sexta-feira, dezembro 30, 2005

Feliz 2006

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Babel

Há uns anos atrás fui repreendido por um sujeito por ter contado que havia jogado water polo. Para ele era uma forma esnobe de dizer Pólo Aquático. Besteira.

De qualquer forma fiquei curioso pra saber outras denominações. Quem souber que me ajude:
- water polo (e sua variáveis water-polo e waterpolo )
- polo acuático
- vaterpolo
- pallanuoto

Agradeço outras dicas. O Google que nos ache.

Foto: Disputa de bola entre o japonês Kan Aoyagi e o servo Alexandar Zapic. O japonês também está insatisfeito com o Pólo Aquático de seu país. Veja aqui.

Faça você mesmo

No Rio e São Paulo o Pólo Aquático é cheio de problemas, mas, bem ou mal, faz parte da cultura, ainda há muita gente praticando e jogadoras e jogadores de alto nível sendo revelados.

Acredito que na maioria dos outros estados brasileiros, com possíveis exceções, o desenvolvimento do esporte dependa quase que exclusivamente de abnegados.

Essa vontade de se divertir e levar essa diversão a outras pessoas costuma ser desgastante num cotidiano onde não há uma cultura de Pólo Aquático.

Criar um blog como esse, um flog, seja lá o que for, não custa um centavo, demora no máximo três minutos e não demanda conhecimento nenhum de informática ou direção de arte. Os blogs foram a grande revolução jornalística e da comunicação corporativa online dos últimos anos.

Crie o seu blog, vamos trocar informações sobre Pólo Aquático, fale sobre o seu time, sua cidade, suas opiniões. Vamos nos unir, nos conhecer, criar uma rede inquebrável. Aproveitemos as instituições responsáveis para apoiar iniciativas, mas antes disso vamos fazer circular informação, vamos brincar (aqui a gente não joga, brincamos ainda) com ou sem eles.

Por enquanto queremos apenas nos divertir. Se um dia sair daqui um grande jogador ou jogadora para se destacar no cenário nacional, teremos alcançado a nossa diversão mais plena, que será amplamente comemorada com uma cervejinha depois do coleta.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Semana santa em Fortaleza





Quero tirar nos próximos dias algumas fotos do local exato onde pretendemos realizar o primeiro torneio da Liga Nordeste, na semana santa.

Essas fotos são na mesma praia, bem perto de onde deveremos montar as traves.

Léo Vergara, ainda quebrando tudo na primeira divisão em São Paulo, definiu bem a idéia: "o mais importante é a confraternização de amantes do Pólo Aquático". Esse é o espírito: aumentar o time e deixá-lo mais forte.

Temos trabalhado intensamente para que o projeto seja aprovado. No que depender de nós esse torneio vai acontecer em grande estilo e, mesmo com os nossos times masculino e feminino ainda em início de trabalho, iremos para todos os eventos que formos convidados.

De antemão agradecemos a todos que têm nos dado força e nos dispomos para colaborar no que for preciso, sobretudo para o desenvolvimento do Pólo Aquático nordestino.

Alexandra Araújo

Ouro olímpico? Ela tem.

Ouro no europeu? Ela tem.

Ouro no mundial? Ela tem.

Pode escolher o título que quiser, a Alexandra tem, e tem de sobra. Infelizmente todos esses títulos foram conquistados na seleção italiana. A brasileira é mais uma atleta de ponta que teve que ir embora para viver do Pólo Aquático. Leia entrevista feita logo antes do título nas Olimpíadas de Atenas aqui.

terça-feira, dezembro 27, 2005

Jogo de Pólo Aquático vira filme

Assim como o idioma, o espaço geográfico, a arte e a religião, o esporte é um dos componentes culturais responsáveis pela formação da identidade cultural de um povo. Não à toa tantos conflitos políticos, étnicos ou diplomáticos de qualquer outra natureza foram postos em cheque em modalidades esportivas.

Uma desses momentos vai virar filme pelas mãos do produtor Andrew Vajna e do roteirista Joe Eszterhas para ser exibido na Hungria no dia 26 de outubro de 2006 no aniversário de 50 anos do início da revolução húngara. O filme será nos moldes de "Milagre no Gelo" , outro épico esportivo.

Vajna tinha 12 anos quando a partida da Hungria contra a então União Soviética aconteceu, em 1956, nas Olimpíadas de Melbourne. Poucas semanas antes os soviéticos haviam invadido a Hungria. O jogo foi no mesmo dia em que Vajna fugiu de seu país e acabou se tornando o mais violento que se tem notícia na história do esporte. Logo no início o craque húngaro Ervin Zador (foto), de 21 anos, recebeu uma forte pancada e sua imagem ferido rodou os jornais do mundo, ávidos por fomentar a guerra fria.

O jogo teve que ser interrompido pela polícia porque a briga já estava nas arquibancadas lotadas. O placar terminou em 4 a 0 para a Hungria, confirmando a sua supremacia no esporte e renovando a auto-estima de uma nação inteira.

Vale muito a pena conhecer um pouco mais dessa história.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Na raça


A brasileira Flavia Fernandes perdeu a touca, mas não amoleceu na vitória de 6 a 5 sobre Cuba, que garantiu o bronze no Panamericano de São Domingo em 2003.

Sérvia e Montenegro



A Iugoslávia (desde 2003 Sérvia e Montenegro) tem grande tradição no Pólo Aquático.

Nesse site dá para ter uma noção clara do porquê da Sérvia e Montenegro ser campeã mundial junior e ter sempre grandes times.

Muita informação, muitas fotos de arquibancadas lotadas em festa, muitas imagens de jogadores vibrando. Já na primeira página tem umas fotos da molecada arrepiando.

Vale um passeio com calma por esse link.

domingo, dezembro 25, 2005

"Ninguém pode forçar um atleta a ganhar se ele não quiser"

Joyce Brandão adora praia. Passar oito anos longe do mar não deve ter sido fácil. Se ficou distante da brisa da Praia do Futuro e da água salgada, do cheiro de cloro das piscinas ela jamais saiu de perto. Foi graças à natação que teve a oportunidade de estudar na Campbellsville University, nos Estados Unidos, se graduando em Psicologia e depois fazendo mestrado em Psicologia Industrial. A menina que começou a nadar aos três anos colecionou títulos nas piscinas, sendo campeã brasileira nos 200 medley e sexta melhor do mundo nos 100 borboleta. Depois de tantas vitórias, Joyce agora volta para Fortaleza e, sem medo, recomeça sua vida mais uma vez. Entre os novos desafios ela resolveu ser uma das maiores incentivadoras do Pólo Aquático feminino em Fortaleza. A gente agradece.

