminense é um dos maiores estudiosos do Pólo Aquático e irá lançar um livro sobre a modalidade em breve.
- Cabral - o supervisor de Pólo Aquático da CBDA responde às críticas e alerta para que todos, jogadores, treinadores e dirigentes façam as suas partes.

Vamos treinar!

Na semana passada a gente conseguiu fazer os dois melhores treinos até agora. Cerca de 30 pessoas na água e o Marlus fora parando o tempo todo pra ajustar posicionamentos. Se a gente conseguir que o grupo inteiro entenda a necessidade da sequência de treinos e não falte por qualquer besteira, com certeza o nível vai melhorar muito e irá ficar muito mais divertido pra todo mundo.
A nota ruim é que tudo indica que o Pólo Aquático feminino em Fortaleza, ainda nos primeiros passos, se encontre na UTI. Vamos aguardar os próximos dias para ver se vem alguma notícia boa por aí.

domingo, janeiro 29, 2006

“No esporte todos querem tirar proveito próprio”

Na foto acima, já postada anteriomente, Ricardo Cabral é o de bermuda, bigode e óculos escuros. Nas fotos abaixo, também de Sátiro Sodré, Cabral não aparece. Foram tiradas do site da CBDA para ilustrar: uma é do time feminino no Mundial de Desportos Aquáticos no Canadá e a outra é da seleção brasileira tetracampeã sul-americana juvenil.

Muito antes de pensar em ser jornalista ou trabalhar com propaganda e marketing, eu brincava com a bolinha amarela de Pólo Aquático no Fluminense e em outras piscinas do Rio e São Paulo. Se esses foram os melhores anos da minha vida, foi trabalhando nas áreas acima que sempre paguei e ainda pago minhas contas.

Digo isso porque, mesmo que a imparcialidade jornalística seja utópica, é desse princípio que se tem que partir por questões éticas básicas e por isso, considerando as inúmeras críticas já reproduzidas aqui em relação à CBDA, fiz questão de fazer essa entrevista com o supervisor de Pólo Aquático da CBDA Ricardo Cabral. Procurei incluir nas perguntas todas as críticas que me lembrei de ter lido ou ouvido e as enviei. Recebi as respostas no mesmo dia e agora as publico.

Mais uma vez repito que esse espaço está aberto para todos os amantes do Pólo Aquático, seja lá de que vertente forem e, acima de tudo, pros que estão na batalha para fortalecer o esporte no Nordeste.

Pólo Ceará - O Pólo Aquático já foi muito popular. Além de mexer com o conceito tão
familiar de "gol", com a vantagem de acontecerem muitos gols por partida, é um esporte muito plástico. Por que o jogo deixou chamar a atenção do público, a ponto da mídia quase ignorar o esporte?
Cabral - Existem alguns motivos que parecem ter levado o pólo aquático ao longo das últimas décadas a perder espaço na mídia. Primeiro, a disputa com modalidades de maior visibilidade e de apelo popular. Na década de 60 e 70 praticamente não se via, na mídia, matérias com surf, skate, vela entre outros. Esportes outdoor têm muito mais apelo na mídia. O pólo aquático, mesmo com algumas raras exceções, continua, ainda, a ser um esporte elitizado.

Um outro aspecto importante, é que para aparecer mais na mídia no Brasil, e se tornar mais popular, o esporte tem que ter resultados e no esporte coletivo, o resultado é bem mais difícil de aparecer. Muitos vão dizer, ah...mas o volei. Sim, o volei, na década de 70, classificava-se entre os 16 melhores do mundo, igual ao pólo. Graças ao Bradesco, através do Sr. Almeida Braga, amante dos esportes (financiou a carreira do Airton Sena e do Guga) o volei conseguiu (junto com a Pirelli) reunir em dois clubes metade da Seleção Brasileira (no Rio jogavam pelo BRADESCO e em São Paulo pela PIRELLI).

Com isso, foi se criando uma estrutura profissional e os resultados apareceram. Talvez tenha sido a única modalidade esportiva coletiva em que o investimento apareceu antes do resultado. Não pensem que se a Daiane dos Santos, o Wanderley Silva, entre outros, não tivessem resultados, estariam, hoje, na mídia, atraindo a atenção dos patrocinadores. Um outro fator, iniciou-se também no final dos anos 70, quando se começou a montar grandes equipes (UGF, Flamengo,etc..) que passaram a concentrar os melhores jogadores num só lugar. Resultado: acabou a competição. Não tendo competição, perdeu-se interesse e público. E sem ele, parte do apelo da mídia.


Pólo Ceará - Qual a avaliação do momento que vive o Pólo Aquático
brasileiro (masculino e feminino)comparando com o que foi proposto pela
atual gestão? Quais eram (são) as metas, o que foi cumprido e o que falta
cumprir?
Cabral - Posso afirmar que comparado as últimas décadas, o pólo aquático brasileiro vive um bom momento. Não em termos de resultados internacionais, porque, infelizmente, enquanto não diminuirmos a "distância" que nos separa dos grandes centros, jamais alcançaremos resultados expressivos (principalmente a distância técnica). Entretanto, costumo dizer que, se o Brasil troca-se de lugar geograficamente com Portugal, com certeza, mesmo com os recursos financeiros que temos, estaríamos disputando entre os oito melhores do mundo. Só para ter uma idéia do que digo, esse final de semana estão sendo gastos para treinamento das Seleções, aproximadamente R$ 13.000,00. Em Dollar, algo em torno de 6.000,00. Na Europa, colocaria todos num ônibus e ficaríamos treinando na Espanha, Itália, etc.

Estamos longe do que desejamos, mas bem afastados do que tínhamos anteriormente. Participamos das principais competições internacionais e com um pouco mais de investimento em treinamento, poderemos evoluir muito mais. Mas, todos devem fazer a sua parte.


Pólo Ceará - Como se dá a política de desenvolvimento do Pólo Aquático fora dos
centros Rio e São Paulo?
Cabral - A CBDA apóia, dentro de suas limitações financeiras e estatutárias, o pólo aquático no Brasil. Mas não adianta ser uma via de mão única. É importante que as Federações mostrem interesse em melhorar. Fico triste quando alguns me pedem para enviar uma caixa de bola e um jogo de toucas para iniciar a modalidade. Fico pensando que, quando as toucas e as bolas acabarem, vão acabar com a iniciativa. Quem realmente quer começar, joga com touca de natação, bola de plástico, etc. Quem quer começar, realmente, deve investir no profissional, esse sim que vai movimentar a modalidade.

Exemplos não faltam . Hoje temos Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraná, além de outros com Paraíba, Pernambuco, Pará e Amazonas com mais tradição. Mas, infelizmente, o mesmo problema que temos a nível internacional, temos a nível nacional: a distância. Tudo torna-se caro. Estamos apostando no Paraná (já realizamos três competições nacionais em dois anos), Florianópolis no feminino e esse ano estamos levando um Brasileiro de Infanto para João Pessoa. Dará certo? Esperemos que sim.

Pólo Ceará - Sempre se reclama muito que a CBDA prioriza a natação e deixa os outros
esportes de lado. Qual a realidade das condições de trabalho e investimento em Pólo Aquático no Brasil?

Cabral - Costumo dizer que o pólo aquático sofre da "síndrome do primo pobre". É preciso reverter a situação com muito trabalho e empenho. Escrevi uma vez, e fui muito criticado por isso que, um jovem nadador (15 anos) treina no mínimo cinco vezes mais do que um jogador de pólo na mesma idade. Olha que não precisa ser nenhuma Brastemp na natação.

É na base que se deve mudar essa cultura esportiva. Posso estar enganado, mas se perguntar a 100 jogadores de pólo juvenis, o que ele quer do pólo, nenhum deles vai dizer "Quero ser um dos melhores do mundo e vou me matar para isso!" (Desculpe-me, existem raras exceções, como foram o Felipe e o Kiko Perrone, que sempre quiseram ser os melhores do mundo e não mediram esforços para isso) Muitos, até de nível sócio econômico alto e com potencial para o esporte, jamais quiseram ir para o exterior aprender.

É mais fácil tornarem-se adultos, e culpar a estrutura, o trabalho, a CBDA, etc. Mas quando tinham tempo, nada fizeram.

Pólo Ceará - No site http://www.poloaquatico.com.br/ há uma nota em que o presidente da CBDA
Coaracy Nunes diz que já liberou a vinda de Tony Estellar, mas que não sabia da data da vinda porque o "pessoal do Pólo é muito enrolado." A afirmação transparece um certo distanciamento, como se o Pólo Aquático não fosse de competência do presidente da CBDA. Esse distanciamento ocorre mesmo?
Cabral - Desculpe-me, mas tudo que se relaciona ao site poloaquatico.com.br, prefiro não responder. Até mesmo porque, várias matérias publicadas contém informações falsas e tendenciosas. Na verdade nem sei se o Coaracy falou mesmo isso.


Pólo Ceará - Há alguma forma de evitar a saída dos grandes valores no auge de suas
formas para outros países, tanto no masculino quanto no feminino?
Cabral - No momento não. E acho, particularmente que, essa é uma boa opção para o pólo brasileiro. Isso é, colocamos os jogadores na vitrine participando de eventos internacionais e eles se tornam profissionais onde o esporte já é profissional. Se tivermos 60 a 70% do time base jogando na Europa, é mais barato levar os outros e fazermos bons treinamentos. Temos que ser realistas. Com o tempo o resultado começará a aparecer e podemos reverter o ciclo vicioso que exige o resultado antes do investimento.