Pólo Ceará - Você nadou pelo Náutico em Fortaleza, pelo Flamengo no Rio e nos Estados Unidos. Dá para fazer um comparativo das condições de treino nesses três centros?

Joyce - No Náutico eu tinha um bom técnico, o Ricardo Ribeiro, uma equipe unida e tinha o apoio dos pais, mas era difícil ter um apoio da escola e de patrocinadores. Isso dificultava ter objetivos de nível profissional. No Flamengo foi onde mais aprendi e tive o melhor preparo físico e psicológico. Tinha um técnico excelente, o Maviael Sampaio, massagista, nutricionista, personal trainner, e os atletas moravam juntos, ou seja, tínhamos todo o apoio necessário para sermos campeões, só restava a nós treinar. Já nos EUA tínhamos uma equipe desunida pelo fato de todos serem estrangeiros. Era cada um por si, o técnico também não era satisfatório, mas tínhamos apoio da Universidade e tudo pago, desde a alimentação até as viagens. O fato também de estar longe de casa, de ter que estudar em outro idioma dificulta a concentração nos treinos. Os grandes nadadores brasileiros treinam em Coral Springs na Florida, juntos e com técnicos brasileiros e americanos, mas a maioria deles como Joana Maranhão, Kaio Marcio, foram "feitos" no Brasil. Analisando minha carreira, o que mais faz um atleta é um técnico, que motiva, treina, orienta e cuida de seus atletas como um filho.

Pólo Ceará - De que forma essas diferenças afetam o lado psicológico dos atletas?

Joyce - Afeta 100%! Nós treinamos para competir, certo? No treino usamos 90% de físico e 10% de psicológico, na competição usamos 90% psicológico e 10% físico. Quem treinou está preparado para dar o melhor do seu físico e só resta estar calmo e confiante para não "amarelar". Quem não treinou sabe que o físico não está bem e isso conseqüentemente atrapalha o psicológico. Morando no exterior, a pressão fica maior por parte da família, faculdade e do técnico que está te pagando pra ganhar, então resta a nós atletas treinar, treinar, treinar e não ter saudades de casa, da comida da mamãe ou da prainha aos domingos. Já morando no Brasil, temos mais apoio dos pais e dos técnicos, que são mais "calorosos" em relação aos sentimentos de cada atleta, sabem que temos a capacidade, mas não nos pressionam como os norte-americanos, cujo interesse está em quanto eles irão ganhar em cima de você, independente se você tem sentimento ou não. Isso mexe psicologicamente com o atleta que já se vê sozinho em um país estranho e que com certeza teria que ter mais apoio emocional.

Pólo Ceará - Você se graduou em Psicologia e fez mestrado em Psicologia Industrial. De que maneira você aplica esses conhecimentos para a Psicologia Esportiva? A produtividade seria o ponto em comum entre essas áreas?

Joyce - Psicologia Industrial e Esportiva andam de mãos dadas, porque vejo cada empresário/ empregado como um atleta, um maratonista, um jogador querendo vencer na vida, levar a sua empresa a ser a número 1, assim como um atleta quer ver seu clube no lugar mais alto do podium. Trabalho com liderança, motivação e satisfação de empregados. Também trabalhei isso em atletas, a serem os melhores nas suas especialidades. Trabalhei um ano com Psicologia Esportiva e muitas das técnicas que usei com nadadores uso com minhas equipes de trabalho. Sim, o atleta já é o produto que o clube "vende" à mídia. E como Psicóloga Esportiva meu dever era treinar, desenvolver e motivar esse produto para o sucesso da empresa (clube).


Pólo Ceará - Você trabalha com motivação e faz palestras sobre o tema. Você acha que o que Nelson Rodrigues chamou de complexo de vira-lata referindo-se a um sentimento de inferioridade dos brasileiros, entre os nordestinos, de uma forma geral, seria mais acentuado?

Joyce - Na minha opinião, eu acredito que Nelson Rodrigues, com todo respeito, estava se referindo a ele e a vida que teve. Uma criança que precisava se destacar entre os 13 irmãos, que não gostava de sua imagem e por ser repudiado por professoras, namoradinhas e pela sociedade. Acredito que ele se baseou na sua vida e seus contos a partir de seu passado, bem diferente da realidade de hoje em dia, afinal não tomamos mais banho em bacias. Mas concordo que os Nordestinos continuam a ser discriminados (o que poderia deixá-los com complexo de inferioridade), não somente nos esportes, mas em qualquer área profissional. Todos nós sabemos disso. Mas quero lembrar que por sermos (sou cearense nata), discriminados, somos mais fortes e temos uma personalidade excêntrica. Venci essa discriminação nos campeonatos Brasileiros porque eu tinha orgulho de ser Nordestina e queria mostrar a todos que o N/Ne estava presente. A Joanna Maranhão é a melhor nadadora que o Brasil já teve e ela é pernambucana, o Kaio Márcio acabou de bater o recorde Mundial nos 50 e 200 metros Borboleta, um paraibano de 18 anos. Um campeão nato não está preocupado em inferioridade nem fica preso a seu passado, ele está interessado em ganhar, em glória, e a motivação vem de dentro, ninguém pode forçar um atleta a ganhar se ele não quiser. Essa é grande diferença entre um atleta de ponta e um que ganha um campeonato estadual: seus valores e a determinação. Depois de 5 anos sem competir e 4 sem treinar, ontem fiquei em 2° lugar no campeonato Aberto, onde competi os 400 Medley na experiência, mas isso não me deixou inferior, pois sei dos meus valores. Você se acha inferior? Acho que isso é coisa que colocam em nossa mente (risos)!

Pólo Ceará - Como isso pode ser revertido?

Joyce - Consciência e valorização. Consciência de quem somos e o que podemos ser. Valorizar nossas metas e acreditar que se quisermos podemos ser melhor no esporte, trabalho ou estudo que amamos.

Pólo Ceará - Como você vê essa moda da auto-ajuda vigente há alguns anos?

Joyce - Interessante. Assim como existem pessoas que tem uma facilidade de aprender sozinhas, também existem aquelas que têm mais facilidade na auto-ajuda. Mas na realidade são pessoas com dúvidas ou balanceadas que querem melhorar sua personalidade e atitudes. È muito difícil para um indivíduo que está com problemas, frustrações ou transtornos, como depressão, se auto-ajudar. Assim como uma criança, que não tem muita lógica, essa pessoa precisa de orientação, confidência e às vezes até medicamento. Livros de auto-ajuda são importantes para aqueles que querem encontrar caminhos para a satisfação total, mas não são compreensíveis para aqueles que precisam de ajuda em algum trauma, obsessão, depressão, pânico ou ansiedade.