Pólo Ceará - Uma das críticas mais recorrentes nas conversas que tive com jogadores é
que você centraliza muito as atividades e se fecha sem ouvir ninguém. Como você encara esse ponto de vista?
Cabral - Aprendi ao longo dos últimos anos que até a página 20 eu escuto todo mundo, da 20 a 50 eu decido e da 50 em diante quem decide é o presidente da CBDA. Como diz meu amigo Pagura, "não conheço a fórmula do sucesso, e se conhecesse não daria a ninguém. Venderia”. Mas a fórmula do fracasso é querer agradar a todo mundo. E pode ter certeza que, no esporte, todos querem tirar proveito próprio. Afinal, é competição. Na final do João Havelange de 2005, quando resolvi colocar o Tijuca em substituição ao Paineiras, tanto o Botafogo quanto o Pinheiros me acusaram de favorecimento.

Conclusão, a competição aconteceu e venceu quem se apresentou melhor. Venceu também o pólo aquático que mostrou maturidade provando que não pode depender, apenas de A,B ou C.

Pólo Ceará - Existe um comodismo nas reclamações, algo como todo mundo esperar a CBDA e ninguém fazer nada? A CBDA incentiva iniciativas independentes?

Cabral - Quanto mais iniciativas independentes, melhor. Até mesmo para sentirem que as coisas não funcionam tão fáceis como parecem. As pessoas que tentam fazer algo, passam a dar mais valor aquilo que já conquistamos.



Pólo Ceará - Há como se ter um calendário com mais competições durante o ano inteiro,
inclusive com participação de cidades fora do Rio-SP?
Cabral - Quando entrei na CBDA, vindo do Fluminense (aliás, você foi meu atleta), a CBDA fazia 7 a 8 competições nacionais. Hoje temos 17. O problema é que não podemos fazer competições longas porque os clubes fatalmente não suportariam. Fizemos em 2005 um João Havelange mais longo e três clubes de expressão abandonaram a competição, quer seja por um motivo ou outro.

Agendei uma competição em João Pessoa e já estou sendo chamado de maluco. O pólo era a única modalidade na CBDA que não realizava campeonatos fora do eixo Rio-São Paulo. A realidade dos clubes é tão ruim que as equipes do Rio só participam de jogos em São Paulo porque a FARJ financia boa parte da viagem e os pais financiam o restante. Clubes de grande porte em São Paulo não dispõem de orçamento para todas as competições.

Pólo Ceará - Existe uma estimativa de quantas pessoas praticam Pólo Aquático hoje no
Brasil?
Cabral - Um levantamento mais recente mostra aproximadamente que 2000 atletas no masculino estão inscritos. Isso não quer dizer que estejam em atividade. Existem, ainda, um número de atletas que jogam,mas têm seu registro na natação

Pólo Ceará - Resumindo: cobra-se muito da CBDA a popularização do Pólo Aquático, um calendário com muitas competições, uma seleção permanente com jogadores (as) recebendo
o suficiente para se dedicarem exclusivamente à seleção e maior intercâmbio
com equipes européias. O que é utopia e o que é possível fazer?
Cabral - Acredito que parte da pergunta já foi respondida anteriormente. O pólo é elitizado. Quanto um jogador de pólo poderia dentro da nossa realidade receber para se dedicar, apenas à Seleção. Cinco mil reais é um bom valor? Quantos abdicariam de tudo para treinar duro por 5 meses no ano? E o resto do ano? Quem pagaria o salário? Para quem não sabe, na Europa, o jogador só recebe da Seleção, quando está treinando para alguma competição. O resto do ano quem paga salário é o clube.

Mas aqui muitos acham que a CBDA deve pagar para todos o ano inteiro, já que os clubes não pagam. Resumindo, só se pensa no pólo profissional na Seleção. No handebol feminino me parece que as meninas recebem em torno de R$1.500,00 por mês. Por terem condições sócio-econômicas menores, encaram a bola de handebol como um meio de mobilidade social.

Pólo Ceará - Quais as expectativas da seleções feminina e masculina para o Pan? Será
que vamos repetir as medalhas do Pan passado?
Cabral - Repetir medalhas tenho certeza que sim. O que queremos é subir degraus no pódium. Difícil, mas não impossível. Acredito que 2006 será um grande ano para isso. Pelo menos, existem esforços mais direcionados da CBDA, do COB e do Ministério dos Esportes.

Pólo Ceará - Fica aberto o espaço para alguma consideração final aos amantes do pólo
Aquático.
Cabral - Quero apenas dizer que gosto do pólo tanto como todos que praticam e praticaram. Por ser profissional do esporte tenho a necessidade de ser imparcial nas decisões tomadas. Agrado uns e desagrado outros. Não me considero uma pessoa pessimista em relação ao esporte, e sim realista. A CBDA deve melhorar em alguns aspectos? Acho que sim. Entretanto, acho que juntos, podemos pressionar mais. Digo isso sempre aos técnicos. Vocês são meia dúzia de gatos pingados que brigam mais por interesses próprios do que por interesse comuns. Se apresentarmos propostas conjuntas, teremos mais força para conquistarmos muito mais.

Clínica de WP em Recife

Mil vezes parabéns à iniciativa de Marcus Bolitreau com a clínica ministrada pelo André "Quito" Raposo e pela Claudia Graner. Pena que poucos reprsentantes de outros estados nordestinos deram as caras. Na foto estão Rodrigo (Fortlaeza), Quito, Bolitreau, Claudia, Artur (Fortaleza) e, abaixado, Alexandre (Fortaleza). Segue abaixo relato enviado pelo Quito sobre a clínica na sexta passada:

"A clínica de Recife está sendo muito boa, os meninos do Boulitreau são muito interessados e fazem muitas perguntas, tem sido bom, pois tento passar para eles que o mais importante de tudo é que não importa se vc está no Rio, em São Paulo ou no Nordeste, o que realmente interessa é o desejo de cada um em se tornar um atleta cada vez melhor, tenho batido bem nessa tecla, pra eles terem certeza que não são melhores ou piores que ninguém, vide o Kiko e o Felipe que saíram de um país sem tradição alguma no cenário internacinal e chegaram aonde estão.

Ontem à tarde e hoje de manhã, eu e a Cláudia fizemos uma palestra teórica onde falamos um pouco do histórico do esporte no Brasil e no mundo, fizemos uma pequena projeção das nossas carreiras e de como conseguimos chegar à seleção, demos explicações superficiais sobre treinamento técnico, tático e físico, pois a maioria dos participantes é de atletas em formação. Procuro passar aos mais velhos as minhas experiências como técnico de escolinha e de equipes de base focando mais a parte de trabalho de fundamento e de motivação para esses grupos.

Agora iremos fazer a parte prática, que acredito que seja mais interessante e dinâmica para todos, vou tentar passar todo o meu conhecimento para os seus amigos de Fortaleza que estão aqui conosco, que por sinal são muito gente boa. Eu fiz alguns esquemas no Power Point sobre tipos de marcação, saídas de contra-ataque, movimentação em H+ e H-, me comprometi em mandar esses arquivos pra vcs, quando voltar pro Rio, vou colocar algumas legendas para uma melhor compreensão e te mando assim que estiver pronto, ok?

O que fica de mais importante é a mensagem do Quito. Estar no nordeste não é problema. Basta querer, ter compromisso, se ajudar sem vaidade, que teremos em breve bons times masculino e feminino atuando com regularidade num circuito nordestino e endurecendo contra times do sudeste.

Vai rolar!

Um membro do primeiro escalão da secretaria do Esporte e da Juventude do Governo do Ceará me garantiu ontem: "pode convocar os atletas de outros estados que vocês terão o nosso apoio".

Isso significa que, entre outras coisas, todos os atletas que vierem do nordeste terão hospedagem gratuita e decente. Programem-se logo, o primeiro passo é tão difícil quanto fundamental. Depois haverá eventos em outras cidades nordestinas. Quem não vier é porque não quer.

Para os amigos que quiserem vir de outras regiões estamos preparando pacotes abaixo do preço de mercado. Todos, feminino e masculino, serão muito bem-vindos.

Essa semana fecharemos todos os detalhes. De qualquer forma deixe na agenda marcado: "dia 21 de abril jogar Pólo Aquático e se divertir em Fortaleza".

Na foto tirada pelo Rafael da plataforma de saltos, nossa piscina à Beira-Mar, onde deverá ser o evento. Nesse sábado faltou quorum, aproveitamos pra treinar homem a mais e, depois que alguns foram embora, fizemos um "cascudinho" 5 contra 5 pra matar o verme.

sábado, janeiro 28, 2006

Mais um sábado

Os sábados sempre são os dias mais animados por causa do coleta.

Como nessa sexta rolou um grande evento em Fortaleza, o índice de abstenção foi alto, acredito que muita gente ficou em casa de ressaca. Mesmo assim rolou um treininho e depois (é, a gente quer se divertir) uma feijoada.

Na foto Hélcio, William, Renato, Daniel, Carlinhos, Adriano (de touca), Nizabro, Marlus, Geraldo e Zé Claudio. Abaixados Brunão rolando e Rafael, nosso fotógrafo, se defendendo.

2005?

Esse rapaz em primeiro plano, de perfil, é o Zé Claudio. É a maior figura do nosso time e de qualquer lugar onde ele estiver. Essa semana, enfim (talvez por que eu tenha desistido de pedir), ele resolveu mandar as fotos da nossa confraternização do ano passado.