Pólo Ceará - Depois de muitos anos na natação, você agora está treinando Pólo Aquático, um esporte que está engatinhando em Fortaleza. O que é preciso para manter esse pessoal motivado?

Joyce - O Pólo é um esporte coletivo, o time precisa estar unido. As meninas são capacitadas, alegres e competentes. Neste início para manter a motivação é preciso compromisso acima de tudo. Para que o time desenvolva é necessário que o time compareça aos treinos e treine com garra. Garanto que se houver esse compromisso então poderemos ter objetivos mais altos como um N/Ne ou Brasileiro.

Pólo Ceará - O brasileiro é menos disciplinado para treinar do que atletas de outros países? A que se deve isso, seria um traço cultural ou uma resposta à falta de apoio?

Joyce - Um traço cultural sem dúvida. O maior exemplo é a iniciativa do Pólo, estamos sem apoio, mas temos a vontade e interesse e estamos crescendo. Como falei, a motivação vem da nossa mente, do desejo de vencer, de mostrar o que somos e podemos fazer. Volto ao tema dos técnicos que precisam também ter uma conscientização. O atleta não ganhará apenas com treino. No Brasil, os técnicos não têm interesse em estudar psicologia e nutrição. Também não sabem lidar com os pais dos atletas que às vezes pressionam muito o filho, e por aí vai. O Brasil tem melhorado muito ultimamente, as faculdades oferecem bolsa de estudos aos atletas e empresas estão investindo, mas como diz o Bush: “os brasileiros só quem saber de festa”. Não vejo nada de errado com isso, mas sabemos que como atleta profissional temos que abdicar de muitas festas e euforias. Creio que a disciplina tem a ver mais com idade e fase. É mais fácil disciplinar um jogador brasileiro de 30 anos que não tem tanto interesse em festas e viagens do que um jogador brasileiro em plena adolescência, em busca do “quem sou eu”.

Pólo Ceará - Você acredita que essa volta do Pólo Aquático, do Nado Sincronizado e dos Saltos Ornamentais às piscinas de Fortaleza seja resultado de um trabalho de base nos esportes aquáticos ou são movimentos independentes isolados?

Joyce - Acabei de voltar ao Brasil e não estou muito informada sobre o que está acontecendo. Conheço a Jamille, técnica do nado, que começou essa trajetória devido ao apoio da Jeanne Brandão. Nós, do Pólo, estamos sendo motivados por ex-jogadores, então acho que já respondi a sua resposta, seria necessário o apoio da FCDA, que seria nossa ponte com a CBDA. Creio que temos muito que oferecer.

Pólo Ceará - Você que está puxando o movimento do Pólo Aquático Feminino. Quantas meninas estão praticando? Vocês estão gostando? Dá para outras meninas entrarem ainda?

Joyce - Somos 8 no momento. Praticamos antes do treino masculino e está sendo muito bom. Muitas meninas são ex-nadadoras cansadas de contar azulejos, mas que sentem muita falta das piscinas e competições. O pólo é inovador, restaurador e que nos traz uma sensação de competitividade e ao mesmo tempo de entrar em forma. Sim, todas são bem vindas, 2006 será um ano de grandes realizações para nosso time e grandes amizades também! Grande abraço!

sexta-feira, dezembro 23, 2005

A gente quer felicidade


Em poucos meses conseguimos muito.

O mais importante de tudo foi a quantidade de pessoas legais que reunimos em torno de um mesmo objetivo.

O Pólo Aquático é o meio ideal para isso. Uma atividade esportiva completa, onde nada é mais importante do que o sentimento coletivo. Não há time bom com apenas um craque. O que faz um time ser bom é a sua unidade, a percepção de que o mais importante é o grupo. Todos os 13 de cada equipe são titulares e indispensáveis, responsáveis por cada vitória ou cada derrota.

A partir de janeiro teremos algumas mudanças de rumo. Na primeira semana de janeiro haverá treino normal. No sábado, dia 7 de janeiro, 11h, vamos fazer uma reunião com todos juntos. Ninguém chega a nenhum lugar se não souber onde quer chegar. Vamos definir metas.

Não faltem. Cada um de nós é fundamental.

Feliz natal a todos.

Foto: Pra inspirar, as meninas brasileiras no Pan de Winnipeg em 1999.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

E aí meninas?


Alguma candidata a goleira?

Só tamanho não adianta

Muito se fala dos gigantes jogadores de Pólo Aquático.

Kiko Perrone em entrevista aqui reforçou a idéia que tamanho não é tudo para um jogador. A resposta dele não estava embasada apenas no próprio desempenho.

Uma das provas mais cabais da possibilidade de se destacar mesmo sem ser grande é Manuel Estiarte, jogador de apenas 1,76m e cerca de 70 kg. Ele estreou em nível internacional aos 15 anos, aos 18 foi artilheiro das Olimpíadas de Moscou (1980), jogou mais 5 olímpiadas pela seleção espanhola, foi artilheiro de outras 3 (fora Moscou), campeão olímpico e mundial.

Estiarte, presença certa em qualquer lista dos melhores jogadores de todos os tempos, até hoje é ídolo nacional na Espanha. Já aqui vemos nossos craques serem obrigados a ir embora do Brasil desconhecidos, não apenas em busca de reconhecimento, mas de condições dignas de trabalho.

ps. Sobre o assunto "tamanho dos jogadores" vale a pena reler esse artigo de Ricardo Perrone.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Não há nada...

... que um dia na praia não cure.

Para evitar mal-entendidos, fica o esclarecimento de que essa foto foi tirada na Croácia.

Depois do coleta

A sagrada hora da cervejinha. Essa em especial para comemorar o aniversário do grande amigo triatleta Zé Claudio, o cara que mantém o mesmo peso há 30 anos.

Na foto Eduardo, Dirceu, Hélcio, William, Zé Claudio, Rony, Silvio e, de óculos escuros, Marlus. Encoberto pelo Silvio está o Abreu.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Os dois lados...





...do mesmo lance.

sábado, dezembro 17, 2005

"O Pólo brasileiro chegou a uma situação limite"


Era a segunda ou terceira vez que eu tentava voltar a treinar depois de meses ou anos parado. Apareci um mês antes do Carioca, totalmente fora de forma. Claudino de Castro Caiado, o "Mestre", me colocou no banco, prometendo uma vaga de titular na próxima competição, se eu voltasse a treinar. Entrei um pedacinho num jogo no Guanabara, não joguei nada, saí. A noite estava fria, todo mundo encasacado. Decidi encerrar de vez meu pálido e há muito já finito projeto de carreira como jogador, até porque o inverno ficava mais forte e ninguém sabia quando seria a próxima competição.

No intervalo entre um jogo e outro um garotinho entrou na água e chutou inúmeras vezes a gol. Fiquei olhando quieto e, como todos em volta, me divertia com a cena. Alguém disse: "é o filho do Perrone". Uma credencial de peso. Anos antes, em todo jogo do Flamengo eu ouvia o comentário: "Olha aí o Perrone, o cara já tem quase 40 , ainda joga muito, mergulha muito, surfa muito e ainda é cascudo no jiu-jitsu". E o menino não parava de chutar a gol. Uma fome de treino que eu nunca tinha visto. Tiveram que tirá-lo na marra da água ara o jogo começar.

Depois do meu fracasso naquela noite fiquei meio rancoroso com as piscinas, como se minha indisciplina fosse culpa delas. Nem jogo assistia mais. Mesmo assim , numa farra ou outra, meus amigos do Fluminense cada vez mais comentavam sobre uma tal Kiko. Explicaram: "o filho do Perrone". Foi quando me dei conta que o novo fenômeno era o garotinho que dava chutes entre um jogo e outro. O menino que aprendeu cedo com o pai que precisaria treinar mais do que todos para ser o melhor é hoje uma das estrelas do Barcelona e da seleção espanhola.

A entrevista abaixo ratifica que Kiko é um fora-de-série muito antes de cair na água. Lúcido, objetivo e extremamente solícito, ele respondeu por email quase no mesmo dia em que enviei as perguntas. Por mais duro que seja o diagnóstico, pessoas com a determinação do Kiko ainda nos permitem acreditar que um dia a situação vai melhorar.

Pólo Ceará: Qual a avaliação que você faz do estágio atual do Pólo Aquático brasileiro?
Kiko: O pólo brasileiro chegou a uma situação limite. Com a atual estrutura é impossível fazer muito mais do que vem sendo feito. A tendência é que a diferença para as principais potências aumente cada vez mais.

Pólo Ceará: Há algo de concreto sendo feito hoje em dia que possa gerar uma expectativa de algum dia o Pólo Aquático brasileiro chegar ao nível do europeu?

Kiko: O apoio do COB pode ser o primeiro passo. Na maioria dos países desenvolvidos a ajuda do Comitê Olímpico é uma das principais fontes de renda das federações. Contribuindo com a CBDA, além de aumentar o volume de dinheiro no esporte, o COB também passa a ter o direito de exigir resultados e prestação de contas.

Além da ajuda do COB, são necessárias algumas mudanças estruturais para que o esporte deixe de ser tratado como uma paixão e evolua. É indispensável passar a uma estrutura profissional. Escolher um gestor capacitado e bem remunerado, que tenha total autonomia para contratar pessoal, estabelecer um plano estratégico com prioridades, objetivos e metas negociados com a CBDA e patrocinadores e decidir como a verba destinada ao pólo aquático vai ser gasta para atingir esses objetivos e metas, sendo auditado e cobrado durante o ano em função disso.

Enquanto a estrutura for composta de algumas pessoas não remuneradas e outras mal remuneradas, às quais nada pode ser cobrado, vai ser muito difícil executar as mudanças necessárias. Para ver um exemplo disso, não é preciso ir ao exterior, basta ver o caso do voleibol.

Seria fundamental também que houvesse um conselho para estabelecer os objetivos de longo prazo, as políticas do pólo aquático, e acompanhar o trabalho do gestor profissional, para que as decisões principais não fiquem dependendo de apenas uma pessoa.

Pólo Ceará: Você considera viável a massificação do Pólo Aquático no Brasil? A Liga Nacional seria uma utopia?

Kiko: Eu acho que a massificação do pólo, não só no Brasil como na maioria dos países, é bastante complicada. Sem dúvida teria que aumentar bastante o número de praticantes, mas acredito que mesmo sem um grande número de jogadores é possível chegar a um nível bem alto.

A Espanha quando chegou a sua primeira final de mundial, em 1991, só contava com jogadores de Barcelona e de Madrid. Além disso, o número de praticantes do esporte não superava 2 mil jogadores. É claro que quanto mais jogadores melhor, mas também dá pra evoluir bastante a partir de um número razoável de atletas.

Independentemente do tamanho da liga, ou do número de divisões existente, seria muito importante que a confederação em conjunto com as federações estaduais elaborassem um calendário em que os atletas se mantivessem em atividade o ano inteiro. Esse ano se jogou o Estadual carioca, João Havelange e a Taça Brasil ao mesmo tempo, enquanto durante grande parte do ano não teve atividade nenhuma para os atletas adultos. Aqui na Europa dificilmente um jogador de seleção fica mais de um mês sem jogar. As férias aqui normalmente são em agosto (auge do verão) e depois disso sempre tem 1 ou 2 jogos por semana.

Pólo Ceará: O tamanho dos jogadores de seleções como Sérvia e Montenegro e Rússia é sempre muito comentado. Você não é um cara tão grande e consegue se manter sempre em destaque, mas é sabido que você é uma exceção. Como você vê a influência desse componente físico?

Kiko: Em determinadas posições, como centro e marcador de centro, é muito importante o tamanho e a força do jogador. Mesmo nessas posições existem exceções.

Existem poucas seleções maiores que a holandesa ou a australiana, assim como é difícil encontrar times mais baixos que o da Grécia e o da Espanha, no entanto os baixinhos sempre acabam melhor colocados que os gigantes.

Eu acredito que vários fatores fazem com que um jogador se destaque: inteligência, velocidade de raciocínio, preparo físico, qualidade do chute, tamanho, força, etc. O tamanho ajuda mas não é determinante.

Pólo Ceará: Quem você destacaria como melhor do mundo hoje?

Kiko: O húngaro Tamas Kasas. Ele é um jogador completo que joga e faz toda a sua equipe jogar bem.

Pólo Ceará: Como se divide a sua rotina atual de treinos? Você está numa condição de treinos considerada ideal ou ainda há países com treinamento mais avançado?