O problema é que ele mandou as fotos de sua filhinha linda e não da confraternização. Hoje ele se redimiu e mandou duas fotos certas. Quase tudo resolvido. Agora as fotos vieram com 1 mega cada uma. O blogger se irritou e só aceitou uma. A galera do outro lado da mesa rodou.

Nessa foto, estão Isabela e Alexandre (ambos de costas), Hélcio e, seguindo em sentido horário, Dirceu, Conceição, Carlinhos e Renatinho.

Hoje teve feijoada depois do treino. Tudo aqui é motivo pra confraternização. Por que a gente vai se preocupar se já sabe que amanhã vai dar sol?

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Jogão na TV a cabo

Fique atento nesse domingo que deve ter um jogaço de Pólo Aquático.

A TVE espanhola tinha programado passar hoje, sábado, às 13:30h, no canal 30 da Net, o jogo Barcelona x Savona, pela Copa dos Campeões da Europa, mas o jogo foi adiado para domingo porque os vôos de Milão foram suspensos por causa da neve.

É possivel que o jogo passe no programa esportivo de domingo da TVE, no mesmo horário, mas só vai dar para saber no sábado em http://www.rtve.es/tve/programo/avan4/tv4_fr.htm

No Savona jogam o Kasas, da Hungria, e Sapic, Jelenic e Jokic, da Sérvia.

A informação foi passada pelo grande Kiko Perrone.

Na foto o sérvio Jelenic.

Perrone x Perrone

O Barceloneta de Felipe levou a melhor contra o Barcelona de Kiko. Leia a matéria.

Tony Azevedo

O brasileiro Tony Azevedo é capitão e um os destaques da seleção norte-americana de Pólo Aquático. Filho de Ricardo Azevedo, o Rochinha, treinador da seleção, e irmão de Cassie Azevedo, Tony faz interessantes considerações nessa entrevista ao Washington Post antes das Olimpíadas de Atenas.

Um dos pontos que ele toca como difíceis à popularização é a dificuldade de entender as regras, que quem as entende ama o esporte.

Se bem que se a gente pensar bem, tem algo mais complicado do que placar de jogo de beisebol?

Pólo Aquático no Jornal dos Sports

Eduardo Vieira ataca de novo com mais uma matéria no jornal cor de rosa.

A manchete foi a derrota da russa gata Maria Sharapova. Logo abaixo uma matéria bem legal com a jogadora de Pólo Aquático Fernanda Palma.

Campeonato em Fortaleza

Quando se trata de Pólo Aquático nada é fácil. Vai ver que é assim pra ver se fica mais divertido.

Mesmo com todas as dificuldades, o torneio de abertura do circuito nordestino vai sair e, se não for na semana santa, quando acontecerá aqui uma prova grande de maratona aquática, será na seguinte, no feriado de Tiradentes.

Todo atleta nordestino terá hospedagem garantida e estamos entrando em contato com uma agência para garantir pacotes abaixo dos valores de mercado para os que quiserem vir de outras regiões.

Nossa idéia era fazer na praia para garantir que mais pessoas tivessem acesso ao esporte. Se não der certo, por causa das condições do mar na época, vai ser numa piscina em frente à praia. Nenhum problema.

Programe desde já a vinda do seu time. O crescimento do Pólo Aquático depende da nossa capacidadede organização e motivação.

Estamos dando cada passo com a chancela da CBDA (via Federação Cearense de Desportos Aquáticos) e da Secretaria do Esporte e da Juventude do Governo do Ceará.
As duas fotos acima são ilustrativas de jogos em ambientes abertos. Nenhuma das duas é em Fortaleza.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

"O Pólo está no sangue"

Nesses poucos meses juntos já tivemos (e estamos tendo) todos os tipos de carência, desde questões estruturais à inexistência de uma cultura de prática de Pólo Aquático no Ceará. Isso faz com que qualquer um que um dia tenha brincado na água pense que é mole ser um Kiko Perrone. O que já chegou de gente posando de "bambambam" que saiu esbaforido da nossa brincadeira (não dá pra dizer que a gente treine) e nunca mais voltou, não está no gibi.

Admito que quando me disseram que vinha um "jogador e técnico" de São Paulo, pensei: "lá vem outro Szabo...". A diferença se fez na chegada. O Eduardo apareceu com sua namorada Aline na maior humildade. Só passou da grade da piscina quando foi convidado e o máximo que dizia era: "quero ajudar no que for possível". Senti na hora a experiência de quem sabe chegar, a malandragem que só adquire quem tem caminho percorrido.

Hoje o Eduardo é peça central em tudo que fazemos e, se como disse o recém-chegado Lima, o Pólo Aquático é um grande pretexto para juntarmos os amigos, o Edu é acima de tudo um grande amigo.

Pólo Ceará - Você já teve experiência como treinador no Jundiaiense e, dessa experiência saíram grandes valores como o Rudá, destaque da seleção brasileira junior no mundial de 2005 e parte do elenco que se prepara para o sul-americano de 2006. Como você se sente vendo o destaque desses jogadores hoje em dia?

Edu - Essa oportunidade surgiu quando o Ernesto (técnico de Jundiaí-SP) estava precisando de uma ajuda. Ele dava aula de natação de manhã e de tarde, e a noite era o POLO, com 3 times (adulto, junior, escolinha). Como ele sabia o quanto eu gostava de POLO (era o 1° a chegar e o último a sair), ele me deu essa chance. Foi muito legal, fiquei como treinador da escolinha por uns 2 anos, fiz muitos amigos e alguns são técnicos e outros jogadores, como o Rudá, que hoje é destaque na seleção. Quando eu ainda dava treino, o Rudá era um molequinho magrelo que ia ver o irmão (Raoni) treinar. Já daquele tamanho caía na água pra brincar com os mais velhos, era daqueles 1° a chegar, último a sair, ele tem ótima visão de jogo e chuta bem, ainda vamos ouvir muito mais sobre ele e de outros destaques (goleiro, marcador de centro) que estão estourando por aí . Acho que tudo que é feito com dedicação e vontade só pode resultar em coisas boas e satisfatórias.

1. Pólo Ceará - O seu começo no Pólo Aquático não foi muito fácil. Como eram as condições de treino em Jundiaí?

Edu - Comecei a treinar com 12 anos e o POLO em Jundiaí estava nos 1° passos ainda, era difícil, no time (Clube Jundiaiense) treinava todo mundo junto, só havia a equipe adulta com dois treinadores, o Ernesto (que depois virou técnico) e o Roberto Savietto (Batata, que depois parou). A piscina (25mt) era mal iluminada, mas a vontade de jogar, viajar, fazer novos amigos e ganhar dos mais velhos era muito maior do que qualquer obstáculo que pudesse aparecer. A gente ia jogar de kombi (15 caras), que era de um dos jogadores, dono de uma fábrica de chocolate. Dá pra imaginar a “putaria”! Não tínhamos o apoio do clube (mais ou menos a situação do pólo hoje no Ceará), muitas vezes fomos por nossa conta de ônibus para outras cidades, só pela vontade de jogar, depois as coisas foram melhorando (mas nunca passou nem perto de ser a ideal), foram aparecendo os resultados e o POLO cresceu em Jundiaí. Depois desses primeiros resultados, passamos a ter mais apoio do clube e hoje posso dizer que o POLO de Jundiaí está entre os melhores do Brasil (tanto na parte técnica, quanto na dos atletas).

Pólo Ceará - Você sempre fala do seu treinador Ernesto com muito respeito. Qual a importância dele para o Pólo Aquático de Jundiaí?

Edu - A verdade é que o POLO em Jundiaí só existe por causa do Ernesto, foi do esforço dele e de alguns outros apoios que o POLO de Jundiaí é o que é hoje. Ele é gabaritado para isso, com formação em Educação Física e Psicologia, fez vários cursos de POLO e já foi técnico da seleção Junior. O cara é muito gente boa e acima de tudo é amigo. Ele assumiu o lugar de técnico 2 anos após eu começar e é até hoje. Naquela época ele levava o time para cima e para baixo (viajávamos muito para jogar), então viramos uma família. O Ernesto foi como um pai para a gente (time 73), aquele pai gente boa, que ia para as farras com "os filhos" e tudo mais, só que depois do jogo, é claro!

Pólo Ceará - Muito novo você começou a jogar contra os mais velhos. Você considera essa "queima de etapas” positiva para a formação do jogador?

Edu - Não considero uma queima de etapas, pois jogar com os mais velhos é a melhor maneira de aprender, você sente na pele como a coisa é (joga contra o espelho), qualquer técnico sabe disso e só colocará o atleta com condições técnicas e físicas para tal. Com certeza é um fator positivo para a formação do atleta, pois estimula um esforço ainda maior, essa é uma das diferenças do bom jogador e do craque. Na minha época aconteceu muito isso, mas era pela falta de jogadores, então, começou uma rixa (boa) entre o adulto e o 73, ficamos tentando vencê-los por mais de 2 anos até o dia inevitável em que a criatura supera o criador, daí em diante nunca mais perdemos, apareceram mais resultados (Campeão Paulista Junior – 1ª divisão) até nos tornarmos o time adulto.

Pólo Ceará - O Marlus disse aqui que há muitas panelinhas nas convocações de seleção.Você acha que os atletas fora das capitais Rio e São Paulo, ou mesmo os que não são do time do treinador, tendem a serem preteridos?