Kiko: No clube a gente joga todo sábado e algumas quartas-feiras, por isso os treinos mais fortes geralmente são de segunda a quarta. Treinamos todo dia de 12:00 às 14:00 e 20:00 às 22:00, menos na quarta-feira de noite. Nadamos uns 3 mil metros 4 a 5 vezes na semana e fazemos musculação 2 a 3 vezes na semana. Na maioria das terças e quintas fazemos coletivo.

Na seleção a coisa é mais puxada. Como o objetivo geralmente é um torneio de uma semana, o treinamento pode e deve ser mais puxado. Treinamos todos os dias de 9:00 às 12:00 e de 16:00 às 18:00 menos domingo que é folga. Fazemos musculação 4 a 5 vezes na semana, nadamos 6500 m a 7000 m, 3 a 4 vezes na semana e fazemos trabalho de força dentro d´água 3 a 4 vezes na semana. Chute a gol tem todo dia e treino tático também.

O profissionalismo permite fazer dois treinos fortes por dia durante todo o ano. Os exercícios que realizamos aqui não são diferentes dos que são feitos no Brasil, a grande diferença na verdade é o número de partidas de alto nível que se joga, distribuídas ao longo do ano.

Pólo Ceará: Como se divide a sua dedicação ao Barcelona e seleção espanhola e qual a expectativa de ambas as equipes para as próximas competições?

Kiko: Dedico-me ao Barcelona entre setembro e início de maio e à seleção da segunda metade de maio até o final de julho.

Os objetivos do Barcelona este ano são chegar entre os 3 primeiros da liga espanhola e fazer bons jogos no Europeu de clubes. Este ano o time do Felipe, Barceloneta, é o grande favorito aqui.

Na seleção o objetivo é conquistar medalha na Copa Fina e no Europeu.

Pólo Ceará: O que mais mudou nos jogos com as novas regras?

Kiko: A parte física ganhou ainda mais importância. Quem não estiver em forma não agüenta o ritmo.

Pólo Ceará: Você acredita que a sua participação, a do Felipe e de outros brasileiros e brasileiras que atuam no exterior contribuam para dar mais credibilidade ao Pólo Aquático brasileiro fora do Brasil?

Kiko: Eu acho que sim. Quando eu vim pro Barcelona os caras diziam “Pelo menos a gente vai se divertir jogando futebol com ele”. Hoje em dia o pessoal já leva mais a sério e alguns treinadores me perguntam se tem brasileiros com nível e disposição para jogar na liga espanhola. Além de mim e do meu irmão, o Gabriel já jogou aqui e atualmente estão jogando o Marcelinho goleiro e o Charuto.

Pólo Ceará: Há inúmeros jogadores de futebol brasileiros no exterior. Até jogadores de basquete para a NBA já estamos exportando. Esse movimento acontece mesmo entre atletas de países mais desenvolvidos. Você acha que a sua saída e de outros atletas do Brasil e posterior nacionalização se devem a um processo natural de atração dos jogadores de elite para os grandes centros ou há de fato uma omissão por parte dos órgãos responsáveis?

Kiko: Eu acho que isso varia dependendo da modalidade e do atleta. No meu caso, a opção de jogar pela Espanha foi por causa da falta de perspectiva de uma evolução significativa do pólo aquático brasileiro em um curto e médio prazo.

Pólo Ceará: O Quito (atleta da seleção brasileira)disse num comentário aqui nesse blog que você é o melhor jogador brasileiro de todos os tempos. Muita gente de peso compartilha dessa opinião. Como você encara isso?

Kiko: Eu acho que isso de “melhor de todos os tempos” complicado. É impossível comparar jogadores de épocas distintas. O Eric Borges por exemplo jogou 4 anos, como estrangeiro, na liga italiana que é a mais forte do mundo. O Daniel Mameri entre 1994 e 1998 teria vaga de titular em qualquer time de ponta aqui na Europa, o Fernando Carsalade também. O meu irmão se já não é melhor agora, dentro de muito pouco tempo será claramente superior e muito mais completo do que eu como jogador. Isso sem contar os jogadores que eu não vi no auge da forma.

Pólo Ceará: Seu pai, Ricardo Perrone, foi um craque de Pólo Aquático e de outros esportes. Sua família inteira é dedicada aos esportes. Que peso teve esse apoio para você se tornar o craque que se tornou?

Kiko: Isso foi fundamental. Tanto meu pai como minha mãe sempre nos deram todo o apoio na prática esportiva. Eles conseguiram passar pra gente o amor pelo esporte sem cobranças nem pressões. A gente sempre treinou única e exclusivamente porque a gente ama jogar pólo aquático. O pior castigo lá em casa era ficar sem treinar.

Eu também tive a sorte de ter o Carlos Carvalho de técnico durante praticamente todos os anos que eu joguei no Brasil. Ele entende muito de pólo e tem uma característica que eu considero fundamental para ser treinador no Brasil, é um completo apaixonado pelo esporte.

Pólo Ceará: Seu pai sempre enfatiza a necessidade da disciplina, de treinar muito. Você sempre nadou muito, treinou mais do que os demais. Essa é a dica que você dá para quem estiver começando?

Kiko: Meu pai sempre disse, “Quer ser melhor do que os outros? Então tem que treinar mais que os outros”. Tudo que eu conquistei no pólo aquático se deve a minha dedicação aos treinos.

Durante alguns anos no Guanabara, o Barriga (Ricardo Alvarez de Sá) foi diretor do clube. O treino acabava às 21:30 e ele proibia que apagassem as luzes e tirassem o gol antes das 22:30. Além de cair na água pra ensinar a gente a chutar, ele convencia o Pará, já goleiro da seleção brasileira a agarrar os chutes de 3 moleques, dois de 14 anos (eu e o Beto Seabra) e um de 17 (Michel Vieira). Acredito que esses treinos foram fundamentais pra nosso desenvolvimento como chutadores. Até hoje eu sempre sou um dos últimos a sair da água. Aqui em Barcelona, na minha primeira temporada, acabava o treino e eu ficava chutando sozinho a gol, sem goleiro.

Além disso, é muito importante sempre estar aberto a críticas e escutar a opinião e conselhos de todos. Quanto mais pólo você puder ver melhor. Eu ia a todos os jogos que podia e tinha uma coleção de vídeos de pólo que vi tantas vezes que cheguei a decorar cada lance.

Nordeste bem barato


Tirar férias, conhecer o nordeste com as amigas ou os amigos por um preço sem concorrência no mercado e ainda jogar pólo aquático for fun.