Edu - Com certeza existe (em todos os esportes). Na minha época foi parecido, a diferença é que eu era do interior de SP, existia uma rixa grande entre interior e capital (técnicos, times e clubes). Na seleção foi a mesma coisa, o técnico era do Rio, ele nem sabia que existia clubes no interior de SP, ficou sabendo só no Campeonato Brasileiro daquele ano.

Pólo Ceará - Teve um treinador italiano que não deu muito certo com a sua equipe. Como foi?

Edu - kskksssskkss!!! Foi a maior palhaçada que eu já vi. Em 1997 nosso time havia ganho o Brasileiro (2ªDivisão), o clube tinha um atleta que era conselheiro da Federação Paulista e apareceu com uma proposta de contratar um técnico italiano que chegaria ao Brasil, e mais um monte de histórias sobre o POLO e o tal técnico. O clube conseguiu patrocínio para o POLO e no fim de algumas reuniões (sem todos os integrantes do time serem ouvidos) contrataram o cara. Ele ficou meio campeonato no clube e sumiu. Ele deu algumas dicas boas para alguns atletas, inclusive para mim que melhorei meu tempo na natação, mas no jogo ele mudou o time todo que havia ganho o campeonato e jogava junto há uns 3 anos. Depois de algumas derrotas para times que eram fregueses, veio a notícia, o cara sumiu e levou tudo que havia no apartamento que o clube e o patrocínio que haviam lhe dado. Era um farsante. Ficamos sabendo que ele foi para o Uruguai...

Pólo Ceará - Quando você chegou em Fortaleza tentou sozinho ir atrás de um treino de Pólo Aquático e nada conseguiu. Pode contar o que aconteceu e as suas primeiras impressões?

Edu - Foi no final de 2003, fui procurar POLO nos clubes, mas não tinha em nenhum, fui na federação, o presidente estava de férias e a secretária me disse que não havia interesse porque o orçamento daquele ano já estava fechado. Deixei meu telefone e não tive retorno. Acho que não há interesse da Federação, pois não é um esporte tão popular no Brasil.

Em 2004, eu liguei de novo e nada, nenhum interesse, desanimei... Até que um dia li no jornal que haveria um torneio na praia (Campeonato Brasileiro de Praia), em frente ao Ideal. Fui e rolou alguns joguinhos legais. Agora que o Hélcio está levantando o POLO aqui em Fortaleza, minha perspectiva do POLO no Ceará mudou completamente. Vamos evoluir muito com esse time ainda, nós estamos com piscina, jogadores, só falta o horário, mas logo a gente consegue mais espaço.

Pólo Ceará - Agora você está como responsável técnico pelas equipes masculina (junto com o Marlus, que está conseguindo ter horários pra acompanhar de fora da água) e feminina e, além de não receber, ainda é obrigado a pagar mensalidade. Isso sem contar que trabalhou o dia inteiro como engenheiro. Mesmo assim você não perde o bom humor e não nega treino. Como você avalia esse momento do Pólo Aquático em Fortaleza?

Edu - Todo começo é difícil, o POLO está recomeçando agora em Fortaleza (Náutico) e eu estou tentando ajudar do jeito que eu posso. Acho que nessa fase todo mundo tem que dar sua contribuição se quiser que o esporte se desenvolva. Joguei quase 20 anos em Jundiaí e isso está no sangue, só quem gosta de POLO sabe, além disso, como você pode perder o humor numa cidade como essa? Sol o ano inteiro, sem trânsito e treinando de frente para o mar! Fala sério! Quanto à mensalidade, acho que isso vai se resolver.

Pólo Ceará - Você acha que dá para montar bons times no masculino e feminino?

Edu - Com certeza, se aumentarmos o grupo de jogadores e o tempo de treino. Existem grandes atletas (talentos) e temos piscina o ano inteiro, é só a Federação começar a olhar com bons olhos para o esporte que já vai ser um grande passo para o POLO aqui no Ceará.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Vídeo das meninas


Esse vídeo canadense comemora o reconhecimento do Pólo Aquático feminino como esporte olímpico em Sidney/2000. Mesmo que você não entenda francês, vale dar uma conferida nas belas imagens.

Na foto a australiana Amy Hetzel.

Todo santo dia

Nosso tempo é escasso, não é possível ainda fazer um condicionamento mais planejado.

Mesmo assim é fundamental que todos da equipe coloquem na cabeça que temos que nos dedicar muito, religiosamente, ao treinamento da pernada, única forma de melhorar todos os fundamentos do jogo.

Em inglês, e assim como utilizam as meninas do Nado Sincronizado, essa pernada é chamada de eggbeater, por nossas pernas fazerem o mesmo movimento de uma batedeira.

Vamos treinar muita pernada. Todos os dias.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Duas gerações

Mal começou o Pólo Aquático em Fortaleza e já temos pai e filho treinando juntos. O ex-presidente da Associação Cearense de Natação Master, o advogado Belarmino Monteiro, está com a gente desde o primeiro encontro. Como ainda se dedica prioritariamente à natação, treina de forma esporádica.

Já seu filho, Fernando Monteiro, mais conhecido como "Romário" por sua obsessão por chutar a gol, é nosso caçula (acabou de completar 14 anos) e não perde um treino, embora seja meio preguiçoso para repetir os fundamentos.

Nosso objetivo nos próximos meses será começar a escolinha para que o Fernando tenha mais companheiros de sua idade e já possa passar algumas orientações para os mais novos.

Mestres

Quando eu tinha uns 10 anos meu pai virou pra Jussara, então treinadora de natação do Fluminense, e perguntou algo como: "esse garoto nada há muitos anos, quando ele vai ser campeão?". Ela, muito profissional, respondeu: "Na natação nunca, por que o senhor não coloca ele no Pólo Aquático?".

Valeu Jussara. Sua sinceridade me prestou um favor monumental. Sempre detestei nadar.

O professor da escolinha de Pólo aquático era o Sacha, irmão do André, goleiro da seleção olímpica de 1984. No dia em que fui lá, trocaram o professor. Entrou o Jacaré, de barba branca e boné escuro na foto acima (atual) tirada no Pinheiros. Esse primeiro contato foi há 25 anos. Com seu jeito divertido o Jacaré me colocou no meio dos moleques maiores e me deu muita força.

Ao lado do Jacaré está o Duda, que está barbudo na foto da seleção olímpica postada aqui alguns dias atrás. Foi o melhor jogador que vi atuar. Quando a bola caía na mão dele no centro, era gol com certeza. Duda foi meu técnico no infantil A e o único cara que conheço que conseguia ser amigo do mais novo ao mais velho da piscina. Era fora de série não só pelo desempenho, mas também por ser um cara extremamente legal e querido por todos.

Ao lado de Duda, de boné branco e mão no queixo, está o Clovão, canhoto que se destacava pelos braços enormes que proporcionavam uma plástica especial ao seu estilo de jogo. Mais abaixo outros ícones que estão atuando nos Masters: Ricardo Perrone, Robert, Eduardo, Canetti e Walter. Abaixo, com o rosto pela metade, Ricardinho, atual vice-presidente do Fluminense.

"Quase todos os jogadores que formei em 12 anos de carreira pararam"


Quando começamos o movimento de Pólo Aquático em Fortaleza, há poucos meses, nossa maior preocupação foi a de trazer clínicas para formar treinadores e árbitros. O André “Quito” Raposo, na época preso às competições de fim de ano, o ex-jogador Alexandre Cândido e o Dirceu, master que treina aqui com a gente, me sugeriram, entre outros nomes, o do treinador Silvio Teles. Como era de se esperar, a dica foi boa.

Silvio é mestre em Educação Física (com mais três especializações na área), professor de diversas instituições de nível médio e superior e, como técnico do Fluminense, já conquistou inúmeros títulos regionais e nacionais do infantil ao junior. A entrevista ficou grande, mesmo assim fiz questão de não cortar nada, porque conhecimento nunca é demais.

Ficamos ansiosos no aguardo pelo lançamento do livro, um importantíssimo documento na escassa literatura que preserva a história e formará novas gerações do Pólo Aquático brasileiro.

Pólo Ceará - Você está lançando um livro sobre Pólo Aquático. Qual a abordagem?
Silvio - O livro está para ser concretizado há muitos anos. Contudo, com a vida cheia de prioridades, o livro foi sempre deixado de lado. Acredito que esse ano ele consiga sair da gaveta. Ele tenta mostrar um versão do surgimento do pólo aquático até os dias de hoje. Superficialmente em âmbito mundial e detalhadamente nacionalmente. Em nível Brasil, vou desde os banhos de mar até os dias atuais. Também tem uma função arquivista. Todos os campeonatos brasileiros, paulistas, cariocas, sul-americanos, pan-americano, mundiais, copa Fina e Jogos Olímpicos. Isso tudo no masculino e quase tudo no feminino. Também vou colocar aproximadamente 150 educativos iniciais para aqueles que estão tentando dar início a um trabalho.

Pólo Ceará - Aquele papo que o húngaro Aladar Szabo quebrava as traves, jogava a bola da piscina ao campo do Fluminense, tudo isso é folclore ou fato?
Silvio - Em minha dissertação de mestrado, discuto a influência da Szabo na construção da identidade do jogador de pólo aquático. Quebrar traves, era um fato que poderia ter acontecido devido a bola pesar muito mais do que a que usamos hoje, principalmente depois de encharcada. Além disso, muitas balizas poderiam não estar em boas condições. Contudo , não podemos esquecer que Aladar detinha um chute sem proporções para época.
Jogar a bola da piscina do Fluminense para o campo, assim como arremessar a bola do Guanabara para o Botafogo, são fatos muito comentados, mas em nenhuma das minhas entrevistas (e olha que não foram poucas), todos conheciam essas histórias, mas ver mesmo, ninguém viu.