Esse vai ser um dos chamarizes para atrair times de fora para a Liga Nordeste (apenas os nordestinos pontuam, mas a participação de times de outros estados é mais do que salutar). A primeira etapa deverá ser em Fortaleza. O governo do Ceará deu sinal verde para fazermos o projeto. Estamos buscando parceiros, inspirado por exemplos bem sucedidos em outros países. O empenho está sendo total.

Além daqui, haverá etapas ao longo do ano em outras cidades como Recife, Salvador e Natal. Jogador de Pólo Aquático só não vai vir ao Nordeste se vacilar muito.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Goleiro


Somos ainda uma espécie de cooperativa do Pólo Aquático. Ex-jogadores doidos pra recuperar a forma e se divertir puxam o treino de dentro da água. Precisamos de clínicas para formar treinadores e árbitros com urgência.

Uma das maiores carências de treino é para goleiro.

Temos dois malucos pra posição: o Silvio, mesmo parado há muitos anos, a melhor postura de todos dentro dágua, sempre com os ombros para fora e disposto a treinar, e o Emanuel, que tem muito potencial, mas não é chegado a uma rotina de treinos.

Falta para os dois um planejamento adequado. Quem tiver sugestões, seremos gratos.

Croácia


Tudo o que você sabe sobre os croatas é que eles são bons de basquete e vão jogar contra o Brasil na Copa do Mundo da Alemanha?

Lógico que lá também tem Pólo Aquático.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Europeu 2008


Já está definido onde será o campeonato europeu de 2008. Será em Málaga, na Espanha. Em 2007 a Inglaterra, paíse-sede das Olimpíadas 2012, irá receber em Manchester o europeu B. Em 2007 tem europeu de masters na Turquia.

Com essa organização fica fácil entender por que eles estão tão à frente de nós.

Falta?

Não, que é isso...

Tsunami GLS



Pólo aquático infantil, feminino, masculino, master e...gay.

É isso aí, cada um com seu cada um. A quem interessar possa, o link.

Liga Nordeste de Pólo Aquático

Foto: Dr. Tiago, na sua única aparição de seu propagado retorno após uma década longe das piscinas, esquentando com o goleiro Dr. Silvio (ô equipe gabaritada fora da água...) antes do coletivo.

Em cerca de três meses envolvidos com Pólo Aquático nordestino o que ficou claro é que há um potencial muito forte.

Nesse mínimo tempo já tivemos contato com o Marcus Bolitreau, de Recife, um verdadeiro herói por conseguir manter um calendário de competições e por ter realizado um muito bem divulgado Nordestão; com o Diego de Salvador, assim como nós de Fortaleza tentando dar um novo gás no Pólo de lá; com o Thiago e Junior de Natal, sempre solícitos ao extremo; e mais recentemente, através do blog, com o Gilson de Alagoas. Sei que o Zé Marcio é quem toca na Paraíba, ou seja, não poderia estar em mãos mais indicadas.

O Marcus com certeza tem os contatos de outros estados.

Todos são abnegados, não ganham um centavo com isso. A proposta é que nesse primeiro campeonato de 2006 possamos nos unir mais para aumentar o intercâmbio, organizar clínicas que percorram os estados interessados, profissionalizar os eventos e a gestão.

Recife e Natal, por exemplo, já possuem uma cultura de Pólo Aquático, com equipes em todas as categorias do masculino e feminino. Aqui não. Estamos longe disso. Para que o Pólo Aquático de Fortaleza cresça, essa organização vai ser primordial. Acredito que para os outros estados também.

Vamos conversar.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Torneio em Fortaleza


Deve ter quem pense: "se no Rio e em São Paulo é a bagunça que é, o que esses caras ainda querem aprontar no Nordeste?". Sendo muito frio esse é um raciocínio racional.

A principal razão para esse esforço é óbvio: nós gostamos muito de Pólo Aquático e, da mesma forma que se diz de mulher de malandro, não vai ser apanhando que esse amor vai acabar.

A outra fonte de motivação é lembrar de exemplos Zé Marcio e Léo Paraíba que provaram que com determinação é possível se jogar Pólo Aquático de alto nível no nordeste.

Temos que nos unir, criar nós mesmos uma Liga Nordeste de Pólo Aquático forte, independente, com apoio institucional de governos, federações e setor privado.

Conversei com o Diego (sobrinho do André, goleiro da seleção olímpica de 84), de Salvador, e ele tem o mesmo pensamento que eu com relação a pensar os eventos daqui aliados ao turismo.

Assim como os havaianos, vamos aproveitar nosso potencial turístico no campeonato que estamos tentando promover na semana santa. Pontuam para a Liga apenas times do Nordeste, mas times de fora têm a opção de vir ao nordeste em pacotes exclusivos para os jogadores e famílias, bem abaixo do preço de mercado. Por se tratar de um campeonato aberto, podem vir times de masters, juniores, times mistos de diferentes clubes...O importante é a chance de intercâmbio e a confraternização em torno do Pólo Aquático.

Estamos fechando o projeto. Aguardamos sugestões.

Muito obrigado

A foto da menina linda do post abaixo é desse site da Nova Zelândia. Simplesmente outro mundo. Veio junto com o do Paul Williams, ex-jogador da seleção australiana e treinador, com uma série de dicas interessantes. Ambos os links foram enviados pelo Dirceu, fora de foco nesssa foto, companheiro dos tempos de moleque no Fluminense e que também atuou pelo Tijuca e seleção carioca de categorias de base.

Tivemos o enorme prazer de receber inúmeros emails e mensagens de apoio de gente como o Gilberto da Water Planet, do técnico campeão Ângelo Coelho, do Gilson que leva o pólo de Alagoas pra frente e dos craques Quito e Kiko Perrone, para muitos o melhor jogador brasileiro de todos os tempos (aparece abaixo no post Regras Animadas, com crédito dado pelo Quito, corrigindo falha minha) que ainda sugeriu os links Waterpolo World (não deixem de ver a matéria do Botafogo campeão), do Water-Polo On Line e do Water-Polo Web.

Todos os citados voltarão em breve ao blog com entrevistas exclusivas.
Sem dúvida

terça-feira, dezembro 13, 2005

Quando começar?

Todo mundo pergunta qual a idade ideal para começar a treinar Pólo Aquático.

Sem querer já começam batendo na tecla mais grave. O problema não é a idade de quem começa a treinar, o problema é que nosso país se encontra na idade da pedra quando o assunto é apoio à cultura e ao esporte. O Brasil tem fome de tudo.

No link de onde foi tirada essa foto há diversas fotos de jogos de Pólo Aquático com atletas de todas as idades. No próximo post eu passo o link e digo quem enviou.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

O primeiro treino a gente nunca esquece
















Elas prometeram e cumpriram.