Pólo Ceará - Como Szabo chegou ao Brasil e o que mudou no Pólo Aquático brasileiro?

Silvio - Muitos dizem que ele veio para o Brasil por ter ouvido falar da alegria do povo brasileiro e ter visto Garrincha jogar na Hungria. E, realmente, o Botafogo realizou muitas excursões pela Europa na década de 50. Ruy Castro, em seu livro Estrela Solitária: um brasileiro chamado Garrincha (1995), confirma que o Botafogo jogou na Hungria, no dia 22 de abril de 1956, contra um time local chamado Honved-Kimitz – que, curiosamente, venceu de goleada o time da “Estrela Solitária”, com Mané Garrincha e tudo, por 6 a 2. Szabo tinha ido para Itália, fugindo da invasão soviética ao seu país. Isso é fato.

Dizem também que ao arrumar uma discussão de trânsito com um italiano, já que jogava em um time da itália chamado Rari Nantes, agrediu seu desafeto, mas descobriu depois que o indivíduo era delegado. Optou por escolher o Brasil, dentre outros convites. O convite foi feito por João Havelange, então Presidente da CBD ( fato esse confirmado em entrevista). Aladar Szabo chegou ao Rio de Janeiro em 1959, pelo navio “Conte Grande”, sendo recebido por Edson Perri (Barriga), que futuramente seria seu técnico na seleção brasileira e no Botafogo.

Mais tarde Szabo foi apresentado ao Fluminense, que detinha a melhor equipe de Pólo Aquático da época. Szabo deveria apenas dirigi-la; porém, devido à sua exemplar forma física, acabou por integrá-la como jogador, permanecendo em Laranjeiras (sede do Fluminense) de 1959 a 1961. Curioso que o próprio Szabo viria a quebrar uma invencibilidade do tricolor carioca que já durava 9 anos . Ao se transferir para o Botofogo em 1961, venceu o “invencível” Fluminense por 2 x 0, convertendo os dois tentos.As mudanças foram significativas. Szabo representava o que havia de melhor em termos de técnica e tática no pólo aquático mundial. Vinha do país do pólo aquático. A Hungria havia conquistado até essa data os jogos olímpicos de 1932, 36, 52, 56.

Sua influência foi significativa , tanto nas questões supracitadas, como também no tocante à sua conduta. Não podemos esquecer que o pólo aquático tem características machistas, como até hoje o futebol carrega consigo tal estigma. A mídia adorava citar seus feitos, verídicos ou não e atrela-los a uma imagem violenta. Veja alguns exemplos:

“Fluminense saiu do torneio por medo de Szabo” – Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 9 nov. 1962.

“A violenta história de Szabo” – Jornal da Tarde, Rio de Janeiro, 20 abr. 1972.

“Era bom de bola e de briga” – Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 14 out. 1982.

“Agressão e sangue na piscina” – Revista do Esporte, Rio de Janeiro, 27 jul. 1962.

Para fazer parte do grupo um candidato a jogador de pólo, mesmo que inconscientemente, deveria agir de forma similar. Talvez por esse motivo, mas não só por esse, o pólo aquático era tão violento. Cabe destacar que atualmente não mais se configura assim nosso esporte. Devido às regras, não dá mais tempo de existir tanto atrito como antigamente, que nem tempo de posse de bola existia .

Pólo Ceará - Que brasileiros você poderia destacar como pilares do Pólo Aquático brasileiro em suas respectivas épocas?

Silvio - Eu tenho a minha seleção de todos os tempos. Aliás, como muitos devem ter. Não dá para comparar épocas. Voltemos ao futebol. Em minha opinião o Pelé seria hoje também o melhor do mundo. Talvez seus feitos acontecessem em menor número por um sem número de fatores, como por exemplo, a condição física que permite um poder de reação maior, e também plagiando Garrincha, o número de “Joões” em todo o mundo diminuiu significativamente. Só para ilustrar, um jogo entre Brasil e Japão há 50 anos atrás teria um número de apostas por goleada enorme. Atualmente, apesar de sermos favoritos, não acreditamos em placares tão elásticos.

A difusão da técnica, tática, a facilidade de propagação de informações, um enorme número de técnicos, atletas que jogam no exterior, acabou por internacionalizar o futebol brasileiro. Ainda somos os melhores, mas acredito que não tão melhores. Agora , imagina colocar o Ronaldinho Gaúcho com sua preparação física e acostumado a ser caçado em campo e a reagir a jogadores muitas vezes treinados somente para marcá-lo, com um futebol que vê a velocidade aumentar exponencialmente, ser marcado por atletas da década de 50 com o futebol sendo jogado como era...imagina o que aconteceria.

Não existem comparações. Cada um foi craque em sua época e ponto final. Por isso, escolher os melhores com as peculiaridades históricas distintas é impossível, além de desleal. Por isso, optei por escolher, os atletas que mais se destacaram em entrevistas, jornais e em minha própria opinião de pesquisador da área. Ratifico, não são os melhores e sim aqueles aquém presto uma homenagem. Outros também mereceriam estar aí, contudo só poderia escolher um time. Tentei escolher por posição.

Goleiros- única exceção que fiz. Escolhi dois .( 1) Luís Daniel ( meados da década de 50 e 60) Campeão Pan-americano e (13 )André Cordeiro , vulgo Pará.

2)Abrahão Salituri (integrante da Seleção Brasileira em 1920, Antuérpia)

3)Carlos Castelo Branco (integrante da seleção brasileira em 32, Los Angeles)

4)Márvio Kelly – (Campeão Pan-americano, integrante da seleção brasileira, 1952, Helsinque, 1960 Roma e 1964 Tóquio)

5)Aladar Szabo (Campeão Pan-americano, integrante da seleção brasileira, 1964 Tóquio)

6)Pedro Pincirolli (integrante da seleção brasileira, 1964 Tóquio e 1968 México)

7) Carlos Eduardo Carvalho( integrante da seleção brasileira em 1984, Los Angeles)

8)Erik Borges( integrante da seleção brasileira em 1984, Los Angeles)

9) Mário Eduardo Souto, (o Duda, integrante da seleção brasileira em 1984, Los Angeles)

10)Fernando Carsalade ( integrante da seleção brasileira em 1984, Los Angeles)

11) Daniel Mameri

12) Ricardo Perrone ( vulgo Kiko)

Pólo Ceará - Como foi o título pan-americano de 1963? será que teremos chances de repetir o feito em 2007?

Silvio - A equipe treinava no Pinheiros sob o comando do técnico Claudino Caiado. Os jogos foram todos na Piscina do Palmeiras, tendo o último jogo um empate 3 x 3 com os EUA. O Brasil foi campeão por ter perdido apenas um ponto na competição, enquanto os norte-americanos 5 e os argentinos 8. O artilheiro da competição foi Aladar Szabo com 24 gols. As seleções que participaram e sua colocação final : Brasil, EUA, Argentina, Canadá e México. Participaram da equipe brasileira Campeã Pan-Americana de 1963: Luís Daniel - Ivo Carotine - Paulo Carotine (Polé) - Adhemar Grijó - João Gonçalvez , Aladar Szabo - Marvio Kelly dos Santos - Luís Eduardo Lima( Liminha) - Flavio Rato ,Luís Del’pichia e A. Valim Técnico : Claudino Caiado.

O Pan-Americano de São Paulo foi excepcional. Tínhamos excelentes jogadores, a se destacar Márvio, Szabo e o goleiro Luis Daniel . Vencemos os EUA na primeira fase e o empate serviu para a conquista do título inédito até hoje (infelizmente).

Para o Pan de 2007, acho complicada a repetição da façanha. Historicamente os EUA sempre levaram vantagem, além de ter uma estrutura excelente. Agora o Canadá está também com uma estrutura melhor que a nossa. Para piorar, perdemos a vaga para o último mundial para Cuba, que vinha desaparecida, mas que tem um regime de treinamento intenso. Se o Pan- Americano fosse hoje, brigaríamos pelo bronze. Como é daqui a um ano e meio, se acontecer algo que beneficie a nossa seleção, com certeza, voltaremos a vencer o Canadá e teríamos um boa chance contra os EUA, principalmente por estarmos em casa.

Pólo Ceará - Como você classificaria o momento atual do Pólo Aquático brasileiro em relação à sua história. Há evolução?

Silvio - Em termos de conquista, senão retrocedemos, no máximo nos igualamos a outras épocas. Não vamos às Olimpíadas desde 1984 e, mesmo nessa, fomos por causa do boicote. Mas também, se analisarmos sobre esse aspecto, as eliminatórias para os Jogos Olímpicos do passado ou não existiam ou eram decididas internamente pelo presidente da então CBD. Em termos de resultados, continuamos perdendo para quem perdíamos e ganhando de quem ganhávamos. Com exceção de Cuba, que VÍNHAMOS ganhando nos últimos anos, e antigamente éramos fregueses de carteirinha. De resto, continuamos próximos das mesmas posições em nível mundial . Eu diria no terceiro bloco.

A evolução existe, no tocante ao intercâmbio, que devido ao aumento de jogos internacionais, estamos mais próximos de descobrir o que falta, além de simples achismo ou opiniões extremamente empíricas.