No sábado sete meninas apareceram para o primeiro treino do time feminino. Encararam o desafio sem susto, deixando claro que vontade de aprender não falta.

No mesmo dia o Eduardo, ex-jogador do Jundiaiense, orientou as meninas sobre a pernada certa e já promoveu o primeiro bate-bola.

As meninas provaram que não estão para brincadeira e voltaram para o treino de segunda com mais atletas. A hora ideal para quem quiser começar é agora, com todas no mesmo nível.

Para nós fica a grande alegria de saber que estamos colaborando e presenciando o recomeço do pólo aquático feminino cearense. Umas vão desistir, outras vão virar excelentes jogadoras. É sempre assim. O importante agora é manter o astral elevado e treinar muito.

Sucesso a todas.

"Fiquei fora da seleção por causa da panela"



Se cearense não fosse tão sacana, eu começaria definindo o Marlus como um touro, pela sua capacidade física e disposição. Para evitar as gracinhas, vamos defini-lo como um trator. Um trator com alma de Ferrari. Sua determinação dentro da água confunde-se com a sua rotina. Por questões médicas e de trabalho, não tem se dedicado ao Pólo Aquático como queria. Mesmo assim está sempre próximo. Aos 36 anos, casado e com um filho, o jogador que defendeu o vermelho e branco do Tijuca por duas décadas agora quer ver o pólo cearense crescer. Se depender de personalidade forte e raça, o grito de gol jamais sairá novamente das piscinas cearenses.

Pólo Ceará: Como e quando você começou a jogar pólo aquático? Desde muito novo você se caracterizava por ser um atleta muito forte e pela explosão. Você treinava muito?
Marlus: Comecei com 11 anos, no infantil A em 1980. eu já tinha uma bagagem da natação que comecei com 3 anos de idade,mas aos 11 anos já não aguentava mais borda a borda para baixar o tempo. Minha irmã namorava com um atleta de Pólo Aquático. Ele se aproximou de mim e sugeriu o pólo. No início treinei muito os fundamentos, pois já era o mais veloz.

Pólo Ceará: Você jogou muito tempo com caras como George Chaia, Serginho, Lanlane muitos outros craques. Com quais jogadores você mais se identificavaquando a bola rolava? Quais você mais admirava?
Marlus: Eu me identificava muito com o Sul (NOTA POLO CEARA: PAULO ABREU, O SUL, JOGADOR DA SELEÇÃO OLÍMPICA DE 1984, É PRIMO DO ADRIANO ABREU, JOGADOR DO PÓLO CEARENSE). Admirava também outros jogadores como Lanlan, Fred e Sílvio.

Pólo Ceará: Quem foi o melhor jogador com quem você já jogou (contra e a favor)?
Marlus: O melhor com quem joguei foi George Chaia. Contra foi o Luiz Guilherme, do Flamengo.

Pólo Ceará: Você já disse que o técnico Jorginho fez você mudar como atleta. Como foi?
Marlus: Lembro que eu treinava no juvenil do Tijuca e num certo dia o Jorginho chegou e me pediu para ficar, para eu começar a treinar com o adulto e comecei a fazer desta forma a partir deste dia. Depois de alguns dias, devido ao meu desempenho e dedicação, ele investiu em mim, me ofereceu uma remuneração mensal (ajuda de custo). Eu já era o segundo banco do adulto a entrar no jogo e, não só pela remuneração oferecida, mas pelo nível tático e qualidade de treinamentos, foi o melhor técnico que já tive. Eramos muito unidos. Nos finais de semana íamos para casa dele pra comer um churrasco, festas de aniversários, peladas e outros eventos.

Pólo Ceará: O que mais te marcou em tantos anos de pólo aquático?
Marlus: Tantas coisas, momentos como os que eu já descrevi acima... Teve um marcante que foi quando estava prestes a ser cortado da seleção e num jogo treino contra o Canadá eu fiz5 gols. No intervalo eu tinha tido um atrito com o técnico Duda, do Paineiras do Morumbi, que era o técnico da seleção na época. Um gol em especial eu lembro. Foi tipo um tapa de luva de pelica. Ele berrava "roda a bola, roda a bola, quero gaste o tempo até o final”, e mais os menos aos 25, eu chutei sardinhando, bola entrou na gaveta. Eu olhei para ele e ele aplaudiu. No final do coletivo ele chegou para mim e falou "tu é foda, eu tenho que te deixar puto para você jogar muito, você não me deixa escolha, você está no time".

Pólo Ceará: Conte a sua passagem pela seleção brasileira junior. Você não teve outras oportunidades de pegar a seleção?
Marlus: Os cariocas treinavam no Rio e os paulistas em São Paulo. Nos fins de semana íamos para São Paulo. Tivemos uma apresentação em Minas Gerais. Iamos participar de um torneio na Europa, mas o Coaracy Nunes, presidente da CBDA, segundo ele mesmo afirmou, fez um investimento que não deu certo e ficamos durante 1 mês no Pinheiros, chegando na véspera do Panamericano de Pólo Aquático da categoria Junior. Começaram os cortes, éramos 15 e dois foram cortados: Emerson, do Bauru, e Daniel Mameri, do Paineiras.
No jogo contras os Estados Unidos me machuquei. Desloquei o ombro num chute que definiu o placar de 9 a 8. O marcador entrou com a mão debaixo do meu braço no movimento do chute, e não pude participar da final com Cuba, quando perdemos de 8 a 7. O time de Cuba foi neste torneio que pensávamos que íamos na Europa e pegou muita bagagem, pois jogou contra URSS, Ioguslávia, Alemanha e Itália.
Fui convocado para o Mundial e Sulamericano, mas senti ambiente de panela. Num fui cortado devido à panela e no outro, já sentindo o mesmo ambiente, pedi dispensa e resolvi pedir em todas as outras convocações, mesmo alguns técnicos conversando comigo que era vaga garantida. Eu sentia que era ilusão para formar um grupo e chegava na hora H eles acabavam escolhendo os atletas com quem tinham afinidade ou de seus clubes, e não os que tinham experiência e qualidades técnicas para defender o nosso país. Isso me aborrecia muito. Eu sempre procurava o Jorginho para entender a situação, ele dizia "Marlus é assim mesmo, é panela, o que sei é que você é titular no meu time e se eu fosse técnico você estaria na seleção".
Por outro lado foi bom por que quando eu jogava contra o time deste técnicos da panela, eu jogava mordido e respondia no jogo, ou seja, jogava pra caralho. Só teve uma vez que perdemos. E aí vinha a cena do tapinha nas costas, e os papos como "por que tu saiu da seleção?". Eu respondia "de que selecão, a que vocês escolhem, ou a que deve ser?”, virava as costas e ia embora.