Pólo Ceará - O Ricardo Perrone sugere que alguém estude o movimento do chute para que os brasileiros possam ficar mais atentos à técnica e se igualar ao europeus. Existem muitos estudos disponíveis sobre os movimentos específicos do Pólo Aquático e seu desenvolvimento?

Silvio - Existem poucos estudos nesse campo, principalmente em nível Brasil. Sendo o Pólo Aquático pouco divulgado e praticado, menos acadêmicos se interessam em estudar os movimentos pertinentes ao nosso esporte. Aí entra estrutura. Se os órgãos responsáveis tivessem verba para isso, acho que não faltariam interessados.


Pólo Ceará - Você é treinador de Pólo Aquático. A nossa deficiência começa na formação dos jogadores ou o problema é posterior? No Brasil se treina a quantidade necessária de fundamentos?

Silvio - Não acredito que o problema esteja na formação. Devemos perceber que os tempos são outros e a oferta de atividades esportivas aumentou demais. Esporte com mais visibilidade carreiam mais adeptos. Isso é fato. Da quantidade a possibilidade de se tirar qualidade é grande. Atletas nossos vão jogar no exterior e nada deixam a desejar, basta uma estrutura digna que permita dedicação. Não chego nem no profissionalismo, mas em uma estrutura que permita um real crescimento e não investimentos sazonais que têm caráter imediatista.

Quando jogamos com times de base até juvenil, o jogo é bem parelho. Quando chega do Junior para cima, pesam diversos fatores, que não só a formação. Um calendário adequado, jogos internacionais de nível, investimento dos órgãos competentes e dos clubes, que adotam times competitivos servindo de espelho para os mais novos e também para a mídia. Podemos até não nos dedicar como devíamos, mas esperar de garotos uma percepção de um futuro de glórias baseado em um esporte “ secreto” é querer demais.

Somente aqueles que de fato queiram muito, e mesmo esses, esbarram nas cobranças da vida para sua sobrevivência. Somos poucos e esses poucos têm que se tornar bons. E com tudo isso, às vezes conseguimos.

Pólo Ceará - Dos jogadores que você já formou, muitos desistiram?

Silvio - Quase todos, e já trabalho como técnico há 12 anos. O processo seletivo é duro e às vezes não dispomos de 13 em cada categoria. Os reservas têm que ser muito perseverantes. Os titulares têm que resistir ao tempo e aceitar perder o posto de uma categoria para a outra (fato esse comum, devido à idade). Por sermos poucos clubes, a busca por um lugar ao sol é difícil levando muitas vezes ao abandono prematuro. De um time de 13 que começam no infantil chegam ao adulto e integram o grupo uns 2 ou 3 no máximo.

Pólo Ceará - Quando e onde poderemos comprar o livro?

Silvio - Ainda não sei, mas disponibilizo meu e-mail para futura aquisição.

Nas fotos Silvio e duas de suas equipes vitoriosas no Fluminense e, no detalhe, o craque Aladar Szabo.


segunda-feira, janeiro 23, 2006

Jesus Rollan


Esse é o goleiro espanhol apontado pelo brasileiro Pará como o melhor que ele já viu atuando.

Seleção olímpica

Nossa próxima entrevista será com o premiado treinador Silvio Telles, um dos maiores estudiosos do Pólo Aquático, lançando em breve um livro imperdível.

A foto acima estará no livro e é da seleção brasileira que foi às Olímpiadas de Los Angeles em 1984 como seleção convidada em consequência do boicote do bloco socialista.

Estão na foto:

Em pé:
Solon dos Santos, Borelli, Silvio Manfredi, Carlos Carvalho, André, Paulo Francisco (Su) e Mário Eduardo (Duda)

Agachados:
Edson Perri (Barriga), Orlando Chaves (Lanlan), Mário Lotufo, Frederico (Fred), Fernando Carsalade e Ricardo Tonieto.

A campanha foi a seguinte:

Espanha 19 X 12 Brasil
EUA 10 X 04 Brasil
Brasil 09 X 09 Grécia
Itália 13 X 04 Brasil
Brasil 10 X 10 Canadá
China 11 X 09 Brasil
Japão 09 X 08 Brasil

domingo, janeiro 22, 2006

Chute

Já foi repetido por diferentes pessoas que, fora os estudos que possam ser feitos para aprimorar a técnica, a receita pra chutar melhor é chutar mais vezes, treinar muito.

Pra times como o nosso, com diversos iniciantes, a ralação começa em condicionar e desenvolver a pernada.

Em seguida a gente começa a treinar o chute propriamente dito (nesse caso do vídeo já com a preocupação da "xinxada"), o chute de primeira, o giro rápido pela frente e até a inglesa, aquela que a rapaziada sempre arrisca quando a namorada chega na arquibancada.

sábado, janeiro 21, 2006

Viva o sabadão!

Mesmo depois da noite animada elas estavam lá: Vivian, Joyce e Glorinha com preguiça antes do treino. Sorte que aqui não existe frio...
A macacada reunida. Alguns Jedis (o time 30+, de branco) e o 30 -, ainda sofrendo forte complexo de Esther Williams. Mais uma vez o coletivo foi marcado pelo 30+ comparecendo em massa e o 30- com diversas ausências. Não há dúvida que se o 30- jogar junto por poucos meses vai ganhar dos "velhos". Basta um pouco de compromisso. Isso é fundamental acontecer logo porque precisamos melhorar o nível de coleta.
Enquanto isso o Renatinho vai tentando criar táticas mirabolantes. Tomara que um dia tudo isso que ele falou aí seja feito.

Claro que teve cervejinha depois do treino, afinal estamos nisso por diversão. Só não vai ter foto de novo porque se não vira bagunça...

Meninas do Brasil

O desafio de implantar o Pólo Aquático feminino em Fortaleza talvez seja mais duro ainda do que o masculino, cheio de gente já apaixonada pelo esporte e a fim de batalhar por sua evolução.

Sinto falta de uma menina jogadora para as demais se espelharem, terem a convicção de que jogar Pólo Aquático não é nada do outro mundo e que todo processo de aprendizagem é compensado com o prazer que esse jogo proporciona ao corpo e à mente.

Ainda bem que as meninas, puxadas pela Joyce, Glorinha e Carol, dão todas as dicas que não pretendem abandonar a luta no começo.

Pra inspiração e pra provar que e possível chegar lá , uma foto tirada no Mundial do ano passado em Montreal. Lá atrás, da esquerda pra direita: Betão, Roberto Chiappini e, na extrema direita, Pagura. As meninas são Tess Oliveira, Vivi Costa, Melina Teno, Carol Vasconcellos, Andrea Henriques, Camila Pedrosa, Fernanda Palma, Flavia Fernandes e o Cabral. Abaixo: Marina Zablith, Luiza Carvalho, Manuela Canetti, Barbara Amaro e Marina Canetti.

Agradeço ao Eduardo Vieira e todos que estão me ajudando a trazer notícias sobre o Pólo Aquático feminino, já que minha ignorância no assunto é total.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

“Se me perguntassem o que eu gostaria de ser em outra vida, eu diria sem pensar: GOLEIRO DE PÓLO AQUÁTICO”



1983? Mais ou menos por aí...

Eu estava à noite em frente ao Fluminense esperando o ônibus que levaria a seleção carioca de 70 para jogar contra a seleção paulista. Meu pai perguntava: ”o que você tem que não fala nada?”. Ele nem desconfiava. Eu estava me borrando de medo das terríveis histórias dos trotes dos veteranos.

Íamos viajar junto com a então promissora seleção de 67, puxada por destaques como Pará, George Chaia e Luiz Guilherme Sanchez. Depois de alguns momentos de tensão na viagem, chegamos ao Ibirapuera. O Pará era sempre o mais animado e, talvez por isso, ameaçador. Por algum vacilo eu e Wilson Fialdini chegamos atrasados e sobramos no quarto da molecada. Pensei que fossemos ser jogados aos leões.

Que nada. Salvos pelo gongo. Fomos para um quarto ao lado, onde estava a comissão técnica. Assim que entramos no quarto, ouvimos o Pará e uma horda daqueles caras mais velhos que queriam bancar “os maus” correndo e gritando pra invadir o recanto dos pivetes e tocar o terror. Escapamos calados. No dia seguinte o Pará foi um dos que mais deu força quando caímos na água para jogar. Tive certeza que de mau aquele cara não tinha nada.

Desde então estive com o Pará inúmeras vezes, em diversas situações e lugares diferentes. O cara está sempre no mesmo astral elevadíssimo, com disposição pra qualquer parada, um sujeito sem dúvida diferenciado e com uma certeza inabalável compartilhada por muitos: nada é mais importante nesse esporte do que os amigos.

Mesmo assim, Pará, pode ter certeza que um cara como você, já aclamado um dos cinco melhores do mundo e na seleção há mais de 20 anos, merece da mídia e dos que gerenciam o esporte brasileiro muito mais respeito. Seria maravilhoso acreditar que você não precisará nunca mais fazer como em 2005, quando teve que largar o Pólo Aquático para correr atrás de dinheiro. A gente vai fazendo igual a você: vamos acreditar.

Pólo Ceará - Li no http://www.poloaquatico.com.br/ que você está de volta à seleção brasileira. Você já está há quanto tempo na seleção?
Pará - Comecei a treinar na seleção em 1983

Pólo Ceará - Você começou a se destacar muito novo e até hoje é considerado o melhor goleiro do Brasil. A que se deve tanto sucesso e por tanto tempo?
Pará - Ter muita determinação e acreditar sempre que no que faz e nunca deixar de acreditar nos seus sonhos. Um dia eles podem se realizar.

Pólo Ceará - Você já rodou muitos países jogando. Quais foram os melhores jogadores (inclusive goleiros) que você viu atuar?
Pará - Na linha eu destaco o número 11 da Sérvia e Montenegro(Vujazinoch) e no gol o Jesus(Espanha), o melhor que já vi agarrando.

Pólo Ceará - Como é que você qualifica o momento atual do Pólo Aquático brasileiro?
Pará - Caótico. Estamos na véspera do Pan e não começamos os treinamentos. Perdemos os irmãos Perrone (insubstituíveis) e poderemos ter mais uma baixa que é o Vicente Henriques (Paineiras), que atua no Savona (Itália), para a seleção italiana.

Pólo Ceará - Você teve que parar esse ano para ganhar dinheiro e agora voltou ao Pinheiros. Nunca pensou em ir jogar no exterior pra viver de Pólo Aquático?
Pará - Já,mais deixa prá lá. O meu tempo já passou.

Pólo Ceará – Você já está há algum tempo jogando pelo Pinheiros. Em São Paulo as condições são melhores do que no Rio?
Pará - Não existe comparação. No Pinheiros, clube onde eu treino,tem uma estrutura excepcional e o principal é que eles cumprem o que prometem. Isso é fundamental.

Pólo Ceará - Nunca teve um momento que você tenha cansado de tanto esforço sem o devido reconhecimento? Qual a sua rotina de treinos e qual seria a ideal?
Pará - Nunca liguei pra isso,nunca esperei nada em troca. O que consegui nesses anos todos jogando pólo aquático,foram os meus amigos. E isto não tem preço. Na vida se você não tem amigos, você não tem nada. Se me perguntassem o que eu gostaria ser em uma outra vida, eu diria sem pensar,GOLEIRO DE POLO AQUÁTICO. Treino forte no Pinheiros,faço levantamento olímpico com o mestre Dimas no Pinheiros. Poderíamos ter um calendário com um maior número de jogos. Já seria um bom começo.

Pólo Ceará - O Kiko Perrone já disse antes e repetiu numa entrevista aqui que ele, Beto Seabra e Michel se tornaram excelentes chutadores graças à sua paciência, de, já consagrado goleiro da seleção há muitos anos, ficar depois dos treinos para pegar os chutes deles quando eles eram moleques. Os três se tornaram grandes nomes do esporte. Você sempre foi um cara aberto para ajudar os mais novos, ver essa galera (e outros) bem-sucedida deve ser uma das suas maiores recompensas no Pólo Aquático...
Pará - Sem dúvida, ver esses garotos jogarem em nível de excelência me deixa muito contente. Ter podido colaborar, por menor que tenha sido a minha contribuição, já valeram todos esses anos de treinamento e dedicação ao esporte. Tê-los como amigos não tem preço.

Pólo Ceará - Fala-se muito da deficiência dos chutes dos brasileiros em relação aos europeus. Essa diferença continua muito grande? O chute dos brasileiros está melhor?
Pará - Continua. Não podemos nos basear pelo fato do Brasil possuir 2 ou 3 jogadores que chutem em nível internacional. É muito pouco. Nos grandes times, a maioria dos jogares chutam muito.É difícil dizer “larga esse”, “larga aquele”. Comparando o Kiko e o Felipinho, nesse tempo em que os dois estão jogando na Espanha, o chute deles melhorou absurdamente. O trabalho de chute a gol desses jogadores é muito grande. Primeiro eles têm o tempo a seu favor e segundo jogam em um nível em que o jogador tem que chutar muito bem. Fazendo uma comparação (um exemplo matemático), enquanto no Brasil os jogadores dão 100 chutes por semana, lá fora eles dão 350 chutes e jogam com os melhores do mundo.

Pólo Ceará - Qual a expectativa para o Pan 2007? Como você avalia o Brasil em relação a outras seleções?
Pará - Já estamos bem atrasados, temos um ano e meio para o Pan, o que é muito pouco tempo. Já estamos acostumados a trabalhar em condições adversas. Ganhar dos EUA no Pan é uma tarefa, digamos, quase impossível. O nosso objetivo é ganhar de Cuba e Canadá e fazer a final contra os americanos. Hoje, na minha opinião,não ganhamos do Canadá e faríamos um jogo duríssimo contra Cuba.

Pólo Ceará - Está quase certo um torneio em Fortaleza na praia na semana santa (dependemos apenas de alguns acertos de patrocínio pra confirmar). O campeonato estará aberto a qualquer time, embora a idéia principal seja a criação de um Circuito Nordestino de Pólo Aquático, com outros eventos em outras capitais nordestinas durante o ano. Como você vê esse tipo de iniciativa?
Pará - Esse tipo de iniciativa é fantástica. Deveriam existir torneios como este em outros lugares para a divulgação do nosso esporte. Se puder,estarei presente com o Master. Grande abraço e obrigado.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Clínica de Integração

Marcus Bolitreau dá mais uma contribuição fantástica ao Pólo Aquático nordestino.

De 26 a 28 desse mês será realizada em Recife e Olinda uma clínica com dois dos nomes mais importantes do Pólo Aquático brasileiro nessa última década: André "Quito" Raposo e Claudia Graner.

Estamos montando um pacote para ir um grupo de Fortaleza. Considero fundamental que todos os estados nordestinos sejam representados para aproveitar essa oportunidade de reciclagem e mais ainda aumentar a nossa integração para eventos futuros.

Mais informações sobre a clínica aqui .

Lógico que eu preferiria colocar uma foto da Claudia, mas não tenho nenhuma. Mais uma vez "peguei emprestado" essa foto do melhor site de Pólo Aquático do Brasil.

Replay do vídeo

Esse vídeo, "O que é Water-Polo?", foi postado aqui há menos de uma semana.

Na ocasião pensei em traduzi-lo. Como não tinha entendido algumas frases inteiras, deixei pra lá sem falar nada.

Noso amigo Dirceu (na foto) não se resignou da mesma forma e resolveu mostrar que seu doutorado nos Estados Unidos teve alguma utilidade. Segue a tradução com a liberdade das traduções literais e, quem quiser a transcrição do inglês que ele fez, me peça por email por favor.

Ah, continuarei postando vídeos instrucionais como o de entrada na área.

“Pólo aquático é um vai-e-vem entre violência e refinamento (finesse), resistência física e estratégia, esforço individual e coesão coletiva. Jogos são incrivelmente cansativos. Aos jogadores nunca é permitido o toque no fundo e nem mesmo nas bordas da piscina. Verdadeiras batalhas individuais acontecem embaixo d´água, onde puxões, chutes, e caldos (escondidos ou que não são notados) influenciam o posicionamento dos jogadores, e até mesmo o destino dos jogos.

Os jogos são divididos em 4 quartos, com 7 jogadores de cada lado, incluindo o goleiro. O jogo veloz é centrado em passes para o jogador de centro com os homens de trás entrando na área e fazendo corta-luz de modo a criar oportunidades de gol.

Como no hockey, a situação de homem-a-mais acontece quando jogadores são excluídos temporariamente de jogo devido a uma falta grave ou por jogo bruto. O esporte é frequentemente sempre doloroso, sempre exigente, e completamente extenuante.”

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Ainda 2005

Se Gergely Kiss foi eleito o melhor jogador, a Sérvia e Montenegro ficou com o título mundial de juniores da Argentina. O brasileiro Felipe Perrone foi o segundo artilheiro da competição jogando pela terceira colocada Espanha. O Brasil ficou emdécimo primeiro lugar.

Aqui no Brasil o Flamengo fechou em primeiro do ranking, seguido pelo Pinheiros, Fluminense, Tijuca e Botafogo. No masculino o Fluminense levou o primeiro lugar, enquanto que no feminino o melhor foi o Internacional de Regatas, de Santos.

Vai encarar?

O canhoto Gergely Kiss é bicampeão olímpico e foi eleito oficialmente melhor jogador do mundo em 2005.

Se quiser saber mais sobre ele vai na fonte . Você não vai entender muito, então aproveite para dar uma navegada pelo site.

Para quem não sabe a Hungria, além de ter tido uma timão imbatível de futebol nos anos 50 liderado por Puskas, é o país do Pólo Aquático e da esgrima.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Três Andrés, três craques

Três caras de primeira, três nomes de relevância na história contemporânea do pólo aquático brasileiro. O André Raposo (Kito) eu conheci quando ele era muito pequeno. Sempre foi gente boa, como todo mundo na casa dele. O mais velho dos irmãos dele jogou comigo numa carreira curtíssima, abreviada pelo brilhante desempenho que tinha na escola na época. Fiquei muito feliz quando soube anos mais tarde, ao voltar a me informar sobre Pólo Aquático, que o Kito tinha se tornado atleta de ponta.


Conheci o goleiro André Capiberibe, o Andrezinho, quando ele estava começando no Pólo Aquático. Se destacou muito cedo como goleiro, chegou a jogar na linha. Sempre teve muita facilidade para todos os esportes, inclusive a capoeira. Assim como o Kito, estará em breve numa entrevista aqui no blog e farei de tudo para vê-lo brincando no campeonato que queremos fazer na semana santa em Fortaleza.