Pólo Ceará: Você está totalmente recuperado do tiro de bala perdida que levou em Búzios?
Marlus: Não, quando jogo ainda sinto algumas fisgadas no peito quando estou frio, e meu médico falou para eu diminuir o exercício no torax e procurar fazer exercícios só com as pernas. Já diminuí o máximo que posso treinando leve uma vez por semana.

Pólo Ceará: Como você está sendo essa experiência de tentar revitalizar o Pólo Aquático em Fortaleza? Você acha que o esporte pode crescer no Ceará?
Marlus: Excelente!!!! Com certeza se tivermos coragem,determinação e incentivo, o resto entregamos nas mãos de DEUS que ele nos dará os resultados.

Pólo Ceará: Você já falou que o “Pólo Aquático está no sangue”, que não pára de jeito nenhum. Por que tanto amor pelo Pólo Aquático?
Marlus: Identificação total. Nunca tive um crescimento similar em qualquer outro esporte. Difícil explicar, é coisa de pele, não consigo me imaginar muito tempo longe, é bom demais um gol bonito, uma jogada bem feita, a determinaçao na hora do chute, a saída da marcação com a conclusão do chute com a realização do gol é uma mistura de sentimentos: determinação, raça (puxar para si a responsabilidade), glória(gol), resultado do esforço alcançado. ALADAR SZABO JÁ DIZIA QUE TODO TREINO É UMA BATALHA. PRECISAMOS GANHAR TODAS PARA VENCER A GUERRA, QUE É O JOGO.

Teremos sempre entrevistas com pessoas que fazem o pólo aquático cearense e brasileiro. Nosso objetivo é informar e integrar.

domingo, dezembro 11, 2005

Olimpíadas 2012


Será que algum moleque-fenômeno vai surgir em Fortaleza e jogará as Olimpíadas de 2012? No estágio que ainda estamos é muito pouco provável. Impossível? De forma alguma.

E alguma menina? Chance um pouco maior sempre existe. Aliás, estamos querendo resgatar o caminho da atleta de Pólo Aquático que começou em Fortaleza e jogou pela seleção brasileira. Quem souber nome e contato, por favor nos mande.

A foto acima estava no site da candidatura de Nova Iorque à cidade-sede das Olimpíadas de 2012. Vale abrir pra ver as maquetes eletrônicas. Espetáculo. Pensar que São Paulo queria entrar nessa briga... No final foi Londres quem levou.

Enquanto isso no Rio as obras do Pan 2007 continuam atrasadas .

sábado, dezembro 10, 2005

Estrutura

Estrutura no Náutico não falta. Com boa vontade de todos os lados, iremos ter mais tempo para treinar, sem prejudicar outras modalidades.

A idéia da Joyce de nos colocar à disposição da natação para as competições é viável e já foi utilizada por outros clubes.

O que nós queremos é poder treinar e jogar.

Só chaveirinho

Essa foto foi tirada em algum treino da seleção brasileira de pólo aquático. Para se ter uma referência do tamanho dos jogadores, o Pará, eterno goleiro da equipe, está na extrema direita (sobre o degrau) de sunga preta e, segundo o site da CBDA, ele tem 1,90m de altura.

Imagine o tamanho dos jogadores da Sérvia e Montenegro.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Regras animadas

Foto: Kiko Perrone. Para muitos o melhor jogador brasileiro de todos os tempos.

Quem nunca treinou, tiver preguiça de ler as regras e quiser aprender, pode dar uma olhada aqui http://www.athens2004.com/infographic/en/WP.html , fica bem mais fácil com as animações.

Vale para ter uma noção geral. Depois, quem se interessar por jogar, tem que dar uma repassada com que em estiver em atividade por causa das várias mudanças ocorridas esse ano.

Ooooooooooooops....

Acidentes acontecem...

Nadando muito!

Muita gente, por falta de informação, pensa que basta ser um bom nadador para jogar bem Pólo Aquático. Essa lógica é tão inteligente quanto acreditar que um praticante de atletismo será com certeza um craque de futebol

Isso não quer dizer que, sobretudo com as novas regras, a natação não seja um fundamento cada vez mais importante. Quem não gosta de treinar que se cuide.

O Perrone deu a notícia em sua coluna que Pietro Figliogli, jogador do Chiavari (foto) da série A1 italiana e da seleção australiana, foi convidado para participar da Copa Itália de Natação e fez 22"23 nos 50m nado livre. Com essa marca, ele se classificaria em 6º e 4º lugar nas finais das últimas etapas da Copa do Mundo de Natação realizadas este mês na Austrália e Coréia.

Pietro é filho do nadador brasileiro Silvio Fiolo, ex-recordista mundial nado peito e quinto colocado nas Olimpíadas de 1972.

Meninas



Se as piscinas de Fortaleza já ficaram mais animadas com a volta do grito de gol do Pólo Aquático, muito mais ainda ficarão com a chegada das meninas para treinar.

Na época em que o Pólo Aquático estava forte em Fortaleza, havia diversas meninas praticando o esporte.

A expectativa é que aconteça o mesmo fenômeno que está acontecendo com o masculino, ou seja: que se encontrem a experiência das que forem voltar com a vontade das que estão começando.

Nova geração


Em apenas três meses novos talentos começam a aparecer. O goleiro Emanuel tem uma facilidade muito grande para a posição, reforçada pela excelente envergadura. Falta mais disposição para treinar.

Jefferson alia a excelente natação a uma disposição enorme para treinar, evoluindo muito em todos os fundamentos a cada treino.

O recomeço

A volta do Pólo Aquático às piscinas de Fortaleza aconteceu por iniciativa do Rodrigo. A notícia do interesse do Rodrigo de revitalizar o pólo chegou ao Hélcio e a partir daí os dois começaram a chamar os ex-jogadores e trazer novos atletas, a maioria ex-nadadores. Os primeiros encontros foram aos sábados na AABB, antes de começarmos a treinar no Náutico.

Na foto, da esquerda para direita, estão (em pé): Hélcio, Carlinhos, Dirceu, Rodrigo, Emanuel, Renato, Yang e Sérgio (na sua única aparição). Sentados: Abreu, Belarmino, Marlus, Alexandre e Fernando (Romário).