O terceiro André fora de série como sujeito e como jogador de Pólo Aquático é o André Cordeiro, o Pará. Hoje não tem foto do Pará, mas na sexta-feira publicarei uma entrevista com ele que está imperdível.

Todas as três fotografias desse post são do www.poloaquatico.com.br , o melhor site de Pólo Aquático do Brasil.

O retorno de Jedi

Quando eu quis saber quem eram os ex-atletas de Pólo Aquático de Fortaleza para reunir o pessoal mais uma vez, o primeiro telefone que me deram foi o do Carlinhos Mapurunga. "Pode contar com esse cara, ninguém gosta mais de Pólo Aquático do que ele", foi o que me disseram.

Era verdade.

No primeiro encontro ele se contundiu. Mesmo assim nunca se afastou. Ou vinha para apitar os treinos ou se exercitava sozinho, como na foto.

No último sábado o Carlinhos jogou um coletivo depois de muitos anos. Estava feliz. Se sentiu em casa, fez gol até de inglesa. Agora é se cuidar para não se machucar de novo, afinal a meta do Carlinhos é voltar a jogar no centro.

Boa sorte "mermão"!

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Surf de peito

Uma das maiores recordações da minha época de Pólo Aquático era nos finais de semana quando a molecada toda de 14, 15 anos ia pra Ipanema, pro Pepino (a barraca do Pepê era lá...) e, quando o mar crescia e emburacava, só dava a gente dentro dágua. Era nosso playground.

A disposição pro tiro curto na máxima explosão pra não tomar a série na cabeça, a natação de cabeça alta pra se posicionar no mar, a capacidade aeróbica pra aturar o caldo, a pernada pra se manter horas no mar e poder subir e ver as ondas lá dentro ainda, tudo diferencia a galera do Pólo Aquático quando o mar sobe.

Nunca fui dos que me atirava nas maiores, mas todo mundo estava sempre dentro, fosse o mar que fosse. O maior nome do surf de peito da época era, senão me engano, Hélio Fernandes, jogador de Pólo Aquático.

Na foto está Rogério Caju. Um cara que dropa de peito Pipeline merece todo respeito. O cara joga Pólo Aquático, é lógico.

"Temos um grande potencial humano para trabalhar"


O Pólo Aquático nordestino tem os seus heróis, caras que fazem milagre ao manter o esporte sempre vivo, por mais que às vezes ele pareça que vai morrer. Entre esses nomes estão Passarinho, Marcus Bolitreau, Zé Marcio, Thiago, Amaral, Gilson, Diego, André e muitos outros com quem ainda não tivemos contato. Nenhum desses eu conheço pessoalmente, apenas pela internet ou de ouvir falar pelos emails. Esse blog tem a pretensão de unir esse pessoal e aumentar esse exército. O espaço está aberto a todos. Sempre. Hoje a entrevista é com o Junior, técnico da equipe campeã dos Jogos Escolares 2006, o cara que está nos oferecendo uma oportunidade impagável: a primeira chance de um amistoso. Obrigado Junior e vamos desenvolver cada vez mais esse intercâmbio entre todas as equipes nordestinas.

Pólo Ceará - Há quanto tempo você é treinador? Como começou esse amor todo pelo Pólo Aquático?
Junior - Trabalho como treinador há 3 anos, antes apitava e brincava em uma academia uma pelada semanal, nada sério. Depois fui ser árbitro de Pólo, entei no Marista e convenci a todos a colocar Pólo na escola. Acreditei que só ia dar meninos, mas foi o contrário, muitas meninas se interressaram. Sempre gostei do Pólo, acho um esporte de muita plástica e jogadas emocionantes, ficava babando quando ia apitar os jogos e via jogadas maravilhosas.

Pólo Ceará - Suas atletas foram campeãs dos jogos estudantis do Rio Gande do
Norte. Há muitas adolescentes jogando Pólo aquático em Natal? A que se
deve esse sucesso?
Junior - Muitas, em média 30 atletas por escola que tem Pólo. Acredito que é um esporte empolgante. As meninas não querem mais nadar, estão saturadas da rotina e buscam no Pólo o diferente e empolgante. Temos em nossas escolas verdadeiras "brigas" com os técnicos de natação, pois as meninas não querem mais nadar.

Pólo Ceará- A Comunidade de Pólo Aquático do Rio Grande Norte no Orkut deve ser uma das maiores regionais sobre o esporte, com mais de 700 participantes. Como está a organização do Pólo Aquático em Natal?
Junior - Este trabalho começou com o professores Fabio e Flávio, que são amantes como nós desse esporte e trabalham há mais de 6 anos com o Pólo. Pelo tempo de formação do esporte temos muitos ex-atletas, mas não trabalhamos com clubes e sim com escolas, e nas escolas só trabalhamos com atletas até 18 anos. Depois de acabar o período escolar na maioria dos casos não tem mais vínculo com a instituição. Certo que agora os meninos estão organizando uma pelada semanal em um clube, mas não há nada de compromisso

Pólo Ceará - Você acha que com maior intercâmbio é possível o Pólo Aquático nordestino se desenvolver e revelar novos Zé Marcio e Léo Vergara?
Junior - Com certeza. Temos um grande potencial humano para trabalhar, só falta mais incentivo. Quando viajei para Pernambuco e Paraíba vimos os caras mandando muito bem. Aprendemos muito com eles e eles com a gente. Os meninos e as meninas ficam empolgados e querem sempre fazer o melhor. Trocamos situações de jogo e novas jogadas e falamos sobre regras, fora a amizade que se constroi.

Pólo Ceará - E especificamente sobre as meninas: estão surgindo bons talentos no
Nordeste.Quem são os atuais destaques, quais as promessas?
Junior - Temos em Natal a Vanessa que foi jogar no sul. Ela é muito boa, mas está parada. Temos também a Eveline, que está parada por falta de lugar para treinar de alto nivel. Em Pernambuco tem duas meninas boas. O Marcus Bolitreau já colocou meninas na seleção e está fazendo um novo trabalho praticamente só. Na Paraíba está começando um trabalho que já mostra uma força. Em Maceió o Gilson do Marista tem duas meninas na seleção. Isso tudo prova que qualidade nós temos, só faltam mais treinos e oportunidades.

Pólo Ceará - Deixe por favor um recado pras meninas de Fortaleza e pra todas as que assim como elas estão começando.
Junior - Tudo que começamos a fazer, precisamos está cientes que sempre o começo vai ser mais difícil. O importante é não desistir e encarar cada treino como uma forma prazeirosa de conquista, sempre um degrau maior. Nadar é chato mas é necessario, jogar todo treino é muito bom, mas o Pólo não é só feito de bola e sim de um treino rico em natação e técnica. Derrotas virão. Só para dar um exemplo, no ano em que comecei com minhas meninas, perdermos todos os jogos do ano, todos os campeonatos e o mais importante, que foi no final do ano, que é o jerns(Jogos Escolares do RN) que coloca certa de 20 mil atletas em várias modalidades, nós ganhamos invictos, superando todas as derrotas que sofremos durante o ano.
Parabéns a vocês pela iniciativa. Vamos nos encontrar nas piscinas do nordeste.

domingo, janeiro 15, 2006

Felipe brilha no Europeu

Deu no Water Polo World.

Nem os três gols do brasileiro Felipe Perrone foram suficientes para o Barceloneta vencer o time campeão russo Shturm 2002 Checov. O jogo acabou empatado em 8 a8.

Os dois continuam na luta para as quartas de finais, onde estão como favoritos o italiano Pro Recco e o sérvio Jadran Herceg Novi.

Ficamos aqui na torcida pelo Felipe e pelos brasileiros que batalham lá fora.

Entrada na área (mais um vídeo)

Tem gente entrando na área como se fosse uma questão burocrática ou com a graça de uma Esther Williams (como diza o saudoso Jorgete).

Para se desmarcar do adversário é preciso disposição, raça e normalmente a colaboração de um companheiro para confundir a defesa. Segue um vídeo instrucional de entrada na área individual.

sábado, janeiro 14, 2006

Natal

Natal está a mil anos luz à frente de Fortaleza no Pólo Aquático.

Pelo que o Tiago me falou, há diversos times jogando em todas as categorias, tanto no masculino quanto no feminino.

Na foto está um dos maiores entusiastas do esporte, o Junior, com suas meninas campeãs dos Jogos Estudantis do Rio Grande do Norte.

O mesmo Junior nos convidou para um ou mais amistosos daqui a dois finais de semana. Nós agradecemos a iniciativa, aceitamos o convite e vamos dar início a esse intercâmbio.

Da mesma forma avisamos que será um grande prazer receber não apenas o Junior e sua equipe, como toda e qualquer equipe que queira vir a Fortaleza.

Sabadão show de bola

Antes do treino uma passadinha em algumas jogadase uma nivelada no conhecimento das regras....

..., em seguida Eduardo dando uns toques básicos para a Andrea, apresentadora do programa Zona Radical, da TV Diário, durante a matéria que eles fizeram com a gente.

O programa será exibido no próximo sábado, às 14h, pra todo Brasil. Nosso agradecimento à Andrea, à produtora Michele e à TV Diário, que nos abriu espaço pela segunda vez (a primeira foi no programa do Belmino), assim como haviam feito o jornal O Povo e o Jangadeiro Esporte Clube.

Outra boa notícia é que parece que a Andrea curtiu tanto que na segunda vai se integrar ao time feminino.


...e para terminar o encontro do sabadão as histórias do Zé Claudio regadas a cerveja e água de côco.